“Crepúsculo dos Deuses” é uma série original da Netflix em oito episódios e a primeira animação adulta, criada por Zack Snyder. Com seu estúdio The Stone Quarry, inaugura o selo de produções do gênero: a The Stone Quarry Animation. A produção apresenta uma arquitetura desconstrutivista, a partir das histórias presentes na mitologia nórdica. Em outras palavras, há uma provocação, uma incitação a explorar diferentes possibilidades e uma liberdade formal ilimitada.
- Trailer:
- Sinopse:Zack Snyder traz um olhar sangrento e audacioso da mitologia nórdica nesta série de animação para adultos sobre uma guerreira com um machado que desafia os deuses.
O que esperar?
“Crepúsculo dos Deuses” é uma impressionante animação onde a mitologia nórdica é explorada. No coração dessa narrativa épica, o rei mortal Leif (Stuart Martin) se apaixona pela guerreira Sigrid (Sylvia Hoeks) após ser salvo por ela em uma batalha. Durante a noite de núpcias, o casal é atacado por Thor (Pilou Asbæk), mas sobrevive e, em busca de vingança, parte em uma jornada implacável. Ao lado de outros guerreiros, eles enfrentam desafios sobrenaturais em terras fantásticas e campos de batalha sangrentos, onde lutam contra deuses e demônios. Essa história épica de heroísmo, amor, luto e vingança leva os protagonistas ao limite de suas forças, enquanto confrontam tanto inimigos mortais quanto divinos.
Na versão em inglês, o elenco conta com as vozes de Sylvia Hoeks, Stuart Martin, Rahul Kohli, Paterson Joseph, Jamie Clayton, Pilou Asbæk, Birgitte Hjort Sørensen, Kristofer Hivju, Thea Sofie Loch Næss, John Noble e Peter Stormare, entre outros.
Minhas Impressões
Logo no episódio piloto da série, notamos que a jornada em que estamos prestes a embarcar é madura. Neste sentido, sem medo de se omitir diante da sua proposta. Zack Snyder, está ainda mais com liberdade para nutrir e ousar em sua obra. Para os fãs, é um prato cheio. Além disso, o cineasta, conhecido por fazer protagonistas mulheres relevantes em suas produções, traz uma de suas melhores explorações com Sigrid e outras personagens. Assim, elas elevam a trama de patamar organicamente.
O fisiculturismo de Snyder
Ademais, o uso do simbolismo da figura corporal humana para desenvolver a história, que já é um pulso firme de Zack, está presente do começo ao fim. No entanto, isso pode ser incômodo para quem não se familiariza com essas características. Contudo, tais características seguem apresentando sentido ao roteiro elaborado e, com isso, o espectador pode mergulhar sem repulsa.
O jeito Zack de se arriscar
Modificar uma mitologia, já estabelecida em mídias distintas, não é uma tarefa nada fácil. Mas a linearidade narrativa proposta, nesta animação, faz com que, novamente, tenhamos uma possibilidade de embarcar na jornada dos nove reinos.
A composição imposta é respeitosa com as lendas, crenças e mitos. Entretanto, para aqueles que não estão habituados, será possível compreender esses mundos messiânicos. Já os habituados, poderão experimentar uma visão criativa que explora reinos e aldeias pouco trabalhados nos contos, como: Volsungos, Jotunheim e Nidavellir.
Por exemplo, apesar de suas figuras se mostrarem heróicas e bondosas nas adaptações convencionais, em “Crepúsculo dos Deuses“, as ações de Thor Odinson e o pai de todos, Odin, podem transformar-se em tragédias. Desta forma, Zack consegue aplicar ainda mais sentido para o caminho de Sigrid ao lado de seu amor Leif, bem como de seus companheiros guerreiros, recrutados ao longo do percurso, para um único propósito: a vingança. Este é o tema central da animação.
Profundidade da Protagonista
O desenvolvimento da protagonista é notável, instigante e as suas motivações estão bem alinhadas ao seu objetivo. Já os coadjuvantes, têm tempo suficiente para se destacarem e fazer com que o espectador se conecte com cada um deles. De certa forma, pode ser comparado a Rebel Moon: Corte do Diretor e Liga da Justiça de Zack Snyder, uma vez que Kora, Bruce Wayne e Sigrid buscam a ajuda de grandes guerreiros para lutar em prol de um bem maior.
Por outro lado, as figuras antagônicas têm suas estruturas pouco exploradas, se comparado às principais. Isso pode enfadar (os espectadores) em alguns momentos, ao longo dos episódios. Apesar disso, a raiva que é sentida, diante do vilão principal da trama, é inevitável.
Questões Técnicas
Zack Snyder teve ajuda do experiente em animações, Jay Oliva, e do roteirista e produtor, Eric Carrasco, para criar toda a cosmologia de “Crepúsculo dos Deuses“. O auxílio criativo foi positivo para a construção de todo esse universo. Assim, como em qualquer série que conta com diversos colaboradores, é possível notar discrepâncias entre os episódios ao mudar de direção. Mas, ao unir toda a edificação, fica mais assertiva do que pejorativa, para a obra e seus criadores.
Todavia, os traços animados e a fotografia devem agradar, uma vez que combinam com tudo o que está acontecendo ao longo do caminho e as ações das circunstâncias elaboradas. Porém, esse aspecto é muito singular e acaba ficando no gosto pessoal de cada um.
Conclusão
O primeiro vislumbre de “Crepúsculo dos Deuses” mostra como a liberdade criativa é positiva em muitos aspectos, podendo agradar ou desagradar. Entretanto, a ousadia em fazer a produção com alma é imensurável e Zack Snyder acerta em todos esses aspectos. Dessa forma, deixa um gosto de “quero mais” para as futuras sequências e mais animações adultas de seu estúdio.
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