OFF | Crítica sobre “Nosso Amigo Extraordinário”

Saudades de um filminho de 90 minutos? Chega junto, porque vou apresentar o filme “Nosso Amigo Extraordinário”, que chega nos cinemas brasileiros, neste feriado.

• Trailer:

• Sinopse: Milton Robinson (Kingsley) é um senhor rabugento que tem sua vida virada de cabeça para baixo quando um OVNI cai em seu quintal. Para auxiliar o simpático extraterrestre a voltar para casa, ele terá a ajuda de Sandy, interpretada por Harriet Sansom Harris (“Trama Fantasma”, “Licorice Pizza”), e Joyce, vivida por Jane Curtin (“Uma Família de Outro Mundo”, “Eu Te Amo, Cara”). O trio, no entanto, logo cria laços com o inesperado visitante.

Ok, eu sei! Eu sei que a sinopse, o trailer e as imagens do filme possam fazer você achar que essa produção é a bomba do ano. Ledo engano! Esse filme me fez refletir num grau absurdo, que no momento que redijo esse texto, enxugo algumas lágrimas ainda. “Nosso Amigo Extraordinário” deveria ser uma “leitura obrigatória” para o jovem adulto dessa geração. E eu direi o porquê.

Minhas Impressões

Cercado de uma metáfora livre, “Nosso Amigo Extraordinário” aborda a vida de três idosos que encaram a solidão nesta fase de suas vidas, enfrentando (e em partes negando) seus medos e anseios de um futuro próximo. É dificil vermos filmes, cujo o elenco principal são atores da terceira idade e que aborde a realidade que muitos dos nossos pais, ou avós, estão passando. Por vezes, esquecidos por seus familiares e vistos com certa descrença pelo que falam, o trio retrata exatamente como o idoso é tratado na sociedade. E vemos isso de modo pueril, quando o personagem Milton diz que uma espaçonave aterrissou em seu quintal.

É claro que algo assim seria visto com descrença, dito pela boca de qualquer pessoa. Mas, por um idoso, automaticamente esta afirmação ganhou a justificativa de um estado senil ou de demência, provinda da idade. As personagens Sandy e Joyce, chegam para endossar o quanto pode ser dura a realidade de algumas pessoas na terceira idade com a solidão e a indiferença. Vemos isso nos diálogos sobre as relações com os filhos que Milton e Sandy possuem, e a falta de familiares, como no caso da Joyce. O trio vê em Jules (o alienígena), o afeto que faltava na vida de cada um. Principalmente agora que o visitante de outra galáxia é de responsabilidade deles.

Conclusão

Com certeza, você encontrará um metido a sabe-tudo, que reclamará da falta de CGI na caracterização do alienígena Jules. Mas saiba que isso foi proposital. “Nosso Amigo Extraordinário” é dirigido por Marc Turtletaub que dispensou o uso de efeitos visuais, e o dublê que interpretou Jules (Jade Quon) vestiu 11 próteses individuais. Todas criadas por Joshua Turi, que trabalhou nos filmes “O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro” e “MIB: Homens de Preto III”, além de ganhar três prêmios Emmy.

“Nosso Amigo Extraordinário” é uma reflexão da nossa vida. E o quanto, por mais que ela seja corrida para nós, pode ser vagarosa para aqueles que já passaram pela fase que estamos vivendo, hoje. O longa joga a necessidade de olhar para quem muito fez por você, de outro modo. E, por fim, faz pensarmos o tanto de atenção que falta darmos em pequenos detalhes que podem preencher o dia com o sentimento de importância, algo que eles mais precisam neste momento da vida.

Após o final do filme, foi inevitável correr até meus pais e abraçá-los forte, sem dizer nada, fazendo-os sentir exatamente o que eu queria que sentissem: gratidão. Então, neste feriado, o que acha de pegar um cineminha com seu pai, mãe ou avós? “Nosso Amigo Extraordinário” é o filme mais aconselhado para este programa, e ao final, você entenderá porquê a insistência dessa dica.

Nosso Amigo Extraordinário estreia nos cinemas, dia 07 de setembro de 2023.

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