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Zack Snyder

É indiscutivelmente um dos diretores e produtores mais influentes, admirados e polarizados de sua geração.

O diretor, roteirista e produtor norte-americano, é conhecido pelo seus trabalhos nos filmes Liga da Justiça, Batman vs. Superman: A Origem da Justiça, Watchmen, Madrugada dos Mortos, Army of the Dead, Rebel Moon e Sucker Punch. [...] Ainda pequeno, foi diagnosticado com Dislexia, [...], o que não o impediu de desenvolver suas próprias habilidades. Muito pelo contrário, o modo pelo qual venceu a dislexia, refletiu sua genialidade em todas as suas obras.
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Trindade DC - Snyderverse
Início Blog Snyder entende Superman, Batman e Mulher-Maravilha melhor que seus críticos
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Snyder entende Superman, Batman e Mulher-Maravilha melhor que seus críticos

  • 05.07.2025
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  • Raquel
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Uma análise completa para desmistificar narrativas superficiais sobre o Snyderverse

 Superman, Batman e Mulher-Maravilha são tão mal adaptados pelo Snyder, quanto os críticos dizem?

“Zack Snyder destruiu Superman”, “Snyder matou a esperança do Superman”, “Zack Snyder não entende os personagens”, “Superman nunca mataria, Snyder destruiu a essência dele”, “Batman não mata! Esse Batman é um assassino psicopata.”, “A mulher-maravilha do Snyder ficou mais violenta do que inspiradora.”

Já que “os verdadeiros fãs da DC” não conseguem aproveitar o lançamento da DC Studios, com o novo filme “Superman”, dirigido pelo cara que, supostamente, vai “salvar a DC”, sem precisar citar Zack Snyder a cada cinco minutos, então vamos falar dele de uma vez. Porque, goste você ou não, o legado dele continua assombrando — ou iluminando — qualquer discussão sobre esses personagens.

Editorial: o Snyderverse mora de graça na cabeça de quem queria esquecê-lo

Existe uma narrativa insistente — e superficial — que tenta reduzir o trabalho de Zack Snyder como diretor de filmes da DC a meras adaptações ruins ou interpretações equivocadas dos personagens. Alguns dizem que Snyder “não entendeu o Superman” ou que “estragou o Batman”. Mas basta uma leitura atenta dos quadrinhos para perceber que o que Snyder fez foi adaptar algumas das fases mais complexas e adultas desses heróis, fugindo da leitura infantilizada que parte do público esperava.

Mais do que isso, essas críticas caem por terra com uma análise cuidadosa das fontes originais — as histórias em quadrinhos que fundamentam esses personagens.

Snyder não inventou um Superman mais introspectivo, sombrio e melancólico, um Batman mais violento e brutal ou uma mulher-maravilha guerreira: ele tirou esses elementos diretamente das próprias HQs, adaptando versões já consagradas, ainda que menos conhecidas do grande público, que costuma ter como referência apenas o Superman de Christopher Reeve (1978) ou as animações clássicas da TV, como Liga da Justiça (2001), que tendem a um tom mais leve e otimista.

Em resumo, ele adaptou fases dos quadrinhos onde essas características já estavam presentes, fases essas muito mais adultas, complexas e densas do que a maioria do público leigo imagina. Mas, neste editorial, vamos falar ponto-a-ponto. Então, ajeite-se na cadeira e boa leitura!

A Trindade da DC e seus códigos morais: Superman, Batman e Mulher-Maravilha

Ao analisar o trabalho de Zack Snyder com a Trindade da DC — Superman, Batman e Mulher-Maravilha — é essencial compreender que cada um desses personagens carrega um código moral distinto, refletindo suas origens, filosofias e jornadas pessoais. Essa diferenciação ajuda a desmistificar muitas críticas superficiais que tentam uniformizar seus comportamentos ou condenar as escolhas do diretor como “não fiéis” ao espírito dos heróis.

Superman

No caso do Superman, Zack Snyder constrói sua adaptação a partir de versões mais humanas e vulneráveis do personagem, afastando-se da imagem simplista do herói infalível. Snyder apresenta um Clark Kent que carrega dúvidas, conflitos internos e limitações morais. A decisão controversa de matar o General Zod em “O Homem de Aço” (2013) é o ponto-chave dessa abordagem. Essa ruptura com o tradicional código moral — onde o Superman evita tirar vidas — não é uma mera reinvenção sem base, mas uma escolha narrativa fundamentada em diversas fases das HQs em que o herói enfrenta dilemas éticos extremos.

Código Moral posto à prova
Capa de “Death of Superman” – DC
Capa de “The Man of Steel” (1986) – DC Comics

Autores como John Byrne (“O Homem de Aço“) de 1986, Grant Morrison (“All Star Superman“), Dan Jurgens (“A Morte do Superman“) e J. Michael Straczynski (“Grounded”) já haviam explorado um Superman que não é um deus inatingível, mas alguém que sente, sofre e erra. Snyder, então, adapta essa complexidade, mostrando um herói que precisa tomar decisões difíceis em um mundo imperfeito. Ao matar Zod para salvar inocentes, o Superman de Snyder não age por frieza, mas por desespero e responsabilidade. Não é uma vitória gloriosa; é um peso moral que Clark carrega a partir dali.

Vale lembrar que a DC Comics não é estranha a essas discussões morais. Em “The Dark Knight Returns“ (1986, Frank Miller), embora a história foque no Batman, Superman aparece como uma figura imponente, que atua como agente do governo e cuja autoridade e obediência cega inspiraram críticas e versões autoritárias do personagem. Mesmo sem matar diretamente, ele simboliza o perigo de um poder sem questionamentos.

