Confira todas as diferenças entre as versões familiares (parte 1 e 2) e as versões estendidas para maiores de 18 anos (capítulo 1 e 2) da saga Rebel Moon.
As versões de Rebel Moon: Cortes do Diretor finalmente chegaram na Netflix, depois de uma longa espera! Com elas, apesar de esclarecer várias dúvidas e ligar pontas soltas, outras tantas surgiram. Vale lembrar que o roteiro de Rebel Moon 3 já está em andamento, então muitas delas serão respondidas no terceiro filme da franquia. Além disso, é importante destacar que os Cortes do Diretor estão mais para versões alternativas das duas primeiras partes de Rebel Moon, que meramente versões estendidas.
“Emocionalmente, é mais como um universo paralelo do que uma versão estendida. Coisas acontecem na versão para maiores de 18 anos que não acontecem na versão para maiores de 13 anos. A ordem dos eventos é toda diferente, então é realmente um exercício interessante.” ~ Zack Snyder na entrevista para Entertainment Weekly)
Lançamento: 02 de agosto de 2024
Direção: Zack Snyder
Produção: Deborah Snyder, Zack Snyder e Wesley Coller
Roteiro: Zack Snyder, Shay Hatten e Kurt Johnstad
Trilha Sonora: Tom Holkenborg (Junkie XL)
Gênero: Ficção Científica | Fantasia | Ação
Duração: 3 horas e 21 minutos | 2 horas e 34 minutos e 30 segundos
Classificação Indicativa: +18
Sinopse: As forças implacáveis do Mundo-Mãe ameaçam um pacato vilarejo agrícola em uma lua distante. Agora, uma misteriosa forasteira torna-se sua maior esperança de sobrevivência. | Os rebeldes se preparam para lutar contra as forças implacáveis do Mundo-Mãe, forjando laços entre si enquanto heróis emergem e lendas nascem.
- Trailer:
Principais Diferenças
De modo geral, o que já sabemos é que as principais mudanças entre as versões familiares de Rebel Moon e as versões adultas se resumem no nome, na duração de seus filmes e na classificação indicativa deles. No entanto, certas diferenças são bem interessantes. Em resumo, primeiramente, as versões adultas não são apenas versões mais estendidas. Engana-se ou é desonesto quem insistir nesta narrativa. Ambas as versões possuem algumas cenas que a outra não tem. Isso porque Zack não só disse se tratar de realidades alternativas das versões, como versões que complementam a história, o que não necessariamente as obriga de terem as mesmas cenas da versão original. Assim, por exemplo, temos a introdução narrada por Jimmy nas versões familiares, como uma homenagem a Star Wars, que não existem na versão adulta de Rebel Moon. Aliás, nesta, a narrativa é muito mais linear.
Além das cenas alternativas, temos também cenas adicionais, um aprofundamento de vários personagens, um tom mais denso e visceral e novas trilhas sonoras que se adequam bem a uma nova estrutura narrativa e contexto universal.
Títulos e seus significados, Duração e Classificação Indicativa
O Corte do Diretor de “Rebel Moon – Parte 1: A Menina do Fogo”, passa a ser “Rebel Moon – Capítulo 1: Cálice de Sangue”, enquanto o corte do diretor de “Rebel Moon – Parte 2: A Marcadora de Cicatrizes”, recebe o nome de “Rebel Moon – Capítulo 2: Maldição do Perdão”, para as versões mais adultas. Neste sentido, o Capítulo 1 possui 1h e 5min a mais que a Parte 1 e o Capítulo 2, 47min a mais que a Parte 2. Assim, Rebel Moon Partes 1 e 2 foram classificados como PG13, ou A12 no Brasil, auto-classificados para maiores de 12 anos. Já os Capítulos 1 e 2 de Rebel Moon tiveram a classificação indicativa alterada para R, ou A18, para maiores de 18 anos.
