A resposta do valor das ações e lucros, diante dos lançamentos da DC a partir da Era Snyder
O erro da Warner ao não alinhar decisões criativas e financeiras ao público engajado e fiel, prejudicou a valorização das ações, comprometendo a qualidade e relevância a longo prazo. Eu explico: as ações funcionam como um termômetro da saúde financeira e estratégica. O desafio está em equilibrar a busca por valorizar as ações com a necessidade de entregar projetos de qualidade, inovar e manter relevância a longo prazo. Decisões criativas e financeiras precisam estar alinhadas para que o estúdio prospere sem comprometer sua identidade.
Como o preço das Ações mostra o Desempenho da empresa?
O valor das ações de uma empresa é um reflexo do que o mercado acredita sobre seu desempenho atual e suas perspectivas futuras. Embora seja um indicador importante, ele não deve ser analisado isoladamente, pois diversos fatores podem influenciar seu comportamento, tanto positivos quanto negativos. Para entender se uma empresa está indo bem, é fundamental observar não apenas o preço das ações, mas também outros elementos que ajudam a contextualizar esse valor.
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Tendência do Preço das Ações
Um ponto essencial a ser considerado é a tendência do preço das ações ao longo do tempo. Se os preços estão subindo de forma consistente, pode-se interpretar que o mercado está confiante na capacidade da empresa de crescer e gerar lucros. No entanto, oscilações constantes ou quedas acentuadas podem indicar instabilidade ou desconfiança em relação à gestão ou às condições externas que impactam o negócio. Comparar o desempenho da ação com índices de mercado da concorrência, também ajuda a identificar se os movimentos estão alinhados com tendências gerais ou se são específicos da empresa.
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Volume de Negociações
Além disso, o volume de negociações é outro aspecto relevante. Um aumento significativo no volume, combinado com uma alta nos preços, pode sinalizar interesse crescente dos investidores, indicando uma perspectiva positiva. Por outro lado, volumes baixos ou quedas constantes sugerem que os investidores estão menos interessados ou receosos quanto ao futuro da empresa. Aqui, podemos levar em consideração a bilheteria e a procura no Streaming.
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Múltiplos Financeiros
Os múltiplos financeiros, como o índice Preço/Lucro (P/L), oferecem insights sobre a valorização da empresa em relação ao seu lucro. Um índice P/L muito alto pode significar que o mercado espera um crescimento acelerado, mas também pode indicar que a ação está supervalorizada. Já o índice Preço/Valor Patrimonial (P/VPA) ajuda a medir o quanto o mercado valoriza o patrimônio da empresa, sendo um bom complemento à análise do preço das ações.
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Notícias e Eventos recentes
As notícias e eventos recentes também têm impacto significativo no valor das ações. Fatores como inovação, lançamento de novos produtos, aquisições estratégicas ou a divulgação de resultados financeiros positivos tendem a elevar o preço das ações. Por outro lado, problemas financeiros, perda de mercado, escândalos ou crises externas podem desvalorizar a empresa.
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Sentimento do Mercado
O sentimento do mercado desempenha um papel importante. A movimentação de investidores institucionais ou grandes fundos em relação à empresa pode ser um indicador valioso de sua atratividade. Da mesma forma, análises de especialistas e previsões de mercado ajudam a compor uma visão mais ampla sobre a empresa.
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Relatórios Financeiros e Distribuição de Dividendos
É igualmente importante analisar os relatórios financeiros da empresa, que detalham dados sobre receita, lucro, endividamento e eficiência operacional. Um crescimento consistente na receita e no lucro indica uma empresa sólida. Além disso, o controle sobre o endividamento e a capacidade de gerar margens de lucro elevadas mostram uma gestão eficiente e potencial de sustentabilidade no longo prazo.
Outro indicador de estabilidade e saúde financeira é a distribuição de dividendos. Empresas que pagam dividendos regularmente costumam ser mais maduras e lucrativas, e a continuidade desse pagamento é um sinal de estabilidade. Por outro lado, uma redução ou interrupção nos dividendos pode levantar preocupações sobre a saúde financeira ou mudanças estratégicas da companhia.
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Conclusão
Por fim, em síntese, embora o preço das ações seja um indicador importante, ele deve ser analisado em conjunto com outros fatores financeiros, operacionais e de mercado. Somente uma análise abrangente pode oferecer uma visão mais clara sobre a saúde e o potencial de uma empresa. A análise deste editorial visa apresentar um contexto acerca do lançamento das obras da DC, a partir da Era Snyder, e como o Mercado de Ações respondeu à elas.