Nas animações e no DCAU (Universo Animado da DC), Superman enfrenta dilemas semelhantes. Em “Superman: The Animated Series” (1996–2000) e Justice League Unlimited (2004–2006), vemos o personagem confrontando situações em que precisa controlar sua imensa força e lidar com ameaças que poderiam justificar respostas extremas, mas ele busca sempre agir de forma ética. Em algumas dessas situações, ele chega perto de ultrapassar seu limite moral, segurando-se por pouco. Entretanto, em universos alternativos, a linha é cruzada.

Em “Injustice: Gods Among Us” (2013), baseado no jogo e nos quadrinhos homônimos, vemos um Superman transformado num tirano após perder Lois Lane e seu filho num atentado orquestrado pelo Coringa. Nessa realidade, ele mata vilões e heróis sem remorso, impondo uma ordem global pela força bruta. É uma exploração clara do “e se?”, mostrando até onde o Superman poderia ir em um cenário de trauma absoluto. Embora Injustice tenha sido lançado no mesmo ano de Man of Steel, não houve influência direta entre as obras; ambas, no entanto, refletem a busca da DC por uma versão mais adulta e sombria do personagem naquele período.

Em síntese, quando o Superman mata, normalmente isso ocorre em universos alternativos ou cenários extremos onde ele está corrompido, é levado ao limite ou precisa fazer uma escolha sem saída. Esta é a verdadeira essência do Superman e Snyder imprimiu isso perfeitamente. Nas versões tradicionais e clássicas, ele busca alternativas, mas mesmo assim não está isento de situações em que eliminar a ameaça é a única solução. Snyder, portanto, não cria um Superman assassino gratuito, mas trabalha esse dilema dentro de um contexto realista e humano.

As vezes em que o Superman precisou matar

Nos quadrinhos “Superman: Birthright” (2003–2004), por exemplo, vemos Clark evitando matar sempre que possível, mas utilizando força letal contra máquinas e robôs alienígenas quando necessário, preservando vidas humanas. Em “O Homem de Aço” (2013), Snyder reproduz um dilema semelhante: sem a Zona Fantasma, kryptonita ou outros recursos clássicos para neutralizar Zod, e com civis em risco iminente, Clark é forçado a tomar uma decisão impossível. Ele mata para salvar, e o peso emocional da escolha é explicitamente mostrado. Não há celebração, apenas luto e remorso.

Capa de “Superman / Batman: Public Enemies” (2003-2004)- DC Comics

O mesmo acontece em “Superman/Batman: Public Enemies” (2003–2004), de Jeph Loeb e Ed McGuinness, onde Superman enfrenta vilões e ameaças cósmicas com muito mais agressividade, incluindo o uso de força potencialmente letal. Já em “Superman: Grounded” (2010–2011), Straczynski apresenta um Superman introspectivo e dividido, que se questiona sobre seu papel e enfrenta dilemas morais cotidianos e extraordinários, chegando perto do limite.

Em outras HQs, como “The Phantom Zone“ (1982), Superman enfrenta criminosos kryptonianos fugitivos da Zona Fantasma. Já em algumas versões, ele é forçado a eliminá-los ou selá-los permanentemente, conscientes de que aquilo pode equivaler à morte.

Em “Whatever Happened to the Man of Tomorrow?” (1986), escrita por Alan Moore, Superman mata Mr. Mxyzptlk, ainda que este seja um ser extradimensional. O peso desse ato é tão grande que Clark se aposenta como Superman, encerrando sua jornada como herói. Em outras sagas cósmicas, como “Exile” (1988) e diversas histórias dos anos 80/90, Superman destrói armas sencientes, máquinas alienígenas conscientes e criaturas ameaçadoras quando não há outra saída para proteger vidas.

Novamente, após o lançamento de O Homem de Aço (2013), seguindo a mesma essência imprimida pelo Snyder e outras obras anteriores, no arco de “Warworld“, enfrentando Mongul e suas forças, Superman elimina armas biológicas e destrói ameaças vivas, ainda que não sejam humanos. Mongul, um senhor da guerra intergaláctico, representa o tipo de inimigo que desafia qualquer código ético tradicional. Nesses combates, Superman prioriza a vida dos inocentes, mesmo que precise destruir completamente a ameaça.

Conclusão

Portanto, o que Snyder faz em “O Homem de Aço” não é sem precedentes: é a adaptação para o cinema de situações que já aconteceram nos quadrinhos. Snyder, porém, toma o cuidado de mostrar que Clark ainda está amadurecendo como herói. Ele não tem todos os recursos à sua disposição, não tem a experiência de anos de carreira e não enxerga outra solução no momento da crise. Sua decisão é uma resposta desesperada a uma ameaça iminente, não um ato frio de execução.

Capa de “Superman: Red Son” – DC

Outros exemplos semelhantes aparecem em histórias alternativas, como em “Justice League: Warworld” (2021), onde vemos versões corrompidas e brutais dos heróis, incluindo um Superman que usa força letal sem hesitação. Em “Superman: Speeding Bullets” (1993), Bruce Wayne é criado como Clark Kent, e torna-se um Batman com superpoderes, assumindo uma abordagem extremamente violenta e letal, confundindo ainda mais os limites éticos entre os dois personagens. Já na animação “Superman: Red Son” (2020), baseada na HQ homônima, o Superman soviético, criado sob a doutrina comunista, não hesita em eliminar opositores e dissidentes em nome do bem coletivo, agindo de forma muito mais autoritária do que seu equivalente americano tradicional.

No entanto…

Curiosamente, essas adaptações alternativas, muitas vezes mais sombrias e brutais do que a de Snyder, não recebem o mesmo ódio dos fãs ou da crítica. O que Snyder fez foi trazer para o mainstream cinematográfico um Superman ainda jovem, inexperiente, que precisa lidar com a dor de matar para salvar. Diferente das versões tirânicas como em “Injustice”, o Superman de Snyder sente o peso da decisão, e isso é o que o torna humano.

