Nós, do portal Zack Snyder, recebemos o convite da Paramount + para conferir, de forma antecipada, os dois primeiros episódios de sua nova série, “Anderson Spider Silva”. Também tivemos a honra de participarmos de uma coletiva de imprensa virtual com o seu talentosíssimo elenco. Para conferir minha opinião acerca dos primeiros episódios e o que de melhor rolou nesse bate papo, basta rolar um pouco mais pra baixo.
- Trailer:
- Sinopse: A série biográfica Spider narra a história de um dos mais importantes atletas da MMA mundial. Nascido em São Paulo, Anderson Silva foi criado pelos tios na periferia de Curitiba e, ainda criança, praticava Taekwondo, Jiu-Jitsu e Muay Thai. Não demorou muito para que Anderson se destacasse no esporte e, eventualmente, conquistasse faixa preta em todas essas práticas de artes marciais. A produção mostra a infância de Anderson, até o início de sua carreira, quando ingressou no mundo da luta profissional. Anderson Silva se tornou o maior campeão da história do MMA, defendendo o cinturão com um cartel perfeito, não perdendo uma luta por sete anos.
O que esperar?
Inicialmente, Anderson Spider Silva apresenta uma das vitórias mais marcantes da carreira de Anderson. Os produtores, na sequência, optam por contar a história do lutador, quase que em sua totalidade, através de flashbacks. Afinal, inobstante termos a representação do maior lutador de artes marciais tupiniquim da história, o foco inicial não é só em seu domínio dentro do esporte que o consagrou. Como bem disse o diretor Caíto Ortiz, durante a coletiva, este é um conto de origem sobre um super-herói nacional. Assim, neste caso específico, termos uma ótica sobre sua família torna-se imprescindível. Logo, aprendemos e admiramos não apenas Anderson, mas principalmente seus familiares. Afinal, eles são os alicerces principais que sustentaram e levaram um rapaz negro, órfão de seus pais e morador da periferia de Curitiba a conquistar o mundo com sua dignidade, moralidade, perseverança, talento e irreverência.
Em outras palavras, para esta origem ser consumada, foi necessária toda uma rede de apoio. E é este justamente o destaque dos dois primeiros episódios. Como ponto alto, indico a performance de Tatiana Tibúrcio. Agindo como uma bússola moral, ela não apenas incentiva sua família, mas carrega literalmente todo o peso emocional da série. Para tal, demonstra toda sua a habilidade performática para nos fazer refletir sobre a real força de uma mulher negra que luta diariamente por sua família com honradez e emoção. Como resultado, nas palavras dela, temos em tela “não apenas uma história de superação, mas a vitória de um homem negro correto, fruto de um coletivo.”
Minhas Impressões
Vale constar que, coletivo este capitaneado não apenas pela personagem de Tatiana, mas também por Benedito (Seu Jorge). Dentro da coletiva, este inicialmente cita de forma categórica toda a importância que Anderson e sua vida representam. Isto é, não apenas para o Brasil, mas para o mundo. Ciente disto, seu personagem é responsável não somente por ensinar um código extraoficial de ética e moral para Anderson. Excepcionalmente, contudo, ensina uma das características principais que um atleta que, eventualmente, possa querer alcançar o nível mais alto possível, deve possuir: a disciplina.
Falando em Anderson, é impossível não citar o ótimo trabalho realizado pelo ator William Nascimento, que nos espanta não só pela assustadora semelhança com Silva, mas por todas as camadas que sua performance entrega. Seja durante as cenas dramáticas ou nas que dialogam com o esporte em si. O próprio “William Nascimento” confessa que “Anderson o ajudou a superar seus próprios medos”. Da mesma forma como um herói costuma fazer.
Ressaltando novamente a coletiva, reproduzo algumas palavras proferidas por Tatiana, em uma específica citação sobre “a importância da subjetividade, do afeto, da personalidade e da pluralidade da existência de cada um de nós” para uma boa criação de uma família. Mas ela ainda vai além ao dissertar sobre o “problema do estereótipo da mulher negra, que deve manter-se sempre forte. Entretanto, elas também querem e merecem ser cuidadas. Pois logicamente, todas as mulheres possuem suas próprias fragilidades e complexidades”. Ademais, a mensagem que fica é que apesar de se manterem estoicas e aparentemente inabaláveis, elas não são e nem devem ser obrigadas a suportar todos os fardos inimagináveis que, porventura, possam atravessar seus caminhos. Ainda que historicamente sua resiliência mostra que de fato já foram e continuam sendo capazes de tais façanhas heroicas.
Conclusão
Por fim, apesar de tudo acima citado, em minha opinião, infelizmente o primeiro episódio se arrasta um pouco mais do que poderia. Este tenta rapidamente apresentar muitos diálogos em pouco tempo. O segundo, entretanto, engrena de forma mais dinâmica, especialmente no que tange às ótimas atuações. Desta maneira, alcançam o que toda peça de entretenimento inspirada em uma historia esportiva deve fazer. Fazem-nos torcer incessantemente não só pelo protagonista, mas por todo o elenco de apoio que o cerca.
Resumindo, temos aqui um produto brasileiro de altíssima qualidade, distribuída por uma gigante da indústria do entretenimento e que tem tudo para agradar não só os amantes de luta, como especialmente, os que, assim como eu, estão ávidos por boas narrativas nacionais. Em relação ao enredo, apesar de, à primeira vista, sugerir uma simplória história de superação, ele nos surpreende ao transformar-se numa mensagem sobre representatividade, ancestralidade, determinismo e liberdade. Ao final, o gosto que fica é doce como o sorvete que Anderson (Bruno Vinícius) e posteriormente (William Nascimento) perseguem por todo o primeiro episódio, para simbolizar uma série que, nas palavras de seus idealizadores e elenco, podem ser definidas em:
- “Família”
- “Dignidade”
- “Excelência”
- “Legado”
- “Perseverança”
- “Sucesso”
- “Emoção”
Obs.: A nota abaixo está relacionada aos dois primeiros episódios.
Anderson Spider Silva estreia amanhã, na plataforma da Paramount + , dia 16 de novembro de 2023.
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