O site The Hollywood Reporter escreveu uma matéria sobre todos os acontecimentos entre os executivos da Warner, Joss Whedon e o ator Ray Fisher.
Ray Fisher aponta as diferenças de como eram suas reuniões na época que Zack Snyder estava à frente do projeto e sua preocupação em construir o primeiro super-herói negro da DC, em live-action. Para isso, Ray foi chamado para a construção, junto a Snyder e Chris Terrio (roteirista), de Victor Stone/Ciborgue de Liga da Justiça.
Com um escritor e um diretor branco, nós dois pensamos que ter a perspectiva de um ator negro era realmente importante. Disse, Terrio.
Quando as novas filmagens continuaram com o diretor Whedon, Fisher sentiu que precisava “explicar alguns dos pontos mais básicos do que seria ofensivo para a comunidade negra”. Whedon não deu atenção e chegou a dizer ao ator: “Não gosto de fazer anotações de ninguém, nem mesmo do Robert Downey Jr”.
Outras fontes dizem que o diretor desprezou Jason Momoa e Gal Gadot quando eles questionaram as novas linhas do roteiro que se distanciavam do original. Não se sabe qual tratamento Jason Momoa recebeu no set, porém fontes apontam que o maior conflito veio quando Whedon pressionou Gadot a gravar falas das quais ela não gostava e ameaçou prejudicar sua carreira, desacreditando a diretora da “Mulher-Maravilha”, Patty Jenkins.
Enquanto Fisher se recusa a discutir o que aconteceu com Gadot, uma testemunha da produção conversou com os investigadores e disse que, após um confronto:
Joss se gabava por ter discutido com Gal. Ele disse a ela que era o escritor e que ela iria calar a boca e dizer as falas. E que ele podia fazê-la parecer incrivelmente estúpida nesse filme.
Isso ficou bem nítido na versão que foi aos cinemas, em 2017, quando Diana Prince aparecia em tela. Suas tomadas, na maioria com ângulos bem questionáveis, como a fatídica cena que Flash cai em cima de Diana e até mesmo a batalha da ressureição do Superman, cuja qual houve sua dublagem alterada por Whedon, deixando os grunidos de luta de Diana “erotizados”.
E nada disso aconteceu na versão de “Liga da Justiça de Zack Snyder”, entregue ao público, este ano.
Nós, brasileiros, que vivemos num país miscigenado, sabemos o quanto isso poderia ser possível, mas para aqueles que se negam a sair de uma bolha racial, realmente deve ser algo muito difícil de assimilar. (Contém dose ácida ao final da frase).
Ray Fisher comentou que chegou a receber uma ligação do diretor (Andy Muschietti) do filme, em produção, “The Flash”. Mas o estúdio transformou sua aparição em mera participação especial, resultando na remoção do personagem e difamações em cima do ator, que alegavam, sobretudo, que ele estava exigindo o dobro de seu salário para retornar ao papel.
Ray nunca escondeu sua insatisfação com as medidas tomadas pela Warner, diante de sua denúncia. Por sua vez, as fontes da Warner afirmam que Fisher estava sendo manipulado por Snyder, que esperava retomar o controle do universo cinematográfico da DC. Snyder nega qualquer papel de influência em Fisher.
Fui subestimado a cada passo durante este processo e é isso que nos levou a este ponto. Se eles tivessem me levado a sério como deveriam, desde o início, não teriam cometido tantos erros tolos neste processo.
À medida que Fisher continuava a expor suas queixas nas redes sociais e em algumas entrevistas, ele começou a suspeitar que, ao tweetar, o estúdio sempre fazia um anúncio para desviar a atenção sobre sua mensagem.
Em 1º de Julho, no dia em que Fisher twittou sobre o comportamento de Whedon, o site Deadline publicou um texto exclusivo dizendo que a Warner estava fazendo um filme live-action de Frosty, com o ator Jason Momoa sendo a voz do “icônico boneco de neve”. Algumas semanas depois, Momoa publicou em sua conta do Instagram:
Eu só acho que é uma merda as pessoas lançaram um anúncio falso de Frosty, sem a minha permissão, para tentar desfocar o que Ray Fisher falou sobre a forma de merda como fomos tratados nas filmagens de Liga da Justiça. Coisas sérias aconteceram! Eles precisam ser investigados e as pessoas precisam ser responsabilizadas.
Não acredito que algumas dessas pessoas sejam adequadas para posições de liderança. Não os quero excomungados de Hollywood, mas não acho que devam ser responsáveis pela contratação e demissão de outras pessoas. Disse Ray.
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