As primeiras diferenças entre as versões começam no nome. Na Parte 1: A Menina do Fogo, subentende-se que o foco é Kora, única e exclusivamente. Entretanto, no Capítulo 1: Cálice de Sangue, após a cena em que Jimmy explica o Mito do Cálice, ao falar de Issa, percebemos que o título foca na família real, sobretudo na Princesa. O mesmo ocorre na Parte 2: A Marcadora de Cicatrizes, que corresponde ao apelido que o próprio Noble utiliza ao falar de Arthelais. Afinal, o Capítulo 2: Maldição do Perdão tem a ver com 3 passagens homéricas adicionais da versão:
A primeira refere-se ao pai de Aris, quando decide confiar em Noble sobre salvar sua esposa e filhas, em troca de ser assassinado pelo próprio filho, em que ele olha para Aris e diz que o perdoa de antemão. A segunda passagem é quando Issa percebe que Kora a assassinará, assim como Balisarius a seus pais, dizendo a ela que a perdoa por isso. E a terceira vem de Kali, quando percebe que será destruída por Kora, no encouraçado, dizendo que a perdoa pelo que ela fará. A sequência dessa terceira passagem nos traz uma frase que é esclarecedora: “A ira delas será a minha vingança”, ao falar sobre suas irmãs também escravizadas para doar a energia para o encouraçado. Isso significa dizer que a maldição do perdão é justamente a vingança. Seja ela vinda de Aris ou Kora contra o Mundo-Mãe.
Cenas Alternativas
Todas as ações da trama têm suas consequências e explicações, diferente dos filmes anteriores em que muitos trechos parecem ser jogados na tela ou esquecidos.
Transições
Além dos títulos serem diferentes da versão comercial e darem mais sentido para cada uma das obras, as transições também são mais orgânicas nos Cortes do Diretor. Dessa forma, são acrescidos diálogos no lugar das descrições dos planetas no plano de filmagem e seus nomes, perdendo assim as referências mais diretas a Star Wars.
Prólogo
Diferentemente da versão familiar, “Rebel Moon: Cortes do Diretor” não introduz os dois filmes com narrações de Jimmy. A visão mais madura do diretor traz uma introdução mais orgânica e com relevância para a narrativa gradativa. Assim, no Capítulo 1, temos um ataque do Mundo-Mãe comandado pelo Almirante Noble no planeta onde vive a família de Aris, dando mais contextualização e importância aos personagens e ao antagonista dentro da construção da cosmologia de Rebel Moon. Essa cena traz um importante contexto de crueldade do Império, onde pela era da expansão não havia acordo, só o desejo de destruição.
Entretanto, as narrações do Jimmy permanecem durante os longas nas duas versões adultas, o que difere também da versão mais comercial.
Sexo e Nudez
A química aflorada entre Kora e Gunnar confere maior importância ao relacionamento de ambos e sensibiliza mais o público. Isso porque podemos comparar esta cena com a de Kora e Den, que claramente não tem a ver com envolvimento sentimental, mas carnal. Nela, em nenhum momento, Kora se sente a vontade com as investidas do rapaz, e isso é bem perceptível quando rejeita seus beijos. Já com Gunnar, as trocas de carinho e confidênicas, mostram Kora se permitindo sonhar e, sobretudo, recuperar a humanidade que perdeu outrora.
Assim, Snyder insere mais despimentos ao longo da trama que não são gratuitos, mas significativos, pois somam-se à retratação da personalidade da protagonista, seja em suas relações, seja pela comemoração à colheita farta da aldeia.
Novas Criaturas
Novas criaturas são exploradas em “Rebel Moon: Cortes do Diretor”, além dos já conhecidos Urakis. Uma delas é o animal de estimação que auto-explode para ajudar o pai de Aris a defender sua família do Império. No Bar da Província de Veldt, que, na verdade é um bordel, vemos a primeira conexão com o Armyverso. O diálogo entre o Bartender e a nova criatura é levemente mais prolongado.