Portanto, a ideia de que “o Superman jamais mataria” é uma leitura seletiva da história do personagem. Ele evita matar? Sim. É seu último recurso? Com certeza. Mas dizer que nunca matou é simplesmente ignorar décadas de quadrinhos e animações onde dilemas morais forçaram o personagem a ir além de seus próprios limites.

Batman

O Batman, por sua vez, possui um código moral mais complexo e flexível, moldado por seu trauma pessoal e por uma visão extremamente pragmática do combate ao crime. Ao longo das décadas, esse código foi retrabalhado diversas vezes, oscilando entre extremos de brutalidade e contenção ética, sempre acompanhado por um forte dilema interno.

Capa de “The Dark Knight Returns” – DC

Nos quadrinhos e adaptações que inspiraram Snyder, como “The Dark Knight Returns” (Frank Miller, 1986), vemos um Batman envelhecido, amargurado e cansado, que não hesita em utilizar violência extrema e até métodos potencialmente letais quando acredita que a situação o exige. Nesse clássico, Batman não mata diretamente com armas de fogo, mas usa rifles, lança-chamas e dispositivos explosivos em suas ações, deixando implícito que sua tolerância ao uso da força letal já não é mais a mesma do passado. Ele enfrenta criminosos e milícias de maneira brutal, visando salvar Gotham a qualquer custo, mesmo que precise ultrapassar limites.

Na Era de Ouro, durante seus primeiros meses de existência em “Detective Comics #27 a #38” (1939–1940), Batman usava pistolas e matava bandidos em situações extremas. Chegou a executar criminosos, atirar em monstros e deixar um vilão morrer pendurado em um avião. Essa versão mais violenta e sem restrições foi suavizada a partir de 1941, quando a DC Comics decidiu tornar o personagem mais acessível ao público infantil e mais alinhado ao Código de Ética dos quadrinhos (Comic Code Authority). Foi nessa época que Batman abandonou completamente o uso de armas de fogo e adotou seu código moral mais conhecido, baseado na não letalidade.

O retorno do uso de armas e pistolas

Entretanto, diversas histórias posteriores voltaram a explorar as tensões morais do personagem. Em “Batman: Year Two” (1987), escrita por Mike W. Barr, Batman retoma a arma que matou seus pais — uma decisão carregada de simbolismo — para caçar o Ceifador (The Reaper), um vilão que representa tudo aquilo que Bruce combate. Essa história apresenta um herói à beira do colapso moral, lutando contra o desejo de cruzar sua própria linha ética. Em “Batman: The Cult” (1988), enfrentando o fanático religioso Deacon Blackfire, Batman chega ao seu limite físico e psicológico, levando-o a sabotar as operações do culto, o que resulta em mortes indiretas de vários seguidores. Aqui, novamente, a letalidade não é o objetivo, mas se torna uma consequência inevitável da guerra que ele trava.

Capa de “Flashpoint” (2011) – DC

Em universos alternativos e histórias paralelas, o Batman matador é ainda mais explícito. Em “Flashpoint” (2011), por exemplo, o Batman não é Bruce Wayne, mas seu pai, Thomas Wayne, que após a morte do filho adota uma abordagem completamente diferente: ele usa pistolas, metralhadoras e não hesita em matar criminosos de forma fria e calculada. Essa versão foi adaptada também na animação “Justice League: The Flashpoint Paradox” (2013), onde Thomas Wayne é mostrado como um vigilante violento e letal.

Nas animações do universo principal, como “Batman: The Animated Series” (1992–1995) e “Justice League Unlimited” (2001–2004), Batman mantém seu código contra matar, mas ainda assim utiliza métodos de extrema violência física, psicológica e tática. Já em obras como “Mask of the Phantasm” (1993), vemos um jovem Bruce Wayne, antes de se tornar o Batman definitivo, cogitando usar uma pistola para combater o crime, evidenciando que seu código ético foi uma construção, não algo inato. Em “Batman Beyond: Return of the Joker” (2000), no flashback, quem cruza a linha é Tim Drake, o segundo Robin, que mata o Coringa em uma situação extrema, mas a narrativa sugere que Batman também esteve próximo de quebrar sua regra, vivendo em constante conflito com seus limites.

Existem ainda outras realidades e histórias que mostram diferentes Batmans usando armas ou adotando métodos mais radicais. Em “Batman Earth One” (2012–2021), Bruce Wayne é mostrado como um vigilante ainda em construção, inexperiente e falho, que chega a empunhar armas antes de definir seu código. Em “Gotham by Gaslight” (1989 HQ e 2018 animação), ambientada no século XIX, Batman utiliza facas e armas rudimentares típicas da época, enfrentando o crime de forma mais direta e letal. Essas versões elseworld são importantes para demonstrar como o personagem pode variar de acordo com o contexto e a proposta narrativa.

As vezes em que o Batman mata

No cinema, Zack Snyder adapta a visão mais sombria e pragmática do Batman apresentada por Frank Miller. Em “Batman vs Superman: Dawn of Justice” (2016), o Batman vivido por Ben Affleck usa armas montadas no Batmóvel e lança explosivos durante perseguições e confrontos. Também mata criminosos diretamente e indiretamente, como em cenas em que veículos inimigos explodem com pessoas dentro, ou quando ele dispara contra bandidos em combate corpo a corpo. Essa versão do personagem é inspirada no Batman endurecido, que perdeu a fé na humanidade após anos de luta solitária e pelo trauma da morte do Robin (Jason Todd), evocando o mesmo espírito de exaustão visto em “The Dark Knight Returns”.

Capa de “Batman: Arkham Knight” (2015) – DC Comics

No universo dos games, “Batman: Arkham Knight” (2015) apresenta um herói que, apesar de afirmar não matar, utiliza o Batmóvel equipado com armas não letais e tecnologias que, na prática, poderiam causar mortes em situações reais. A insistência do jogo em classificar as armas como “não letais” é contraditória diante da violência visual e do impacto dos combates.

