Em Oppenheimer, somos levados a uma jornada íntima, junto ao personagem-título por vários períodos de sua vida. Desde sua fase universitária, onde já demonstrava toda sua genialidade, passando pela culminação de seu notório feito, até às consequências reais que tiveram tal acontecimento. Através de seus olhos, testemunhamos não só o orgulho em, teoricamente, acabar com a segunda guerra mundial, como a dor e a culpa que o perseguiu dali em diante.
- Trailer:
- Sinopse: Escrito e dirigido por Christopher Nolan, Oppenheimer é um thriller épico filmado em IMAX que leva o público ao cerne do pulsante paradoxo vivido pelo enigmático homem que deve arriscar destruir o mundo para tentar salvá-lo.
Minhas Impressões
Em “Leviatã”, ao dissertar acerca da importância das leis como forma de frear o impulso autodestruidor do ser humano, Hobbes disse que “o homem é o lobo do homem”. Analogamente, esta é uma passagem mundialmente conhecida. Por certo, ao abrirmos o jornal pela manhã, podemos receber algumas confirmações desta sentença.
Desta forma, como um só homem poderia, em plenas faculdades mentais, conscientemente carregar o peso em possivelmente condenar toda a existência? Afinal, o contexto é de guerra, onde o próprio governo incumbe a ele a tarefa de criar uma arma com o potencial de, simplesmente, aniquilar adversários momentâneos e, talvez, até a vida na terra.
A importância histórica dos eventos narrados em Oppenheimer é óbvia. Desde a criação da bomba atômica, até então, maior poderio bélico que o arsenal de um país seria capaz de possuir, cada possível confronto armado entre nações, é visto com o receio de um potencial holocausto nuclear. Hoje em dia, o cinismo proveniente de todo o horror testemunhado e absorvido pelo mundo, em razão da fragilidade da condição humana, especialmente após a segunda guerra mundial, faz com que, hoje em dia, vejamos tal cenário com assustadora naturalidade.
Adaptando o livro “Prometeu Americano”, Nolan enfim executa uma produção grandiosamente ambiciosa. No entanto, ao contrário do blockbuster tradicional que promove o escapismo, nada é mais real e visceral do que Oppenheimer. Isso porque, em certo momento, o longa é regido, até mesmo, como um filme de horror, hipnotizando a audiência com uma fotografia letal e exuberante. Dessa forma, alia-se a uma trilha sonora por muitas vezes bela, mas em certos momentos, aterrorizante.
Conclusão
Para finalizar, além dos aspectos técnicos do filme que beiram a perfeição, vale ressaltar que nenhuma das atuações, por mais limitado que seja o tempo de tela, passa despercebida. Similarmente, cada personagem tem a sua devida importância na trama. Em especial, quem brilha é, sem dúvidas, Cillian Murphy, carregando praticamente toda cena do filme com uma sutileza capaz de provocar instantânea empatia com o espectador. Cito, também, Robert Downey Jr. como outro destaque, completamente entregue e magnético em sua performance.
Em resumo, temos toda a magia do cinema, que em sua forma mais pura, cumpre sua proposta de nos levar, não apenas a experimentar sentimentos complexos em um filme denso e difícil de digerir, como também a questionar toda a condição humana, a partir de um dos acontecimentos de maior importância na história de nossa espécie.
Oppenheimer estreia nos cinemas, dia 20 de julho de 2023.
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