Mais criaturas surgem em Veldt, principalmente ao lado de Jimmy, que sente mais conexão com a natureza. Na batalha entre Nêmesis e Harmada, a criatura aranha está prenha de vários filhotes, que segundo ela não vingam. No entanto, ao ter sua barriga cortada, todos aparentemente estão vivos e se escondem. Vemos os Urakis sendo mais explorados e “ratos” presentes na nave do Olho do Rei, mostrando as condições higiênicas do local.
Impacto Visual
Nos dois cortes do diretor, vemos que um dos motivos da escolha de Zack Snyder em ter a classificação de Rebel Moon para maiores de 18 anos é o seu aspecto visual. Eles são visualmente e graficamente mais marcantes pelos impactos da ação e a brutalidade das batalhas e lutas individuais, além dos diálogos mais severos e maliciosos. Snyder não tem receio de demonstrar o verdadeiro olhar de uma guerra.
Finais Alternativos
Ambos os filmes também tiveram suas finalizações alteradas, de acordo com a visão de Zack para o projeto. Nas versões comerciais e familiares, vemos transições de finalizações para indicar o fim da parte 1 e 2. No capítulo 1 de seu corte, notamos um diálogo maior de Balisarius com Noble, com um contexto mais amplo. Contudo, a mudança mais significante fica por conta da segunda parte, já que temos o final mostrando uma canção por parte de uma menina que demonstra, com palavras, a gratidão pelos que se foram na batalha de Veldt contra o Império.
Zack também nos revela que Balisarius foi nomeado como o novo Rei do Mundo-Mãe, mostrando sua ganância e persuasão, além de já saber o que a “filha” Kora almeja e sua capacidade de batalha. Tendo, então, mais um gancho para a continuidade de Rebel Moon, que desperta curiosidade e trilha o caminho para o futuro da franquia de ficção-científica de Snyder.
O Quadro dos Dentes
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Os Escribas
Uma das coisas mais impressionantes da versão adulta de “Rebel Moon: Cortes do Diretor”, foi a inserção do Quadro dos Dentes. Basicamente, com o golpe de Balisarius, o novo regente precisava manter a sua narrativa de que Kora foi a traidora do Império. E, como sabemos, os Escribas são manipulados pela política e escrevem apenas o que são obrigados a escreverem:
“Seu DNA armazena informações. Você é colocado em êxtase se for uma página, e seu corpo se torna como um disco rígido. Os Escribas têm a capacidade de transferir o que veem. É assim que a história é registrada pelo Mundo Mãe. Você pode se conectar a essas coisas mais tarde e experimentar a história como uma memória. Mas os Escribas, é claro, são manipulados pela política e escrevem apenas o que deveriam.” ~ Snyder
Assim, usurpando do Mito de Issa, os Escribas coletam os dentes dos líderes dos mundos que “traíram o Império” e os adornam em volta de uma imagem da Princesa Issa. Isso lhes dá uma espécie de cobertura moral para as coisas que estão fazendo. Sabemos que Noble está em busca de todos os traidores do Mundo-Mãe. Então, por sua vez, coleta os dentes dos líderes que abrigaram, em algum momento, os irmãos Bloodaxes em seus mundos. Contudo, podemos ver que em seu quadro, faltam poucos mundos para serem aniquilados. Isso dá a entender que os que se salvaram da aniquilação do Mundo-Mãe, podem futuramente se juntar aos rebeldes, ao lado de Kora.
O Mito de Issa
Na fala de Jimmy sobre Issa, para Sam, temos o conceito original do Mito de Issa:
“No mito, ela era chamada de ‘cálice’ ou ‘redentora’. Ela era ‘pueri salvatoris’. E antes mesmo dela nascer, eu e meus irmãos prometemos nos doar por inteiro, com tudo o que habita esta pele de metal, para lutar em nome dela. Então, quando a notícia chegou até nós, em algum campo de batalha distante, de que ela, como dizia a profecia, havia nascido em carne e osso em nosso mundo, eu senti uma profunda afeição pelo universo, e acreditei que ela estava destinada a criar uma nova era de paz e compaixão. E que nos levaria para casa.”