Um pouco da história da Warner
A Warner Bros. passou por mudanças estruturais significativas ao longo da última década, com impactos diretos em suas ações. Em 2014, a Time Warner, empresa-mãe da Warner Bros., foi adquirida pela AT&T, criando a WarnerMedia como uma subsidiária da AT&T. No entanto, em 2022, a AT&T anunciou a fusão da WarnerMedia com a Discovery, Inc., resultando na criação da Warner Bros. Discovery Inc. Esse movimento findou em abril de 2022, com as ações da empresa passando a ser negociadas sob o novo ticker WBD.
Antes dessa fusão, as ações da Time Warner estavam cotadas consideravelmente mais altas. Em 2016, por exemplo, as ações estavam em torno de US$ 85,00 por ação. Contudo, após a fusão com a Discovery, o valor das ações caiu drasticamente. Em 8 de dezembro de 2024, as ações da Warner Bros. Discovery Inc. estavam cotadas a apenas US$ 10,66, refletindo as mudanças estruturais e estratégicas da empresa, além dos desafios enfrentados, como a busca por uma identidade clara no mercado de filmes e streaming.
Ao comparar o valor atual com os preços de 10 anos atrás, observa-se uma queda considerável nas ações da empresa. Esse declínio não é apenas resultado da fusão, mas também das transformações internas e da dinâmica de mercado. A proposta deste editorial, porém, é focar na análise de dados concretos relativos aos lucros e à resposta do mercado, com o objetivo de responder à questão central: quem, de fato, foi responsável pelo fracasso financeiro da Warner. A análise baseia-se em fatos e em números facilmente verificáveis, e não em opiniões subjetivas.
Como estava o Valor das Ações da Warner antes do Snyder?
Antes do anúncio de Zack Snyder à frente da direção criativa para o universo cinematográfico da DC, as ações da Time Warner Inc., controladora da Warner Bros. à época, estavam em um período de estabilidade moderada, impulsionado por sucessos isolados, como a trilogia O Cavaleiro das Trevas, de Christopher Nolan. A DC, no entanto, ainda não havia estabelecido um universo compartilhado coeso, como o que a Marvel Studios estava consolidando com seu MCU. As ações da Time Warner Inc., antes da fusão com a AT&T, em 2018, estavam sendo negociadas em uma faixa entre US$ 35 e US$ 45 nos anos que antecederam o anúncio de Zack Snyder como diretor de O Homem de Aço e o início de sua liderança no universo cinematográfico da DC.
Retrospectiva Necessária
Entre 2010 e 2013, a Time Warner registrava crescimento devido à força de suas divisões de TV a cabo (como HBO e Turner Broadcasting) e cinema, mas enfrentava incertezas no setor de super-heróis, especialmente porque a Marvel estava dominando o mercado. Após o término da trilogia O Cavaleiro das Trevas, em 2012, a Warner precisava encontrar um novo pilar para sustentar a franquia da DC nos cinemas.
Em 2010, as ações da Time Warner giravam em torno de US$ 30 a US$ 35. Durante 2011 e 2012, elas subiram gradativamente, alcançando cerca de US$ 40 a US$ 50, refletindo a força de suas divisões diversificadas. Contudo, a falta de um plano claro para a DC pós-Nolan gerava incertezas quanto ao futuro da marca nos cinemas. Isso mudou quando Snyder foi escolhido para dirigir O Homem de Aço (2013), com um estilo mais épico e grandioso que prometia lançar as bases para um universo compartilhado.
A Warner decidida a competir com a Marvel, buscou em Christopher Nolan iniciar um universo compartilhado com a DC, já que vinha de sucessos de bilheteria com sua trilogia de Batman. O diretor, por sua vez, não queria trabalhar nessa ideia e queria manter sua trilogia separada de um universo compartilhado. Nolan, no entanto, topou em ser um dos Criativos por trás da cosntrução do DCEU, indicando Zack Snyder como diretor, e assinando a história que virou posteriormente o roteiro de “O Homem de Aço”.
Resposta do Mercado de Ações ao Anúncio do Snyder
O anúncio de Zack Snyder como a principal figura criativa da DC ocorreu gradativamente, à medida que ele foi associado ao desenvolvimento de Batman Vs. Superman: A Origem da Justiça (2016), o que consolidou sua liderança no projeto do DCEU. Na época, as ações refletiam a expectativa de que a Warner finalmente estava entrando na competição com a Marvel em pé de igualdade, mesmo com uma abordagem distinta.
