Sucker Punch foi o primeiro filme original do diretor Zack Snyder. Surpreendentemente, doze anos desde seu lançamento, o longa continua vivo e visto como uma das obras mais audaciosas do diretor. O filme é visto como um protesto pessoal contra a instituição do blockbuster de ação de Hollywood.
Se analisarmos a ambientação da história, as críticas e figurinos, é surpreendente que esse filme tenha sido feito. Segundo o próprio Zack Snyder, foi a primeira vez que sofreu interferências do estúdio em alguma obra sua. Que mesmo recebendo uma versão do diretor anos mais tarde, Snyder continua afirmando que existe o Snyder Cut de Sucker Punch.
Sucker Punch será exibido no IFC Center, dia 04 e 05 de agosto, no evento The Red Eye, que exibirá durante a semana outros filmes de classe mundial. O responsável por apresentador o evento, Evan Schwartz, teve a oportunidade de conversar com Zack Snyder sobre o filme, sua recepção e a abordagem.
As influências para construção do longa
Zack Snyder reconhece a polarização que Sucker Punch causou, e revelou que algumas pessoas que o abordaram como fãs do filme são, curiosamente, adolescentes angustiadas, comparando essa conexão com uma música de Morrissey. Ele explicou as influências por trás da trama, mencionando filmes como Frances (1982), All That Jazz (1979) e Brazil (1985).
Fui influenciado pelo filme Frances, que é sobre Frances Farmer. E como ela era uma atriz famosa que foi lobotomizada, colocada em uma instituição mental e foi violentada sexualmente lá. Eu vi em 1982, eu era um estudante do segundo ano do ensino médio. Ao mesmo tempo, All That Jazz foi uma grande influência para mim. Então é como se All That Jazz e Frances tivessem um bebê e de certa forma fosse eu, e de outras formas essa ideia meio que começou a se infiltrar. Brazil também foi uma grande influência no filme. Eu diria que esses três filmes realmente – Brazil , Frances e All That Jazz realmente foram as principais influências.
Snyder também compartilhou detalhes sobre a cena original de encerramento do filme. Haveria uma apresentação musical após a protagonista ser lobotomizada, mas o estúdio considerou muito estranha pelo estúdio e substituída.
Eu nunca cheguei a fazer a versão do diretor. Ainda pretendo em algum momento. Mas no final original, quando Babydoll está na cadeira no porão com a Blue – ela já foi lobotomizada – quando o policial aponta a luz sobre ela, o set se desfaz e ela se levanta e canta uma música no palco. Sim. Ela canta: “Ooh, criança, as coisas vão ficar mais fáceis”. Blondie, e todas as pessoas que foram mortas, se juntam e é a ideia de que de uma forma estranha, mesmo que ela esteja lobotomizada, ela está meio que presa neste loop infinito de vitória eufórica. É estranhamente não otimista e otimista ao mesmo tempo. Esse é o tipo de tom no final. Testamos e o estúdio achou muito estranho, então mudamos.
Snyder Cut de Sucker Punch
Na sequência, Zack diz: “Você vai ver isso em algum momento, tenho certeza. Espero”. A fala é sobre seu corte de diretor para Sucker Punch. Em março deste ano, Zack informou que conversou com o estúdio sobre o corte, mas disse que a explicação que recebeu envolve valores. A princípio, se lançarem a versão do diretor, a versão anterior perde o valor para quem tem os direitos na TV. Zack, na época, disse que não tinha entendido bem e que não sabia se isso era verdade ou não. Com a nova atualização, Snyder não especificou se resolveram esses problemas de direitos, embora pareça que sim. Com base em seu comentário acima, parece que o único obstáculo que impede o lançamento do Snyder Cut de Sucker Punch é realmente sua montagem.
O diretor discutiu sua abordagem ao conceber as sequências de ação, buscando uma atmosfera mais lírica e menos tensa. Em relação ao significado do filme, Snyder explicou que ele trata de sedução e exploração, com as personagens lutando para encontrar seu poder em meio a um ambiente opressivo. Ele enfatizou a importância do tema do sacrifício e da afirmação pessoal, que vemos no emocionante final do filme.
Extra
O entrevistador pediu para Zack fingir que ele fosse a atriz Emily Browning (Babydoll) e que o orientasse como deveria entrar em cena, prestes a ingressar num hospital psiquiátrico. Snyder basicamente fez uma imersão, descrevendo desde o momento da retirada da personagem do carro. E como mostrar sua reação com desorientação e puro terror, conforme percebesse que esse lugar fosse apagar sua identidade pessoal e suas perspectivas. E que mesmo, apesar disso, deve agir como uma criança obediente que ainda confia no sistema opressivo ao qual está submetido, e que precisará se tornar complacente para sobreviver. O entrevistador, imediatamente, expressou como ele conseguiu ver tudo isso nas expressões marcantes da atriz Emily Browning.
Definitivamente Sucker Punch de Zack Snyder, merece uma segunda chance. O diretor já mostrou como suas versões finais causam impacto positivo com o público.
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