Rebel Moon, a épica aventura espacial de Zack Snyder na Netflix, que praticamente já está entre nós. No entanto, ela chega cercada por uma tempestade de divisões. O que há em seu trabalho que é tão polarizador?
Consumir a obra de Snyder muitas vezes é uma questão de céu ou inferno para as pessoas. Ele emergiu como um talento feroz com seu remake de Madrugada dos Mortos em 2004, uma versão ágil, astuta e perversamente cruel de um clássico do gênero – e este seria o primeiro e último momento em que seu trabalho (em grande parte) uniu opiniões.
Ele é um dos diretores mais notáveis e reconhecíveis do pós-milênio, revestindo cada filme com seu estilo visual inconfundível e quase opressivo, seja em um filme de ação sangrento, em sua visão atormentada dos deuses e monstros da DC, ou… aquela coisa sobre as corujas. Essa abundância de estilo tem um preço: seus críticos são ferozes, assim como seus fãs – e ele pode ser o cineasta mais intensamente debatido da era moderna.
Rebel Moon, sua visão de uma ópera espacial semelhante a Star Wars, deveria ser o nirvana para seus seguidores leais. Há uma versão do diretor classificada como +18, mas o lançamento inicial surge do respaldo da liberdade criativa nunca antes concedida a Snyder atrás das câmeras. Pode ser considerado como a representação máxima de seu talento solto das rédeas; algo tão singular é improvável de conectar com todos.
Em uma entrevista ao Dexerto, o elenco de Rebel Moon tentou explicar a recepção dividida a Snyder. Sofia Boutella, que interpreta a heroína principal Kora no novo filme, não estava tão preocupada com o ‘porquê’ de tudo isso. Para ela, o fato de ele ser divisivo fala muito sobre seu talento.
Elenco de Rebel Moon explica porque Zack Snyder causa divisão
Sofia Boutella: “Não sei por que ele é tão divisivo. Quero dizer, o simples fato de ele criar tanta energia nas pessoas de forma tão extrema é apenas um testemunho da quantidade de trabalho que ele está colocando lá fora. Ele está definitivamente criando um ambiente e está definitivamente fazendo as pessoas sentirem alguma coisa. E esse é o papel de um diretor, quer as pessoas gostem ou não. O simples fato de ele ser criticado significa que ele está fazendo a coisa certa… verdadeiramente, ele é um entusiasta e realmente ama o que faz.”
Isso foi ecoado por outros astros. E. Duffy destacou que um “forte senso de estilo” deveria ser divisivo; Rebel Moon é incrivelmente indulgente, mas a beleza está nos olhos de quem vê.
Staz Nair: “Eu acho que Zack tem uma estética muito forte… ela gira em torno da beleza, da fisicalidade, e acho que há um belo nível de indulgência quando se trata das apostas, da fisicalidade e das acrobacias. E algumas pessoas não curtem isso. Algumas pessoas querem ver tudo sendo conduzido pela narrativa e pelos arquétipos. Mas o que acho maravilhoso neste filme especificamente é que é um belo casamento do que as pessoas amam visualmente sobre Zack e também uma verdadeira exploração mais profunda dele obtendo autonomia para criar personagens e histórias impulsionadas por personagens, sendo o diretor de fotografia, o roteirista e o diretor.”
Djimon Hounsou concordou. “Há mais do Zack que você vê aqui do que você veria em qualquer um de seus filmes anteriores”, disse ele.
Se alguém do elenco está qualificado para falar sobre ele, é Ray Fisher, que interpretou o Ciborgue nas telonas da DC. Ele foi um elo chave na cadeia do filme que definiu o legado do diretor: o Snyder Cut de Liga da Justiça; um exercício de excesso para alguns, um rito de justiça de super-heróis para outros.
Ray Fisher: “Para mim, é arte. As pessoas retiram o que querem dela. Eu acho que é um verdadeiro sinal de alguém expressando o que acredita nesse meio quando não é universalmente amado, certo? Existe uma sensação no trabalho de Zack que exige que você vá além do que está vendo. Há tantas camadas em praticamente tudo o que ele faz, e ele tem uma maneira de pegar um gênero, subverter partes desse gênero e também elevá-lo de maneiras que algumas pessoas gostam, outras não. Mas, para mim, sou fã disso, e sei que muitas outras pessoas também são… Vou continuar apoiando, cara.”
Rebel Moon: Parte 1: A Menina do Fogo tem estreia limitada em alguns cinemas fora o Brasil em 15 de dezembro, antes de seu lançamento na Netflix em 22 de dezembro.
Via: Dexerto
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1 comentário
Quando encontrarem uma alma que tenha trabalhado com o Zack pra fazer uma crítica avisem, porque tá difícil alguém pra ser mais amado.