A expectativa gerada pelo lançamento de O Homem de Aço deu um impulso nas projeções da Warner. No entanto, como as ações eram impactadas mais pela performance global da Time Warner e não exclusivamente pela divisão cinematográfica, a variação específica foi moderada, iniciando em $15,90 no Mercado de Ações. As ações da Time Warner Inc., no entanto, permaneceram na faixa de US$ 40 a US$ 50, refletindo confiança no futuro dos projetos da Warner Bros. como um todo, incluindo o DCEU.
Importante lembrar!
A DC Films só foi formalmente estabelecida, como uma divisão dedicada, em 2016, com a liderança de Geoff Johns e Jon Berg, mas não era autônoma. Eles reportavam suas decisões sobre a DC, para Diane Nelson e Greg Silverman, chefes de produção. Antes disso, os filmes baseados em propriedades da DC eram desenvolvidos dentro da Warner Bros. Pictures, sem uma estrutura específica para planejar ou interconectar filmes no estilo de um “universo expandido”. Posteriormente, em 2016, Greg Silverman foi afastado do cargo da Warner Bros. e Toby Emmerich foi promovido no lugar. Em 2018, Walter Hamada foi nomeado a presidente da DC Films, substituindo Jon Berg. Concomitantemente, no mês seguinte, Chantal Nong foi contratada como vice-presidente. A dupla supervisionou a franquia da DC Films ao lado de Geoff Johns, sendo os principais administradores da equipe de produção.
A saída de Greg Silverman se deu após fracassos no cinema, como O Destino de Júpiter (2015), Peter Pan (2015) e No Coração do Mar (2015), mesmo depois do sucesso de O Homem de Aço (2013). Fontes da época afirmaram que meses antes de sua demissão, representantes de talentos e até mesmo alguns grandes cineastas começaram a pressionar o presidente da Warner a substituí-lo. Então, após o lançamento de “Batman Vs. Superman: A Origem da Justiça”, pela DC Films, o Estúdio começou a se sair melhor nas bilheterias, arrecadando US$ 873 milhões em todo o mundo com BvS e US$ 746 milhões com Esquadrão Suicida.
A Warner, então, começou a divulgar que estava tendo um dos seus melhores anos de todos os tempos, observando sua receita operacional de US$ 433 milhões, no ano, representando um aumento de 12% em relação ao ano anterior. Para atender à pressão desses ‘grandes cineastas’ (críticos de Silverman), o então presidente, Kevin Tsujihara, esperou lealmente que o estúdio conseguisse alguns sucessos para fazer seu chefe de produção parecer bem em sua saída, e contratou, em seu lugar, Toby Emmerich.
O DC Studios foi oficialmente anunciado pela Warner Bros. Discovery em outubro de 2022, como parte de uma reestruturação para consolidar a gestão e a visão criativa do universo DC no cinema, televisão e outras mídias. A nova entidade substituiu a antiga DC Films, com James Gunn e Peter Safran nomeados como co-CEOs e co-presidentes. A criação do DC Studios refletiu uma tentativa de replicar a fórmula bem-sucedida da Marvel Studios, centralizando o planejamento e execução do universo compartilhado.
Em outras palavras
Com essa linha do tempo estabelecida, fica um pouco fácil compreender o embate criativo que a gestão teve. Zack Snyder foi chamado para arquitetar um plano, e teve seu pontapé com “O Homem de Aço”, com a ideia de um arco de 5 filmes. Porém, a divisão DC Films foi criada posteriormente, com Geoff Johns e John Berg como um dos responsáveis. E como isso é de conhecimento publico, ambos nunca foram favoráveis à visão que o Snyder tinha. Quando tomaram controle das decisões, pressionaram e forçaram as mudanças, até chegarmos da fatídica situação de Liga da Justiça de 2017.
O curioso dessa retrospectiva, é que os críticos de Silverman diziam, na época, que “Batman vs. Superman, executado corretamente, deveria ter superado US$ 1 bilhão em todo o mundo”. ~ Ou seja, nasce, aqui, a narrativa que muitos usam até hoje. Deus me livre fazer parte dessa massa de manobras! ~ Curiosamente, estes mesmos ‘grandes cineastas’ ficaram bem satisfeitos com a escolha de Toby Emmerich.
