A Primeira Comunhão é o tipo de filme que segue a linha de outros vários, usando a temática católica para contar um enredo de suspense e terror. No entanto, acaba se perdendo no final, tentando chegar numa “moral da história”, por assim dizer.
- Trailer:
- Sinopse: Espanha, final dos anos 1980. A recém-chegada Sara (Carla Campra) tenta se entrosar com os outros adolescentes de uma pequena cidade na província de Tarragona. Se ao menos ela fosse mais parecida com sua melhor amiga extrovertida, Rebe (Aina Quiñones), as coisas seriam mais fáceis. Uma noite, elas vão para uma casa noturna e, na volta, a caminho de casa, elas se deparam com uma menina segurando uma boneca, vestida para sua primeira comunhão. É aí que o pesadelo começa!
Minhas Impressões
Apesar da falta de coesão da lenda apresentada, em A Primeira Comunhão, o longa consegue entregar os típicos jump scares presentes nos filmes do gênero. A trilha ajuda a audiência a chegar na tensão, o que é ótimo para imersão do suspense. Afinal, se fôssemos aguardar para nos assustarmos com a caracterização da assombração, o filme teria uma alta adesão de desistência nos minutos iniciais.
Entretanto, apesar da caracterização da assombração ser uma junção de diversos fantasmas já vistos em filmes do tipo, a direção consegue segurar a expectativa para entender o motivo da forma que ela aparece. Aliás, as cenas de transição entre a realidade física das pessoas e a realidade psicológica delas, durante o transe, foram um dos pontos que gostei do longa A Primeira Comunhão.
Além disso, personagens de núcleos distintos são apresentados no decorrer da trama. Isso dá a entender que haverá uma explicação para o motivo de tudo aquilo. Pois bem, é justamente nessa virada que o filme se perde na direção e roteiro. As explicações necessárias não foram suficientes ou satisfatórias para tirar dúvidas simples, como os esperados “por quês?”. No fim, pareceu mais um filme de terror, pelo terror, com certa correria para uma finalização.
Questões em aberto (pode conter leves spoilers)
Não crie muitas expectativas para uma resposta certeira. Sinceramente, não sei se foi falha de roteiro ou tentativa de continuação. No fundo, em resumo, é como se eu terminasse o filme, com a mesma dúvida que o comecei, só que depois de 1 hora e 40 de minutos de sustos e situações relativamente bem apresentados.
É difícil fazer críticas de um filme, quando ele não te responde nem mesmo o básico. Por exemplo, inicialmente, é verdade, quando da aparição da boneca amaldiçoada, pensei: “Ah, pronto! A Anabelle espanhola, agora”. Mas, essa me chamou atenção por conta das manchas roxas instantâneas na pele das pessoas, parecidas com as marcas de desgaste na superfície do rosto dela. Busquei uma explicação para elas, e… a resposta foi um completo nada. Tentei entender por que, em dado momento, era uma questão de contato, se inicialmente bastava estar no mesmo lugar e… nada, novamente. Todavia, reconheço a tentativa de inovação nesse quesito.
Da mesma forma, sabemos que “A primeira comunhão” é o ato religioso da Igreja Católica no qual é celebrada a primeira vez que a criança cristã irá receber o Corpo e o Sangue de Cristo. Mas, o que isso tem a ver com o filme? Apenas a cerimônia. Esperei alguma explicação mais plausível, também, e nada. Chega a ser frustrante, confesso. Talvez, não seja nada além de uma crítica por parte de quem fez o roteiro, mas nem isso fica claro!
Infelizmente, não foram as únicas perguntas que ficaram em aberto. Na tentativa de juntar as peças, algumas simplesmente não completaram o quebra-cabeça. Quero dizer: “por quê?”, “como?”, “pra quê?”, “qual o motivo?”. Além disso, “termina assim?”, “foi uma tentativa de final aberto?” e, por fim, “é para torcermos por uma continuação ou nunca saberemos?”…
Conclusão
A Primeira Comunhão é o tipo de longa que pode agradar quem está interessado apenas em levar alguns sustos. Mas para quem gosta de entender a razão e a motivação da assombração, nos filmes de terror, principalmente os que lidam com religião, pode acabar se frustrando.
O roteiro, que também foi assinado pelo diretor Víctor Garcia, que dirigiu A Amaldiçoada em parceria com Guillem Clua e Alberto Marini, poderia ter recebido maior atenção e mais cuidado para entregar uma história que vai além dos sustos e mortes premeditadas. Principalmente, no desfecho. Afinal, podemos, realmente chamá-lo de desfecho?
Entretanto, reconheço que a ideia tinha algumas peculiaridades que se tivessem sido trabalhadas de uma maneira melhor, poderiam ter mudado o rumo dessa crítica. Seria essa a impressão dos filmes espanhóis e eu, mera mortal, não captei? Assistam e digam-me o que acharam!
A Primeira Comunhão estreia nos cinemas, dia 30 de março de 2023.
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