OFF | Crítica sobre “Ela disse”

Ela disse é um verdadeiro grito de socorro.

ALERTA DE GATILHO

Como se trata de um filme cujo assunto é muito delicado, não começarei fazendo meus questionamentos como de costume. Irei direto ao ponto: à sinopse.

• Trailer : 

• Sinopse: A atriz Carey Mulligan (Bela Vingança, Educação) e Zoe Kazan (a série The Plot Against America, Doentes de Amor) estrelam Ela Disse no papel das repórteres do jornal “New York Times”, Megan Twohey e Jodi Kantor, que juntas publicaram uma das matérias mais importantes de toda uma geração: a história que ajudou a lançar o movimento #Metoo, quebrou décadas de silêncio sobre o tema do abuso sexual em Hollywood e transformou a cultura norte-americana para sempre. Dos produtores de 12 Anos de Escravidão, Moonlight: Sob a Luz do Luar, Minari: Em Busca da Felicidade, Selma: Uma Luta pela Igualdade e A Grande Aposta, vencedores do Oscar, e do produtor de A Hora Mais Escura e Trapaça, indicado ao Oscar, Ela Disse é baseado no livro best-seller do “New York Times”, “Ela Disse: Os Bastidores da Reportagem que Impulsionou o #MeToo”, escrito por Megan Twohey e Jodi Kantor.

O que esperar?

Ela disse mostra como e qual foi o processo percorrido de duas jornalistas do The New York Times, para que uma matéria investigativa sobre denúncias de assédio sexual, contra um “figurão” de Hollywood, viesse à tona.

Baseado em fatos reais, o filme mostra, através de uma perspectiva feminina, como é complicado falar sobre determinados assuntos e expô-los à sociedade. Ainda mais quando sequer as vítimas têm coragem, seja por vergonha, medo ou como forma de evitar o assunto e esquecer os atos tão atrozes que viveram.

Ademais, as atrizes Carey Mulligan (“As sufragistas) e Zoe Kazan (“Eu odeio o dia dos namorados“) dão um show de interpretação, nos papéis das jornalistas Megan Thowhey e Jodi Kanter, respectivamente. Ambas demostram empatia e dão esperança e voz às vítimas que constantemente foram silenciadas pelo sistema.

Além disso, podemos citar, como ponto alto do filme, a forma pela qual o roteiro conta a história de um dos maiores predadores sexuais da indústria cinematográfica. A atriz Ashley Judd, por exemplo, faz uma participação especial, narrando o que vivenciou. Paralelamente, outras vítimas famosas que deram autorização à Produção, para citá-las, como é o caso das atrizes Gwyneth Paltrow e Rose McGowan. Outra coisa especial que aparece em Ela disse, é um áudio que acredita-se ser de um verdadeiro abuso cometido contra uma modelo.

Conclusão

Quanto à parte técnica não há nada muito especial. Apenas leve em conta que o modelo de filmagem desse filme segue o mesmo que já havia sido feito em “Spotlight”. A temática assemelha-se muito. Alguns acreditam que Ela disse possui chance de disputar o Oscar, já que quando “Spotlight”, seu percussor, concorreu, venceu a categoria de melhor filme. Contudo, não é apenas esse o motivo pelo qual ele mereceria concorrer à premiação. Sua indicação deve se basear, também, no sucesso que o filme obteve com a crítica nos EUA.

Entretanto, devemos levar em conta, também, que seu ritmo não é muito acelerado, pois nos mostra momentos de uma investigação. Ele não possui aquele tão antecipado clímax num determinado momento. Ele é apenas linear. Então, se você não gosta desse modelo de longa, ou tem problemas com essa temática, esse filme não é pra você. No entanto, se você gosta de filmes inteligentes e baseados em casos reais, com chances altas de concorrer ao prêmio mais alto da academia, vá com tudo. E cuidado com o gatilho!

Dirigido pela vencedora do Emmy, Maria Schrader (minissérie Nada Ortodoxa), a partir do roteiro escrito por Rebecca Lenkiewicz (Ida), vencedora do Oscar e produzidos por Brad Pitt, Dede Gardner e Jeremy Kleiner. Ela disse estreia no cinema, dia 8 de dezembro de 2022.

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