Portanto, afirmar que o Batman de Snyder está “errado” por matar ou usar armas de fogo demonstra desconhecimento da amplitude histórica e narrativa do personagem. O Batman sempre foi um personagem moldado por seus dilemas internos e pelo contexto em que é retratado. Existem Batmans mais puristas e pacifistas, assim como existem versões que abraçam a letalidade em nome de um bem maior ou como resultado de uma alma quebrada pela dor. Snyder optou por adaptar um Batman em crise, próximo ao limite, inspirado nos momentos mais sombrios das HQs e animações. Um Batman que, cansado, endureceu seu coração e cruzou linhas que antes temia atravessar.

Mulher-Maravilha

A Mulher-Maravilha ocupa uma posição única na Trindade da DC. Enquanto Superman representa a esperança e Batman a vigilância, Diana encarna a guerreira — uma heroína que alia compaixão e sabedoria à força e ao instinto de combate. Originária de Temiscira, uma sociedade matriarcal e guerreira inspirada nos mitos gregos, Diana foi criada sob o código das amazonas: a luta é honrosa e, quando necessária para proteger inocentes ou restaurar a justiça, a morte não é um tabu, mas uma consequência da guerra.

As vezes em que a Mulher-Maravilha é uma guerreira que mata
Capa de “Infinite Crisis (2005-2006)” – DC

Essa característica aparece de forma recorrente nas HQs. Um dos exemplos mais emblemáticos ocorre em “Infinite Crisis” (2005), quando Maxwell Lord controla mentalmente o Superman, fazendo dele uma ameaça global. Diante da impossibilidade de deter Lord de outra forma, Diana toma uma decisão extrema: quebra seu pescoço ao vivo, em rede mundial, salvando Superman e, possivelmente, o planeta. Essa cena causou um enorme impacto no universo DC, dividindo heróis e colocando em debate os limites éticos da Justiça. Mas também evidenciou que a Mulher-Maravilha não hesita em fazer o necessário quando vidas estão em jogo.

Outro exemplo relevante está na saga “A Guerra dos Deuses” (1991), escrita por George Pérez, onde Diana lidera as amazonas em uma batalha mitológica contra entidades divinas e forças sobrenaturais. Nessa história, sua postura como guerreira protetora é clara: ela luta não por glória pessoal, mas pela manutenção da paz e da harmonia entre os mundos. Pérez sempre retratou Diana como uma figura de equilíbrio entre a força bruta e a diplomacia, mas que não foge da guerra quando a diplomacia falha.

No arco “Wonder Woman: Hiketeia” (2002), escrito por Greg Rucka, vemos uma Diana protetora, mas implacável. Ao acolher uma jovem juramentada sob a antiga tradição da Hiketeia, ela entra em conflito direto com Batman, chegando às vias de fato para proteger a honra do ritual e a vida da protegida. Aqui, fica claro que seu código de honra pessoal supera alianças e protocolos de super-heróis.

Em outras histórias como “The Circle” (2008) e “Rise of the Olympian” (2009), Diana enfrenta não só inimigos mortais, mas dilemas morais e culturais que a colocam entre a tradição amazona e seu papel como embaixadora da paz. Em ambas as sagas, ela lidera exércitos, combate deuses e monstros e toma decisões que muitas vezes resultam na morte de inimigos que representam ameaças existenciais.

Capa de “Os Novos 52” – DC

Nas animações, seu perfil guerreiro também é evidente. Em “Wonder Woman” (2009), adaptação da origem da heroína, Diana enfrenta o deus Ares em um combate mortal, onde o inimigo não tem sua vida poupada. Já em “Justice League” (2001–2004) e “Justice League Unlimited” (2004–2006), do DCAU, apesar de manter um código heroico, ela demonstra ser a mais combativa da Liga, não hesitando em derrubar ou até eliminar inimigos sobrenaturais ou robóticos quando necessário.

Na série animada “Justice League: War” (2014), baseada nos “Novos 52“, vemos uma Mulher-Maravilha recém-chegada ao mundo dos homens, que encara a guerra de forma muito mais direta e naturalizada. Ela se maravilha com o combate, desfruta da luta e enfrenta inimigos alienígenas sem nenhuma hesitação em ferir gravemente aqueles que ameaçam inocentes.

Conclusão

Nos filmes de Zack Snyder, especialmente em “Batman vs Superman: Dawn of Justice” (2016) e “Liga da Justiça de Zack Snyder” (2021), Diana é apresentada exatamente dessa forma: uma guerreira milenar que luta com eficiência, usando espada e escudo, e que não hesita em decapitar inimigos como Lobo do Estepe, cuja ameaça à Terra justificava uma resposta extrema. Snyder não inventou essa postura letal: ele a adaptou diretamente da tradição amazona e das versões dos quadrinhos e animações que apresentam Diana como combatente feroz, mas guiada por um senso de justiça.

Essa abordagem está longe de distorcer a personagem. Ao contrário, respeita sua essência. A Mulher-Maravilha não compartilha do pacifismo absoluto do Superman nem da hesitação moral de Batman; seu código é outro: proteger os inocentes e manter a paz, mesmo que isso exija ações drásticas. Ela não mata por prazer ou vingança, mas por necessidade, algo que as amazonas consideram parte da ordem natural da guerra.

Portanto, a crítica de que Snyder teria transformado Diana em uma guerreira violenta ignora décadas de histórias em que a personagem foi exatamente isso: uma guerreira nobre, uma líder militar e uma defensora da paz conquistada, não da paz utópica. O que Snyder fez foi apenas devolver à personagem sua raiz mítica e heroica, diferente das versões suavizadas para públicos infantis.

