Acompanhe a crítica de Army of Thieves, história prequel de Army of the Dead
Há como sintetizar alguns dos filmes de ação feitos nos últimos anos em uma espécie de diálogo preciso, que abre um comentário cujo qual servirá de síntese para o projeto: imagine que você esteja assistindo um filme com personagem A e B.
Em dado momento, A resolve agir de forma exagerada – ou simplesmente – previsível, então cabe à B observar a situação e verbalizar algo que “fiscalize” e questione o comportamento de A. Em suma, resolve fazer uma espécie de observação sobre como o personagem está agindo enquanto “personagem do filme X”, como se fosse uma paródia do arquétipo.
Seguindo esse mesmo raciocínio, dá pra dizer que Exército de Ladrões: Invasão da Europa (Army of Thieves) tenta funcionar de forma simplista e sabe bem a linguagem certa para o seu público. O prelúdio de Army of the Dead aproveita a excentricidade de Dieter – o alemão fissurado por cofres – e ganha, aqui, o seu “filme de origem”, encabeçando o primeiro projeto spin-off da franquia de Snyder.
Ano: 2021
Direção: Matthias Schweighöfer
Diretor de arte: Martin Vackar
Produção: Misha Bukowski | Wesley Coller | Dan Maag | Matthias Schweighöfer | Deborah Snyder | Zack Snyder
Roteiro: Zack Snyder | Shay Hatten
Trilha Sonora: Hans Zimmer | Steve Mazzaro
Gênero: Ação | Ficção Científica | Comédia
Lançamento: 29 de outubro de 2021
Duração: 2h 07m
Classificação Indicativa: +14
O enredo
A princípio, não existe Dieter ainda, apenas Sebastian. Ele reside em Munique, é pouco empolgado com o próprio emprego e, nas horas vagas, atualiza seu canal do YouTube sobre a arte-de-se-abrir-cofres, uma paixão pessoal do personagem, novamente interpretado por Matthias Schweighöfer – também diretor do projeto. – Ao ser notado por Gwendoline (Nathalie Emmanuel), recebe o convite para ajudar num assalto de alguns cofres na Alemanha, em troca de, claro, parte do dinheiro.
Como é 2021 e o ciberespaço se encontra sempre em constante mudança e facilidade, fazer a trama girar devido a um comentário no YouTube pode não parecer um artifício de roteiro tão absurdo, afinal, é uma fluidez útil para poupar muitas explicações e não perder tempo justificando o que pouco importa, mesmo que Thieves faça isso com frequência.
Os personagens
No filme de Snyder, a motivação e os recursos que a equipe de Scott Ward (Dave Bautista) precisava eram apresentadas de forma rápida: invadir um cassino em Vegas, repleto de zumbis, abrir o cofre e ter a recompensa em milhões de dólares. Aqui, se tudo acontece por algum motivo, com certeza é a solidão e paixão que movem Sebastian/Dieter. O que, convenhamos, é a única coisa boa em sua vida, se comparado a ficar ouvindo sermão atrás de um balcão em seu trabalho, todos os dias.
Para que Army of Thieves funcione, é fundamental que haja empatia com o protagonista e com a sua excentricidade, um recurso extraído do filme anterior e o verdadeiro pilar deste spin-off, já que em Army of the Dead, pouco se importava o lado humano dos personagens, uma vez que estavam todos enfileirados como gado-para-o-abate. – A relação entre Scott e a filha é, sobretudo, um adeus, por exemplo.
Um paralelo importante
Quando Zack Snyder apresentou Barry Allen no Snyder Cut, a personificação de Ezra Miller e a solidão/ausência da figura paterna do personagem eram motivos suficientes para justificar sua presença na Liga, então Thieves (também escrito por Zack) enxerga em Sebastian/Dieter o seu próprio Barry: o alívio cômico, sempre tentando extrair um constrangimento dos personagens a cada exagero. – Matthias investe numa afetação, até o último.
Army of Thieves está mais para um Velozes e Furiosos, no sentido de tentar apresentar jocosidade e ação num filme-assalto, ao mesmo tempo que renega o drama de fim de mundo, como o primogênito da franquia. Temos a primeira aventura despretensiosa do novo ‘Snyderverso’ da Netflix.
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