O diretor Zack Snyder não fez segredo de que seu novo filme de ficção científica em duas partes, Rebel Moon, foi originalmente concebido como um projeto de Star Wars. O cineasta chegou a apresentar sua visão para uma trilogia à chefe da Lucasfilm, Kathleen Kennedy, antes da aquisição da Lucasfilm pela Disney em 2012.
Star Wars x Rebel Moon (Diferenças)
Refletindo sobre essa proposta, durante uma entrevista com a IGN em novembro, a partir de sua casa em Los Angeles, Snyder disse:
“De muitas maneiras, é melhor para o filme que eu tenha acabado tendo que fazê-lo fora do universo de Star Wars, porque acho que teria quebrado muitas regras do cânone de Star Wars.”
Com seus palavrões, violência e insinuações de cenas de sexo, Rebel Moon de Snyder certamente teria se mostrado muito adulto para a franquia Star Wars, que mal reconheceu que seus personagens tinham vida sexual até a série Andor. No entanto, Snyder afirma que não percebeu, completamente, o quanto sua saga se desviava das normas familiares de Star Wars, até senta-se para escrever o roteiro.
“Nunca houve um roteiro, sempre foi apenas uma proposta, e eu era apenas um grande fã de Star Wars. Não era necessariamente uma coisa específica que eu queria ver nesse tipo de universo de Star Wars, mas era mais porque eu simplesmente amava a iconografia”, disse Snyder. – “Eu simplesmente sabia que no final [isso] seria uma pequena gaiola em que eu estaria vivendo. Então [transformar um projeto de Star Wars em Rebel Moon] me permitiu fazer coisas mais estranhas neste filme do que acho que seria possível se estivesse naquela caixa. Apesar de eu ainda ser um grande fã de Star Wars, é assim que as coisas são.”
Livre das amarras da tradição de uma franquia existente e das expectativas da base de fãs, Snyder começou a criar uma história – com o roteiro final da Parte Um creditado a ele, Kurt Johnstad e Shay Hatten – sobre uma rebelde que forma um grupo improvisado de guerreiros para lutar contra um império maligno.
Star Wars x Rebel Moon (Homenagens)
Embora ainda haja uma boa dose de homenagens visuais e narrativas a Star Wars em Rebel Moon, Snyder recorreu a uma ampla gama de fontes para construir sua própria galáxia muito, muito distante.
Assim como Star Wars mescla elementos de ficção científica, fantasia e várias mitologias do mundo, Rebel Moon faz o mesmo. Uma das espécies alienígenas retratadas em Rebel Moon é uma criatura alada muito semelhante aos grifos da mitologia europeia.
Essa criatura é chamada de bennu e, neste trecho exclusivo da Parte I, vemos ela em ação enquanto um servo endividado, chamado Tarak (interpretado por Staz Nair), tenta domesticá-la para que possa voar.
Snyder apontou um easter egg nesta cena para nós:
“Um detalhe para notar é que quando Tarak está olhando para o bennu, em seu pequeno amuleto, que é um detalhe bem pequenininho, [ele] tem um pequeno [bennu] em seu colar. [Tarak] não está em seu planeta natal agora, mas essas criaturas vêm dele. Ele tem uma conexão e compreensão muito profundas com essas criaturas, o que você verá em outro momento, no próximo filme. Mas foi esse tipo de coisa, essa compreensão de quem era Tarak e de onde ele veio, que permite esse tipo de detalhe na cena.”
A linguagem que Tarak fala com o bennu é sua língua materna. Um idioma que, segundo Snyder, foi desenvolvido pelo especialista linguístico do filme e se baseia em parte na herança russa de Staz Nair.
“Isso permitiu que ele fosse natural com a linguagem. Porque se você tem uma aptidão para uma certa forma de fraseado ou formas de som, isso torna o idioma mais fácil de falar, é claro.”
Além de Star Wars, Snyder também menciona a revista Heavy Metal e filmes que vão desde Excalibur até Sete Homens e Um Destino e Os Sete Samurais como outras influências centrais em Rebel Moon. De maneira apropriada, George Lucas teve a mesma inspiração nos filmes de Akira Kurosawa ao criar Star Wars.
“Eu sempre fui um grande fã de Kurosawa enquanto crescia, muito inspirado pela forma como ele usava aquarelas e desenhos para informar o que ele ia fazer com a cinematografia e com a visualização… E assim, muito inspirado. E, francamente, esses filmes – Throne of Blood – realmente foram uma grande influência para mim em praticamente todos os filmes que fiz.”
Construindo o Futuro de Rebel Moon
À medida que o roteiro avançava, Snyder e seus co-roteiristas desenvolviam a mitologia e a história do império do Mundo Mãe e da família real que governava há muito tempo. Simultaneamente, também desenvolviam dos diversos reinos que eles dominavam.
“Tivemos que retroceder em tudo, toda a mitologia que estávamos começando a criar em torno dos detalhes do mundo. E foram os detalhes do mundo que iniciaram o processo de construção de uma realidade real, coesa e mitologicamente consistente… Foi complicado e difícil.”
Snyder enxerga um potencial maior para a franquia Rebel Moon além de seus dois filmes. Então, a construção do mundo e a história de fundo tiveram que ser extensas.
“O que queríamos ter cuidado era para não ficarmos presos com um cânone. Porque o cânone deste universo se torna meio que a Pedra de Roseta para a qual todos precisam recorrer. Sobretudo, se estamos fazendo, digamos, um podcast ou uma história em quadrinhos, ou uma animação, ou qualquer coisa que estejamos fazendo. Eles precisam de uma Pedra de Roseta ou um ponto de referência onde possam dizer: ‘Ok, isso é uma lei. Então, não podemos quebrar isso. É por isso que estamos tentando expandir todas essas ideias para que, conforme avancemos, não contradigamos a nós mesmos.”
Por fim, o tempo dirá qual forma precisa a expansão futura de Rebel Moon poderá assumir. Por enquanto, os espectadores podem descobrir o mundo que Zack Snyder e sua equipe construíram na estreia de Rebel Moon.
Assim, Rebel Moon – Parte 1: A Menina do Fogo estrear na Netflix em 21 de dezembro. Já Rebel Moon – Parte 2: A Marcadora de Cicatrizes em 19 de abril de 2024.
Via: IGN
Portal Zack Snyder • BR: De fã para fã
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