Sua Mulher-Maravilha é fiel à de George Pérez, Greg Rucka, Gail Simone e muitos outros autores que souberam equilibrar a compaixão da embaixadora com a ferocidade da guerreira. Ela não é apenas um símbolo feminino ou uma princesa idealizada: é uma deusa da guerra quando necessário, e uma guia moral quando possível.

Narrativas e Visuais: O Domínio de Zack Snyder Sobre a Trindade da DC

Após entendermos a profundidade com que Zack Snyder adapta o Superman, Batman e Mulher-Maravilha, é fundamental avançar para a análise das escolhas narrativas e visuais que consolidam seu domínio sobre esses personagens icônicos. A acusação de que Snyder “não entende” esses heróis não resiste a um exame cuidadoso de suas referências — que são não só explícitas, mas reverenciam fases marcantes dos quadrinhos e animações, muitas vezes ignoradas por uma crítica rasa.

Superman: A Reinvenção Visual e Narrativa Como Continuidade das HQs Modernas

Como vimos, Zack Snyder não criou do zero um Superman sombrio e indeciso — ele adaptou versões consagradas nos quadrinhos, embora menos conhecidas pelo público que cresceu apenas com o otimismo da Era de Prata ou com o carisma leve de Christopher Reeve. Sua versão é fiel às fases mais complexas e humanas do herói, onde Clark Kent é retratado como alguém em constante construção, dividido entre sua origem kryptoniana e sua vida como humano.

Influências para Superman

Visual Superman

A principal referência está em “O Homem de Aço” (1986), de John Byrne, que remodelou Clark como um jovem em busca de propósito, ainda descobrindo o que significa ser herói. Essa visão se soma à abordagem quase mitológica de “All Star Superman“, de Grant Morrison, e à vulnerabilidade emocional de “Superman: Earth One“, que afastam o personagem da imagem de um deus perfeito e o aproximam de um homem repleto de dúvidas e responsabilidades.

Visualmente, Snyder traduziu essas narrativas em detalhes que remetem diretamente às HQs. O uniforme azul escuro, com texturas inspiradas em “Krypton Chronicles” e “Earth One“, substitui o brilho colorido da Era de Prata por algo mais sóbrio e culturalmente kryptoniano — não uma fantasia costurada pela Martha Kent, mas um legado de sua verdadeira origem. A icônica cueca vermelha, já descartada nos “Novos 52“, ficou de fora, afastando o herói de um visual infantilizado e o aproximando da estética funcional do século XXI. Aliás,

O traje preto em “Liga da Justiça de Zack Snyder” (2021), por sua vez, não é invenção cinematográfica: ele vem diretamente da saga “The Return of Superman” (1993), onde simboliza não apenas a recuperação física do herói após sua morte, mas também seu renascimento moral. Snyder manteve a capa — escolha estética própria — mas conservou o simbolismo do uniforme como representação de um Superman que retorna mais maduro e consciente de seu papel.

E sobre Clark matar Zod?

Superman | Henry Cavill não desistiu do personagem – Galáxia Nerd

Mesmo seus dilemas morais são enraizados nos quadrinhos. A controversa cena em que Clark mata Zod em “O Homem de Aço” (2013) ecoa o dilema vivido pelo herói em “O Homem de Aço” #22 (1988), onde ele executa Zod e outros kryptonianos para proteger a Terra. Em ambos os casos, não é um ato de violência leviana, mas um sacrifício moral extremo, que pesa sobre sua consciência.

Ao unir essas camadas visuais e narrativas, Snyder demonstra profundo respeito pelas raízes do personagem. Sua adaptação não é fruto de improviso ou desconhecimento, mas de estudo e reverência por fases fundamentais da trajetória do Superman. Longe de ser um amador que “descaracterizou” o herói, Snyder provou ser um estudioso atento à evolução do personagem nas HQs.

O Legado de Jor-El: de Richard Donner a Grant Morrison

Outro elemento importante é o papel de Jor-El, pai biológico de Kal-El (Superman), e sua influência filosófica sobre a missão do herói. No filme de Snyder, Jor-El, interpretado por Russell Crowe, tem falas que são adaptações claras e conscientes de diálogos famosos de outras mídias.

Primeiro, há o clássico discurso de Marlon Brando em “Superman” (1978), dirigido por Richard Donner, onde Jor-El fala para seu filho para ele ser a esperança da humanidade, que a humanidade pode ser notável e que Kal-El deve lhes mostrar o caminho.

“Eles podem ser pessoas notáveis, Kal-El, se mostrarem o caminho.” ~ Superman (1978), Jor-El (Marlon Brando)

A maneira como Snyder retrata Krypton e Jor-El demonstra profunda compreensão das motivações do Superman. Em “O Homem de Aço“, Russell Crowe entrega falas que não são meramente dramáticas, mas adaptações fiéis das lições deixadas por Jor-El em diversas mídias, como no filme de 1978 e na HQ “All Star Superman“. Depois, há a referência direta à minissérie “All Star Superman” (2005-2008), escrita por Grant Morrison e desenhada por Frank Quitely, uma das obras mais filosóficas e poéticas já escritas sobre o personagem. Nela, Jor-El explica que Clark deve viver entre os humanos para entender onde sua força é necessária e que ele é enviado para inspirar as pessoas a alcançar o seu melhor.

“Você precisa viver como eles, para descobrir onde sua força é necessária. Eles querem ser notáveis, mas lhes falta a luz que mostre o caminho.” ~ All Star Superman

Ali, o Superman é tratado como um ideal de inspiração, não apenas um salvador físico. No filme de Snyder, essa essência é mantida, com a frase adaptada para:

“Você dará ao povo da Terra um ideal a seguir. Eles tropeçarão, cairão, mas, em tempo, se juntarão a você no Sol.”