Contudo, para Gunnar, Kora conta uma outra versão:
“Eu aprendi a história do Mundo-Mãe sob os olhares atentos dos Altos Escribas. Mas, em toda a sua glória, um mito capturou a minha imaginação. O do Cálice. A Redentora. A primeira Princesa Issa. E embora eu soubesse que era apenas uma fábula, as histórias daquela criança justa, que matava seus inimigos com tamanha graça, me reconfortavam.”
Ora, aprendemos que os Escribas registram o que são obrigados a registrar, e agora também sabemos que contam o que devem contar. Assim, Issa que inicialmente é uma salvadora infantil, com o dom da vida, torna-se uma justiceira que mata os inimigos com tamanha graça. Desta forma, Balisarius consegue se manter no poder, porque o povo não tem esperanças de compaixão, bondade ou alegria. A narrativa usada é doutrinatória e isso fica muito mais evidente na versão adulta de “Rebel Moon: Cortes do Diretor”.
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Issa
A Princesa Issa é uma aposta à parte. Os acréscimos à sua história são mais indiretos, pois usam-na como motivos para um golpe de poder e como vingança por sua morte. Entretanto, ela estar viva renova o propósito de Jimmy e preenche o coração de Kora, que agora se sente vazia com a morte de Gunnar. Em consonância, além de Kora deixar de se culpar pelo assassinato de Issa, os rebeldes se enchem de esperança por um universo melhor.
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Jimmy
O Jimmy na versão adulta de Rebel Moon ganha muitas cenas que nos mostram que ele se torna um protetor de Veldt, motivado por um sentimento genuíno ativado pela natureza pura de Sam. Ele é o pivô de bloquear o contato dos falcões com o Encouraçado, evitando, assim, que eles lhes contem as estratégias de Veldt para a defesa da aldeia.
Profundidade dos Personagens
Os contextos em linhas de diálogos adicionais conferem a diversos personagens um teor mais bem desenvolvido, se comparado às versões anteriores. O mergulho mais profundo na verdadeira visão de Snyder é muito mais do que uma mera versão estendida. Além disso, a presença mais constante dos Falcões, do Jimmy, dos Escribas e da Kali, trazem um novo tom à narrativa de Rebel Moon e acabam transformando-na completamente em outra perspectiva.
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Aris
Não há que se falar em falta de profundidade dos personagens. Se tem uma coisa que as Versões adultas de Rebel Moon trouxeram foi aprofundamento de todos os personagens. Aris, por exemplo, teve sua história contada pela primeira vez. Filho de um rei que abrigou os irmãos Bloodaxes, acreditou ingenuamente que matando seu pai com as próprias mãos, usando o cajado de Noble, salvaria sua mãe e irmãs. Não é de se surpreender que ao ser retirado de cena, teve sua família dizimada pelo Almirante. Em Veldt, sua decisão por se juntar aos camponeses na luta contra o Mundo-Mãe fez mais sentido. Sobretudo levando em consideração a responsabilidade de proteger as mulheres e as crianças da aldeia, durante a batalha contra o Império.
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Balisarius
Balisarius, por sua vez, também ganhou cenas importantíssimas em “Rebel Moon: Cortes do Diretor”. Durante a era de expansão do Mundo-Mãe, sob a influência redentora da Princesa Issa, o Rei do Império começa a ver as coisas sob nova perspectiva. Ele descobre que seu general de maior prestígio havia caído em desonra e que suas principais armas eram a chacina e a crueldade. O Rei o amava como filho, mas sabia que não podia mantê-lo no comando das tropas. Mesmo tomado pela raiva, não o destruiu, e por seus pecados, deu-lhe um cargo de senador. Não demorou muito para, na sequência, perceber que isso foi um erro, o que acabou dando mais poder a Balisarius.
Ele, por sua vez, com a desculpa ~ porque medo é uma palavra que só finge estar no dicionário moral de Balisarius ~ de que com a natureza pacificadora de Issa, nem ele, nem Kora, então Arthelais, sobreviveriam, resolve trair o Rei, assassinando-o.
