OFF | Crítica sobre “Duna: Parte 2”

Fomos convidados para assistir Duna: parte 2 e cá estou para lhes contar o que achei deste tão aguardado filme. Apesar do sucesso de Duna (2021), tendo em vista o seu final anticlimático, restava claro que a trama principal carecia de uma sequência para, de fato, concluir a visão do cineasta Denis Villeneuve, acerca do primeiro livro, lançado por Frank Herbert, na década de 60. Mas será que após quase três anos, Duna: parte 2 consegue entregar de forma satisfatória o que foi inicialmente plantado pelo longa anterior?

• Trailer:

• Sinopse: Em Duna: Parte 2, Paul Atreides (Timothée Chalamet) se une a Chani (Zendaya) e aos Fremen enquanto busca vingança contra os conspiradores que destruíram sua família. Uma jornada espiritual, mística e marcial se inicia. Para se tornar Muad’Dib, enquanto tenta prevenir o futuro horrível, mas inevitável que ele testemunhou, Paul Atreides vê uma Guerra Santa em seu nome, espalhando-se por todo o universo conhecido. Enfrentando uma escolha entre o amor de sua vida e o destino do universo, Paul deve evitar um futuro terrível que só ele pode prever. Se tudo sair como planejado, ele poderá guiar a humanidade para um futuro promissor.

Com o terreno já devidamente preparado, Duna: parte 2, a princípio, já embala expandindo seu universo. Desta forma, vemos Paul Atreides se unindo aos Fremen, em sua luta contra um inimigo comum. Novamente, o grande destaque se dá pela fotografia única e poderosa de Greg Fraiser. Ele se apresentou hábil ao se superar e em preencher a tela com visuais ainda mais belos, em comparação ao filme de 2021.

Minhas Impressões

O longa ainda se faz valer de atuações acima da média de todo o seu elenco principal, principalmente, através de Timothée Chamalet. Com uma evolução surpreendente no arco de Paul Atreides, Zendaya como par romântico e contraponto moral, e Austin Butler como seu psicótico nêmesis merecem aplausos. Entretanto, excepcionalmente, devo citar Javier bardem, que ao encarnar com maestria toda a inocência genuína de seu personagem “Stilgar”, rouba a cena em, literalmente, todas as suas participações em tela.

A trilha sonora de Hans Zimmer, em sua maioria reaproveitada do filme anterior, continua bela. Vale apenas ressaltar que em alguns momentos passa um pouco da conta a tentativa de uma apelação à dramaticidade em cenas que talvez não precisassem tanto.

Já o diretor Denis Villeneuve, tem como uma de suas prioridades dar um toque autoral em alguns dos temas mais marcantes do livro, o que é natural em muitas adaptações. Neste caso específico, através de alegorias sobre anticolonialismo, geopolítica e fanatismo religioso. Em alguns momentos a crítica é bem feita, pois apesar dos temas narrados serem datados dos anos 60, infelizmente ainda continuam sendo extremamente relevantes nos dias de hoje. Contudo, o roteiro dita que em alguns momentos os personagens deixem de agir como personagens envoltos em um mundo fictício. Assim, eles entregam alguns momentos de diálogos que não condizem com o contexto de guerra e vingança em que habitam, o que pode afastar um pouco da experiência.

Conclusão

O último ato apressa-se em buscar rápidas resoluções? Sim.

O encerramento do filme é abrupto e deixa ainda muitas questões que precisam de resoluções, em um possível terceiro filme, adaptando o livro “Messias de Duna”? Sim.

Contudo, de forma alguma, nada tira o brilho do trabalho de Villeneuve. Ele entrega uma sequência apoteótica, em Duna: parte 2, tal como qual sua promessa, ao final do primeiro filme. Um clímax catártico que satisfaz todos que investiram na jornada de Paul Atreides.

Um blockbuster de ficção científica capaz de entregar um espetáculo visual e sonoro, combinando arte, ação e emoção. Algo raro e digno de ser prestigiado nos cinemas.

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