Portanto…

Não há aqui uma invenção de Snyder. Há continuidade. Esta fala sintetiza o legado de esperança e luta que o Superman deve representar, não um salvador infalível, mas um símbolo que inspira e guia. Traduz a essência da missão do Superman. Snyder apresenta Clark como um homem que não é o salvador perfeito, mas a centelha que inspira o mundo a buscar algo maior, exatamente como Jor-El sonhava.

Batman: A Personificação do Cavaleiro das Trevas de Frank Miller

Visual Batman

A versão de Batman apresentada por Zack Snyder é uma homenagem direta e consciente a “O Cavaleiro das Trevas” (1986), de Frank Miller — uma obra que redefiniu Bruce Wayne para uma geração mais adulta e desencantada. O traje cinza e preto, com o logotipo largo ocupando o peito inteiro, e a armadura robusta usada no combate contra Superman foram adaptados quase quadro a quadro da HQ. Até detalhes como o formato curto das orelhas e a robustez física do personagem seguem fielmente o design original. Nos filmes de Snyder, esse Batman não hesita em explodir caminhões, derrubar criminosos com brutalidade e usar armas montadas em seus veículos — não por prazer, mas porque vive num mundo onde acredita que as regras convencionais já não bastam. Assim como em Miller, ele é um vigilante que questiona seus próprios limites éticos.

Mas Snyder não parou no visual: sua construção de Bruce Wayne vai além da superfície. Aqui temos um Batman exausto, endurecido pelos anos de luta, cujos movimentos rígidos, olhar desconfiado e decisões impiedosas traduzem fielmente o homem quebrado que Miller escreveu. Esse Bruce carrega não só cicatrizes físicas, mas também um desgaste emocional profundo — algo que muitos críticos, presos a versões mais romantizadas do personagem, preferem ignorar.

Influências para Batman

Dissecamos o trailer de Batman Vs. Superman

As críticas que acusam Snyder de “descaracterizar” Batman revelam um desconhecimento histórico. O lado violento e letal do Cavaleiro das Trevas sempre existiu em diversas fases dos quadrinhos. Na Era de Ouro, por exemplo, Batman usava armas de fogo e eliminava criminosos sem hesitação, como visto em “Detective Comics” #27 a #38 (1939–1940). Em fases posteriores, como “Batman: Year Two” (1987), “The Cult” (1988) e “Flashpoint” (2011), Bruce cruzou ou flertou perigosamente com a linha da letalidade, deixando claro que seu código moral não é uma regra absoluta, mas um princípio constantemente testado por circunstâncias extremas.

Reduzir o personagem à versão contida e limpa de algumas animações ou filmes anteriores é ignorar a pluralidade do Batman nas HQs. Snyder, longe de deformá-lo, resgatou uma de suas faces mais densas e complexas: o homem que luta contra o crime, mas também contra seus próprios demônios.

Mulher-Maravilha: A Guerreira Inspirada em Fases Clássicas e Modernas

Visual Mulher-Maravilha

Sob a direção de Zack Snyder, a Mulher-Maravilha é apresentada não como a princesa idealizada e ingênua da Era de Ouro. Melhor ainda, ele a apresenta como uma guerreira estrategista e líder que honra as complexidades trazidas pelas histórias em quadrinhos modernas.

Seu retrato visual e narrativo se inspira fortemente em fases icônicas como “Deuses e Mortais” (1987), de George Pérez, que resgatou a mitologia das amazonas com um tom épico e realista, mostrando Diana como uma deusa guerreira complexa e multifacetada. Também em “The Hiketeia” (2002), escrita por Greg Rucka, que aprofunda seu lado humano e ético, trazendo uma perspectiva mais sombria e madura sobre suas responsabilidades e dilemas morais. Além disso, as influências de “Terra Um” (2010-2013), de Grant Morrison, são claras na construção de uma Diana que é ao mesmo tempo poderosa e vulnerável, uma jovem princesa aprendendo seu papel em um mundo turbulento. Já os “Novos 52” reforçam o visual de combate — com armadura robusta, espada e escudo constantes — e aprofundam seu papel como uma guerreira pragmática e determinada.

Gal Gadot confirma planos para "Mulher-Maravilha 3"

O traje de Diana no Snyderverse reflete esses fundamentos. A armadura que ela usa é funcional e simbólica, construída para o combate e inspirada nas representações mais sólidas das amazonas nos quadrinhos modernos, que abandonam o estereótipo da beleza superficial para priorizar o realismo guerreiro. O uso da espada e do escudo constantes, que aparecem em praticamente todas essas fases mencionadas, é uma marca registrada da personagem que Snyder respeita e enfatiza. A escolha da paleta mais sóbria e da textura metálica reforça essa ligação com a tradição visual de obras como “Gods and Mortals” e os “Novos 52“, que fazem de Diana uma combatente feroz, mas inteligente e estratégica.

Estética de Themyscira

Visual Themyscira

A ambientação de Themyscira segue o mesmo rigor. Longe de uma ilha de fantasia caricata, Snyder opta por uma arquitetura que remete à Grécia Clássica, mas com um realismo naturalista e uma profundidade cultural que ecoam as representações encontradas em “Rebirth” e nos “Novos 52“. Essas linhas editoriais tratam Themyscira como uma civilização antiga, com tradições, histórias e uma complexidade social própria, o que confere ao cenário do filme um peso e autenticidade muitas vezes negligenciados em adaptações anteriores.

Ao trazer essa Mulher-Maravilha para o cinema, Snyder não apenas respeita a personagem — ele a posiciona em sua rica tradição narrativa e visual, fundamentada em décadas de histórias que a retratam como uma guerreira plena, com todas as contradições e desafios que esse papel implica. Críticas que veem sua versão como “bruta demais” ou “dura demais” simplesmente ignoram a profundidade das fontes que serviram de base para o filme, desde Pérez até Morrison e Rucka, que nunca pintaram Diana como uma princesa delicada, mas como uma líder forte e estratégica que carrega o peso da guerra e da paz.