Uma das perguntas que a versão familiar de Rebel Moon não respondia, era porque Balisarius também traía Kora, mesmo considerando-a filha. Na versão adulta, Snyder nos mostra que Kora foi a única testemunha do diálogo entre o Rei e Balisarius. Mas também pincela ainda mais a ganância do atual regente pelo poder, mostrando-nos que ele é capaz de tudo para conseguir o que quer.
Paralelamente, uma das cenas mais emblemáticas é o momento de seu encontro com Kora, que nesta versão +18, ganha maior destaque. Ao se aproximar da menina, Balisarius se ajoelha em sua frente e pede a Kora que ela o liberte, posicionando a arma que ela segura abaixo de sua mandíbula. ~ O diálogo, no entanto, não existe na versão familiar. ~ Por que ele lhe fez este pedido, não está claro, apesar disso, a cena é bastante significativa, porque Kora foi fria suficiente para tentar matá-lo, mesmo em situação de vulnerabilidade. A princípio, o que parece ter sido redenção, se confunde com uma identificação, mas outra percepção pode ser a vingança por este ato de coragem, o que explicaria a futura traição.
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Kora
A história de Kora na versão adulta de Rebel Moon: Cortes do Diretor ganha destaque, sobretudo na infância. Ela começa sua narração, em confidência ao Gunnar, comentando que Balisarius destruiu a sua infância. Mas isso não se iniciou quando ela foi levada pelo general para o Encouraçado para viver lá por 5 anos, mas antes mesmo de encontrá-lo pela primeira vez. Isso porque, desde que viu a batalha que seu mundo enfrentava contra o Mundo-Mãe, da janela de seu quarto, precisou ser insensível o suficiente para conseguir escapar. Viu seus pais serem mortos, enquanto agonizavam de dor e outras pessoas serem assassinadas a sangue-frio enquanto tentava passar despercebida. Em seu semblante é nítido como aqueles episódios estavam transformando-na em uma criança mais fria e sem alma.
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Kali
As Kali são uma novidade em “Rebel Moon: Cortes do Diretor”, ganhando um bom destaque na versão adulta. Elas são como entidades cósmicas gigantes, responsáveis, inclusive, pelo deslocamento no universo de forma rápida com as aberturas de portais.
Kora, ao contar à Gunnar um pouco mais sobre sua infância, comenta que, às vezes, ela escapava para o Núcleo de Poder da Nave e se encontrava com Kali, que entendia sua dor. Ela ainda reforça que é o material orgânico dos corpos processados, provavelmente de quem se opôs ao Mundo-Mãe, que alimenta a energia dos Encouraçados. Além disso, descobrimos nas versões adultas de Rebel Moon, que a Kali foi a fonte de poder capaz de reviver Noble e que, inicialmente, elas foram escravizadas pelo Mundo-Mãe, para esta função.
Para completar, quando elas utilizam muito de seu poder e ficam esgotadas, elas choram. Entretanto, isso também ocorre quando sentem a dor do próximo. Kali ao perdoar Kora por sua destruição, avisa que a ira de suas irmãs será a sua vingança, o que dá a entender que existem mais Encouraçados e que em cada um deles, há uma Kali. Isso se confirma, em uma entrevista recente para The Hollywood Reporter, onde Zack disse:
“As Kalis choram pela sua dor, e eles estão conectadas à energia de Issa. Eventualmente, você descobrirão que elas estão conectadas ao poder e força de Issa e que elas vêm de outra dimensão. Elas são como mulheres guerreiras que foram capturadas pelo Império como uma fonte de poder, mas o Império ignorou ou negligenciou o poder real que elas têm. Posteriormente, isso vai voltar para assombrá-los, como elas dizem. Essa é a profecia que se ouve Kali dizer a Kora em sua pequena “imaginação”: “Um dia, você acordará minhas irmãs e sua ira será minha vingança”. Você pode imaginar que cada encouraçado tem uma Kali dentro dele.”
