“Não sou uma dama, sou uma jornalista.” ~ Marie Colvin
Todo fã de Snyder que se preze conhece essa frase, não é mesmo? Mas, você sabia que essa frase foi inspirada na icônica jornalista de guerra Marie Colvin? Aliás, não só a frase, como a personagem em si. O próprio Chris Terrio, roteirista do filme, afirmou em uma entrevista para a Vanity Fair, que:
“Bem, a personagem de Lois, no filme, foi inspirada na jornalista Marie Colvin. Ela foi uma das jornalistas mais intrépidas que já existiram, na minha opinião. Tem uma história na Vanity Fair, Marie Colvin’s Private War, e a frase que Lois diz é quase exatamente a mesma que estava naquele artigo.”
A VIDA QUE INSPIROU A ARTE
No artigo citado por Terrio, conta-se que, ao chegar à Chechênia, um senhor da guerra não quis apertar a mão de Marie Colvin, por ela ser uma mulher. No que ela responde:
“Não há mulheres nesta sala, só uma jornalista.”
Marie Colvin morreu em 2012, com 56 anos, em Baba Amr, um subúrbio da cidade síria de Homs, soterrada na casa que foi destruída num ataque de artilharia ordenado pelo presidente Bashar-al-Assad. Ela já era cega do olho esquerdo, perdido no rebentamento de uma granada no Sri Lanka, em 2001.
Assim como Lois, Marie Colvin também trabalhava com um fotógrafo por perto, Paul Conroy. Ambos trabalhavam para o jornal inglês “Sunday Times”. Conroy estava com Colvin no dia que foram atacados, mas sobreviveu para contar a história:
“Foram atacados por 3 morteiros, uma parede desabou e deu pra escutar Marie Colvin gritando que estava surda, porém um quarto tiro foi disparado e este foi mortal.”
Em 2016, a juíza Amy Jackson, do tribunal de Washington, acusou o regime sírio de assassínio e condenou-o a pagar uma indenização de milhões de dólares à família de Marie Colvin. A juíza emitiu uma sentença histórica:
“Marie Colvin foi um alvo deliberado devido à sua profissão. O assassinato de jornalistas que corajosamente relatam de zonas em guerra é um crime odioso, que nos priva de um conhecimento fundamental”.
A ARTE EM VIDA
Marie Colvin foi de grande importância para o jornalismo de guerra. Poucas horas antes de morrer, ela havia enviado imagens denunciando o estado em que se encontravam 300 refugiadas em uma casa a que ela intitulou: “a cave das viúvas”.
Em sua primeira grande reportagem para o Sunday Times, em 1987, Marie Colvin expôs a agonia de uma mulher que foi atingida tentando retornar ao campo de refugiados palestinianos Buri al Barajneh, no sul do Líbano, cercado pela milícia xiita Amal. Com a matéria, ela conseguiu que o pai Assad sentisse a pressão internacional e, dois dias depois, autorizou a entrada de um comboio humanitário da Cruz Vermelha, que salvou in extremis 47 pessoas gravemente feridas.
Marie Colvin também teve participação ativa para que o Timor Leste conseguisse ser reconhecido como país, sendo uma das poucas jornalistas que ficaram no, agora, país, quando a ONU teve que retirar o pavilhão da Unamet que estava lá. Com suas reportagens fez com que o presidente indonésio, Bacharuddin Jusuf Habibie, travasse suas milícias. Com isso, a ONU conseguiu enviar uma força internacional de paz, graças a uma intensa campanha diplomática e cívica.
Marie Colvin não foi ganhadora do Pulitzer, como Lane no SnyderVerso, mas foi duas vezes ganhadora do Foreign Reporter of the Year, pelo British Press Awards, em 2001 e 2010, além de receber o prêmio da Fundação Internacional de Mulheres pela Coragem no Jornalismo por sua cobertura do Kosovo e da Chechênia, em 2000.
A ARTE IMITA A VIDA
Fazendo um comparativo das histórias dessas duas, não é difícil imaginar nossa querida Lois fazendo o mesmo. Afinal, ela estava lá para entrevistar um senhor da guerra, ao que o falso Jimmy Olsen disse que era algo pioneiro, visto que Amajagh nunca dava entrevistas.
Lois Lane nunca foi uma dama indefesa que o Superman tinha que salvar. Ela ia atrás de suas matérias com garra e fazia isso, mesmo antes de conhecer Clark, indo numa base em solo canadense e chegando um dia antes do que eles esperavam, em Homem de Aço.
O que me faz lembrar: Nessa mesma cena, ela estende a mão ao Coronel Hard e este não aperta a sua mão, em resposta. Posso estar vendo coisas, mas duvido que Zack e Terrio não tenham baseado isso, também, em Marie Colvin.
“… Se eu não uso colete à prova de balas, eu fico travada pra escrever.”
Marie Colvin foi uma jornalista muito importante no cenário mundial e é incrível que Zack e Terrio tenham conseguido homenageá-la, por meio de Lois Lane. E o melhor, sem perder a essência da personagem em si, que sempre foi uma jornalista intrépida que, já em Smallville, falava em ganhar um Pulitzer.
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1 comentário
Vou te falar, que história incrível! O Zack sempre pensa em pessoas incríveis pra basear seus personagens.