Outros Heróis e o Coeso Universo Visual

Embora a maior parte das críticas concentre-se na Trindade, Zack Snyder revela um conhecimento visual e narrativo igualmente profundo na construção dos demais membros da Liga da Justiça, refletindo influências claras e consistentes das histórias em quadrinhos modernas.

Flash, Aquaman e Ciborgue

O Flash, vivido por Ezra Miller, aparece com um traje protótipo e ainda improvisado, que traz à tela a essência do personagem jovem e inexperiente. Seu design é fortemente inspirado na fase dos “Novos 52“, onde Barry Allen ainda está em processo de definir sua identidade como velocista, assim como no universo de “Injustice“, que explora as tensões e as dificuldades de um herói em construção. Essa representação reforça a ideia de um Flash vulnerável, em evolução, ainda aprendendo a controlar seus poderes e seu papel no time.

Jason Momoa interpreta um Aquaman visualmente bárbaro e tribal, longe do rei tradicional dos contos infantis. Essa versão bebe diretamente da fase escrita por Geoff Johns nos “Novos 52“, em que Arthur Curry se distancia da realeza e luta para ser aceito tanto no mundo humano quanto no reino subaquático. O visual rústico, com armaduras inspiradas em elementos naturais e um aspecto quase guerreiro tribal, destaca a complexidade do personagem, que enfrenta dilemas internos e sociais profundos — uma construção muito mais rica do que o estereótipo simplista da figura mitológica.

O Ciborgue, interpretado por Ray Fisher, traz para o cinema um design high-tech sofisticado e funcional, que é uma tradução direta das versões modernas dos “Novos 52” e das animações recentes da DC. Victor Stone não é apenas um homem com próteses mecânicas; é uma fusão orgânica entre carne e tecnologia, simbolizando o futuro dos heróis e as possibilidades narrativas que surgem do conflito entre humanidade e máquina. Esse aspecto tecnológico e emocional é explorado com cuidado, mostrando um personagem complexo, cheio de conflitos internos.

VIsual Flash
VIsual Aquaman
Visual Ciborgue
Ou seja…

O tom estético geral do Snyderverse reflete o trabalho de grandes quadrinistas como Jim Lee, Alex Ross e Frank Miller, que elevam os super-heróis ao status de figuras quase mitológicas, em vez de meros personagens cotidianos. As lentes escuras, os contrastes dramáticos e os enquadramentos grandiosos não são escolhas estilísticas arbitrárias, mas um esforço consciente para transmitir a monumentalidade e o peso simbólico desses heróis no imaginário coletivo. Snyder não busca realismo banal; ele cria uma mitologia visual coerente e impactante, digna das páginas mais icônicas dos quadrinhos que o inspiraram.

Respondendo às Acusações: A Verdadeira Essência por Trás do Trabalho de Zack Snyder

As críticas mais comuns direcionadas ao trabalho de Zack Snyder — de que ele “destruiu o Superman”, “matou a esperança do herói”, “não entende os personagens” ou “transformou Batman e Mulher-Maravilha em versões distorcidas” — são, na verdade, leituras superficiais que ignoram a riqueza e a fidelidade de suas adaptações. Snyder não inventou uma visão sombria e sem esperança, mas sim trouxe para as telas versões profundamente enraizadas em fases maduras e complexas dos quadrinhos da DC, onde os personagens enfrentam dilemas morais reais, crises pessoais e decisões difíceis.

Elenco de 'Liga da Justiça' — Foto: Divulgação

Explico:

No caso específico do Superman, a acusação de que ele não simboliza esperança ignora o desenvolvimento planejado pelo diretor. Snyder estruturou uma trajetória em cinco partes, das quais apenas três filmes viram a luz do dia: o Superman que vimos em “O Homem de Aço” e “Batman vs Superman” ainda estava em construção. É só em “Liga da Justiça de Zack Snyder” que começamos a ver o herói mais seguro, altruísta e inspirador — a personificação da esperança que o público tanto cobra. O arco estaria completo nos dois filmes seguintes, que infelizmente não chegaram a ser realizados. Ou seja, julgar a construção do personagem sem ver o final planejado é o mesmo que avaliar uma jornada pela metade.

A humanidade do Superman, o pragmatismo endurecido do Batman e a guerreira estratégica que é a Mulher-Maravilha são todas fundamentadas em décadas de narrativas e tradições que Snyder respeita e homenageia. Seu universo não elimina a esperança ou a inspiração — ele redefine esses conceitos de forma mais realista e contemporânea, abrindo espaço para uma mitologia visual e narrativa coesa e impactante.

Portanto, longe de destruir os ícones da DC, Zack Snyder reafirma suas essências mais profundas. Ele desafia o público a enxergar além das expectativas simplistas e a compreende a complexidade que faz desses heróis figuras eternas e multifacetadas.

Conclusão: Zack Snyder, o Diretor Que Entendeu os Heróis Melhor do Que Seus Críticos

No fim das contas, as críticas a Zack Snyder dizem muito mais sobre quem critica do que sobre o próprio diretor. Dizer que ele “não entende” Superman, Batman ou Mulher-Maravilha não passa de um reflexo da ignorância seletiva de quem só conhece versões pasteurizadas desses personagens. — Sobretudo, aquelas que passaram pelo filtro da televisão infantil ou dos filmes comerciais mais leves. — Snyder mergulhou fundo nas fases maduras, controversas e densas das HQs, onde esses heróis enfrentam dilemas reais: onde o bem e o mal não são simplistas, e onde salvar o mundo, às vezes, tem um custo pessoal altíssimo.