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Nêmesis
A Nêmesis, por sua vez, encerra seu ciclo de maneira emblemática e heróica. Além de sua morte ser diferente, em comparação com a versão familiar de Rebel Moon, o enfoque dado à sua história nos faz entender que ela alcançou o que buscava: não só protegeu diversas crianças, como matou parte dos soldados que trabalhavam para o Mundo-Mãe. Esta passagem apresenta uma motivação para Nêmesis em ingressar na equipe dos rebeldes, pois sua condição era ter a chance de derramar o sangue dos oficiais do Reino. Por aparecer mais vezes sorrindo, em Veldt, Snyder nos mostra que ela estava, finalmente, em paz e que isso seria o final perfeito de sua vingança, uma vez que havia se enchido dela, para se tornar a lendária espadachim.
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Tarak (Bennu)
Em “Rebel Moon: Cortes do Diretor”, os acréscimos referentes a Tarak são mais estensões das mesmas cenas, no entanto, adiciona-se à elas a liberdade de Bennu, que sai voando após matar o senhorio que a ganhou em uma aposta.
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Noble
Noble, na versão adulta, é muito mais perverso que na familiar. Começando por subjugar Aris, contra sua própria família e fazê-lo trabalhar para ele, ao lado dos que aniquilaram seu mundo. Nesta passagem, percebemos que ele não honra suas palavras, apesar de afirmar ao Rei Levítica que compreende a Honra, mas não a Caridade. Então, chegando na conclusão de que acreditar em Noble é um erro, a decisão de Gunnar em avisar os aldeões, mesmo com Kora tentando resolver tudo sozinha, foi certeira. Neste sentido, é curioso acreditar na ingenuidade de Kora, mesmo conhecendo a natureza cruel e gananciosa de Noble, de Balisarius e do Mundo-Mãe. Aqui, vale constar, que isso se deve à sua humanização advinda de suas relações com Veldt, como se estivesse recuperando parte de sua essência passada.
Nas versões do diretor, Noble se apresenta com uma motivação: ganhar uma cadeira no Senado. Todas as suas ações giram em torno deste objetivo. E isso é importante frisar, pois era uma das críticas mais consistentes sobre as versões familiares de Rebel Moon. Sua ambição de poder equipara-se a de Balisarius, sobretudo considerando que ele está disposto a matar os seus próprios soldados, a perder a chance de capturar Kora para seu objetivo final, mesmo que ela não seja uma ameaça direta de ataque, mas uma oponente forte de contra-ataque.
Tal ambição tem maior evidência, quando na Torre de Controle do Olhar do Rei, Noble percebe que os canhões estão se voltando contra a Cabine de Comando, e foge. Neste momento, Cássius tenta entrar no elevador em que Noble está, mas este o impede, atirando contra ele. Noble, aqui, mostra que não tem, sequer, quaisquer sentimentos de humanidade nem mesmo com o seu braço direito. Isso reforça a cena em que Noble afirma que prefere aniquilar Veldt e fazer todos os seus passarem fome, do que perder a chance de capturá-los e atingir sua meta individual, em ambas as versões. Vale constar, que esta passagem assusta Cássius, pois ele sabe que o Mundo-Mãe está sem recursos e que Veldt é uma grandiosa fonte deles.
Trilha Sonora
Junkie XL nos presenteou com ótimas composições para a Trilha Sonora tanto das versões familiares, quanto das versões mais adultas de Rebel Moon. No entanto, para as versões do Diretor, ele criou com novas faixas para as histórias de fundo dos personagens pouco explorados na primeira versão, o que garantiu o peso melancólico nas cenas e na maturidade narrativa presente.
Curiosidades
O que não podia faltar, está presente em “Rebel Moon: Cortes do Diretor”: as críticas sociais. Snyder explorou isso nas cenas em que mulheres pagãs recebem marcas com carimbo no peito nu, uma nítida menção a Caça às Bruxas. Mais uma vez, Zack não deixa seus algozes saírem ilesos. O simples fato de termos uma protagonista feminina, que derrota vários abusadores e violentos inimigos é uma nítida resposta. Além disso, a inicialmente indefesa Sam, também tem seu crescimento durante o Capítulo 2, matando sozinha alguns soldados com um tiro mortal. Esta passagem, por si só, mostra que a injustiça contra as mulheres, não ficará impune.
Como crítica social, também está a decomposição da família em nome de um ‘Bem Maior’, bem retratado pelo Mundo-Mãe capturando crianças que poderiam lhe ser úteis no futuro, seguindo os passos de Balisarius. E assim eles fizeram com Kora, Aris e Millius.
Minhas Impressões
As versões adultas de “Rebel Moon: Cortes do Diretor” trazem uma maturidade coesa na narrativa para a história, além de costurar as pontas soltas, sobretudo com personagens mais profundos e motivações bem exploradas que explicam suas escolhas no decorrer da história. A narrativa alternativa apresenta uma profundidade maior e um tom mais denso, criando uma experiência enriquecedora e distinta das versões familiares. As novas cenas, personagens e a exploração de novos temas trazem um frescor e uma complexidade que destacam ainda mais a visão de Zack Snyder.
Zack Snyder conseguiu criar um universo imersivo, onde cada cena contribui para a construção da trama. As histórias de fundo ampliadas de Aris e Balisarius enriquecem seus personagens, enquanto Kora se destaca como uma líder determinada. Visualmente, os filmes são um espetáculo, com batalhas épicas e efeitos visuais deslumbrantes. As diferenças nos finais de cada versão adicionam profundidade e significado, preparando o terreno para “Rebel Moon 3”. A música final no Capítulo 2 é um toque emocional que encerra o filme com uma sensação de esperança.
Narrativamente, as versões do diretor oferecem uma experiência mais rica e envolvente, com transições suaves e diálogos adicionais que fornecem contexto e profundidade. A exploração de temas como vingança, perdão e sacrifício ganham destaque, e elementos como o “Quadro dos Dentes” e os Escribas adicionam camadas de intriga política e moral. Snyder, por fim, demonstra sua habilidade em criar narrativas densas e emocionantes, elevando a franquia “Rebel Moon” a um novo patamar de excelência e experiência cinematográfica. É, realmente, uma pena não poder ver Rebel Moon nas telonas.
Conclusão
Apesar das críticas “profissionais” continuarem como puro suco de ódio gratuito e de se repetirem, sem quaisquer fundamentos concretos, vi uma elevação significativa nas versões adultas de “Rebel Moon: Cortes do Diretor”. Ao menos, o que criticaram anteriormente, foi resolvido nessas versões do diretor, porque elas oferecem um mergulho mais profundo no universo criado por Snyder, como: Profundidade dos Personagens, Elementos Novos, Distanciamento de Star Wars, entre outros. Em outras palavras, isso prova que parte dos problemas apontados pela “crítica especializada” está nos estúdios que insistem em versões comerciais, alterando a ideia inicial do diretor.
De combo, Snyder nos deu 3 ganchos importantes: Issa está viva, Balisarius foi coroado e a vingança das Kali, o que permite a Rebel Moon novas histórias e dramas conectados para sua plena continuidade. Mas a pergunta que eu deixo é: Como o General Titus sabia que Issa está viva? Como acessar outros planos astrais? Quando ocorrerá o reencontro entre Kora e Balisarius?
Enfim, para os fãs, com o roteiro de “Rebel Moon 3” já em andamento, a expectativa é alta para ver como as questões pendentes serão seus desfechos ou respostas e como o diretor continuará a expandir esse fascinante universo. Essas novas versões servem como um prelúdio promissor para a continuação da saga, deixando os espectadores ansiosos pelo próximo capítulo. Bem, falando por mim, quero muito mais do que já recebemos de Rebel Moon!
Portal Zack Snyder • BR: De fã para fã
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