O Superman de Snyder não surge pronto, perfeito e sorridente. Sua construção se dá ao longo de uma jornada planejada em cinco filmes, dos quais só três chegaram aos cinemas. O problema é que muitos julgaram a obra no meio do caminho, sem sequer dar tempo ao herói de se tornar aquilo que estava destinado a ser. Cobrar esperança de um arco inacabado é, no mínimo, desonesto. Da mesma forma, o Batman atormentado e brutal de “Batman vs Superman” não é um erro de interpretação, mas a adaptação fiel do Cavaleiro das Trevas envelhecido e desiludido que Frank Miller apresentou décadas atrás. A Mulher-Maravilha de Zack Snyder não é uma versão “fria” ou “dura”, mas a guerreira milenar de “Deuses e Mortais”, que luta com convicção e sabedoria estratégica.

Para finalizar…

As acusações de “estética sombria”, “trajes exagerados” ou “falta de leveza” são igualmente superficiais. Snyder trouxe para o cinema um visual mitológico, que homenageia a grandiosidade das HQs contemporâneas. Seus heróis não são bonecos coloridos para vender brinquedos — são figuras trágicas, grandiosas e humanas, como sempre foram nos arcos mais profundos da DC. Gostar ou não do estilo visual, do ritmo contemplativo ou da profundidade emocional é questão de gosto. Mas transformar isso em acusação de “desconhecimento” revela um desconhecimento ainda maior por parte de quem critica. Snyder não só estudou os quadrinhos: ele os traduziu com respeito, coragem e autenticidade.

No fim, Zack Snyder não fez adaptações ruins. Ele fez adaptações difíceis. Não entregou o que era fácil, mas o que era verdadeiro. Ele preferiu desafiar o público ao invés de agradá-lo superficialmente. E foi justamente por isso que sua obra dividiu tanto: porque ela exigia maturidade para ser compreendida. Zack Snyder entendeu o Universo da DC melhor do que muitos críticos jamais entenderão. Ele viu em seus heróis não uma fantasia escapista, mas um reflexo da nossa humanidade. E talvez seja exatamente por isso que tantos ainda resistem a enxergar a beleza do que ele construiu.

Primeira imagem de sempre da trindade do DCEU

Só uma provocaçãozinha, antes de encerrar

Como vimos, as críticas lançadas em 2013 seguem ecoando até hoje, provando que, para alguns haters, nenhuma evidência é suficiente. No entanto, o impacto de Zack Snyder fala por si: diversas novas versões desses heróis nos quadrinhos passaram a incorporar elementos visuais e temáticos inspirados no Snyderverse, mostrando como o diretor não apenas adaptou, mas influenciou a própria forma como Superman, Batman e Mulher-Maravilha seriam retratados dali em diante.

Essa influência pode ser percebida em obras como Superman Unchained (2013-2014), de Scott Snyder e Jim Lee, que apresenta um Superman mais introspectivo e fisicamente imponente; Superman: Doomed (2014), onde o herói enfrenta seu lado mais sombrio após ser corrompido; e Dark Nights: Metal (2017-2018), de Scott Snyder e Greg Capullo, que traz versões dos heróis em armaduras táticas, combates brutais e cenários apocalípticos.

Na Mulher-Maravilha, o reflexo do Snyderverse aparece em Wonder Woman: Rebirth (2016-2017), de Greg Rucka e Liam Sharp, onde Diana usa uma armadura semelhante à de Gal Gadot, e na abordagem mais guerreira e menos “princesa”. Já o Batman introspectivo, marcado pela perda e por métodos extremos, aparece na fase de Tom King (Batman, 2016-2019), assim como na maxissérie Batman: Damned (2018-2019), do selo Black Label, onde a atmosfera sombria predomina.

Até mesmo animações recentes, como Justice League Dark: Apokolips War (2020), exibem um Superman marcado pela dor e por escolhas difíceis — ecos claros da abordagem madura e complexa que Snyder trouxe para os cinemas.

Vale lembrar que essas obras são posteriores aos filmes de Snyder, e não suas inspirações diretas. Elas demonstram como o tom apresentado por ele nos cinemas acabou ecoando também nas páginas dos quadrinhos. Não se trata de dizer que Snyder criou essas características do zero — muitas delas já estavam presentes em fases anteriores —, mas de reconhecer que sua abordagem cinematográfica ajudou a pavimentar o caminho para que a própria DC contemporânea explorasse essas versões sombrias e épicas de seus heróis.

Ou seja: enquanto alguns seguem presos a discursos rasos, a própria DC Comics (e o público que acompanhou esses quadrinhos) reconheceu o mérito de Snyder em redefinir visual e narrativamente seus maiores heróis.

Visual pós-Snyderverse

Então, para os haters que ainda insistem em repetir chavões sem sequer abrir uma HQ ou assistir com atenção, fica a dica: às vezes o que parece “superestimado” é apenas visão de quem não quer enxergar além do próprio umbigo. Enquanto o debate raso persiste, o Snyderverse já está consolidado, moldando os heróis da DC de um jeito que ninguém mais ousou — e continuará ecoando muito depois de qualquer meme passageiro. Aos que gritam que “o Snyderverse acabou”, meus queridos, só de ter influenciado novas HQs, já mostra que está vivo nas versões mais maduras e ficará para a história, independente do chorume dos haters.

Mas, claro, é sempre mais fácil criticar de camarote do que reconhecer quando alguém realmente muda o jogo. Enfim, quem quiser continuar na mesmice, fique à vontade. O futuro do Superman, Batman e Mulher-Maravilha já passou por aqui — e é bem mais interessante do que essa ladainha velha — ou a nova emborrachada.


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Raquel

Professora, palpiteira, resenhista, revisora, editora-chefe, back-end, crítica dos haters e Staff do SnyderCutBR. Uma entre os mais de 10 mil loucos, insanos, crentes, cultistas, snydetes, stans, fãs, apoiadores, bots, snyder bros, seguidores de Zack Snyder, de suas obras e do nosso Portal.

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