O adicional dos motivos para que isso ocorresse, ficou a cargo do tempo e dos formadores de opinião da cultura pop, mas a fonte foi encontrada e ela não era direcionada a Snyder e, sim, a Silverman. Talvez por isso, o ex-chefe de produção saía em defensa de Zack sempre que podia, como em 2022, quando Greg defendeu Snyder e seus filmes no DCEU e, em 2023, quando afirmou que Zack Snyder na DC foi muito lucrativo.
Sempre suspeitei que a gentileza, a abertura e o entusiasmo de Zack criaram um ambiente para que os críticos subestimassem seu trabalho. Por ser um humano humilde, acessível, decente, não se encaixava nos moldes de um autor. Merda! Deveria ser o oposto.
Impacto dos Lançamentos no Valor das Ações na Era Snyder
Uma introdução necessária
O impacto das decisões estratégicas da Warner no valor de suas ações pode ser claramente observado em relação aos lançamentos de filmes significativos ao longo dos anos, como O Homem de Aço (2013), Batman vs Superman (2016), Liga da Justiça (2017), e Liga da Justiça de Zack Snyder (2021). Entre 2013 e 2021, as ações da Time Warner apresentaram uma valorização considerável, refletindo o sucesso e as mudanças estratégicas implementadas. Em 10 de junho de 2013, a Time Warner estava cotada a aproximadamente US$ 52,00 por ação, e, em 19 de março de 2021, as ações atingiram US$ 78,14, um aumento substancial.
Esse crescimento teve impulsão, em grande parte, com o sucesso financeiro de filmes como O Homem de Aço e Batman vs. Superman, que arrecadaram US$ 668 milhões e US$ 873 milhões mundialmente, respectivamente, apesar das críticas mistas. No entanto, a maior valorização das ações da Warner ocorreu após o lançamento de Zack Snyder’s Justice League em março de 2021, na Era Hamada. Embora o filme tenha sido lançado exclusivamente no streaming via HBO Max e não tenha gerado lucros de bilheteira, a recepção positiva do filme e o entusiasmo gerado pelo movimento #ReleaseTheSnyderCut provocaram um aumento histórico nas ações da Warner, atingindo seu maior valor histórico de US$ 77,27 por ação em 19 de março de 2021.
O retorno financeiro imediato de O Homem de Aço e Batman Vs. Superman não corresponderam às expectativas bilionárias nas bilheteiras, mas foram positivas e milionárias. Já o lançamento de Liga da Justiça de Zack Snyder ajudou a fortalecer a imagem da HBO Max e a reforçar o compromisso da Warner com seus fãs. Esse apoio ao movimento de Snyder teve um efeito positivo no mercado, refletido pela valorização temporária das ações da empresa e subida nas cotações.
Minoria Barulhenta: o começo do declínio
O Homem de Aço e Batman Vs. Superman tiveram uma ótima recepção no dia do lançamento, no entanto, a crítica impactou na permanência positiva dessa recepção, o que afetou levemente as Ações do Estúdio, e a opinião pública. Apesar de performarem com lucro milionário, não terem atingido uma bilheteria bilionária segue sendo uma crítica aos filmes do Snyder.
O curioso, aqui, é levar em consideração que as críticas negativas que influenciaram a opinião pública posterior, de ambos os dois primeiros lançamentos da Era Snyder, mudaram com o passar do tempo. Primeiro, com o lançamento das versões do diretor, indicando as alterações feitas pelo Estúdio em ambas as obras e segundo, pelas críticas especializadas. Por exemplo, em 2020, uma análise sobre Batman Vs. Superman, entitulada ‘Estávamos errados sobre Batman Vs. Superman: A Origem da Justiça‘, foi publicada no Rotten Tomatoes, onde afirmam que ‘pegaram pesado com o filme’. Já em 2022, o mesmo fenômeno foi observado e a crítica admitiu também ‘estar errada sobre O Homem de Aço‘. Um tanto tardio, é verdade, mas necessário para expor o impacto das críticas na recepção, e consequentemente, nas ações do Estúdio.
Mas não foram somente esses erros que influenciaram diretamente no Mercado de Ações. Os dados indicam que o maior erro da Warner foi desconsiderar o apelo popular de Zack Snyder e sua base de fãs engajada. A Liga da Justiça de Zack Snyder destacou o potencial do estúdio ao gerar um aumento expressivo nas ações (13,5%) e revitalizar a confiança no DCEU. No entanto, a insistência em se afastar desse estilo, buscando atender a críticas de uma minoria vocal que rejeitava a abordagem de Snyder, inflada sobretudo pela crítica (errônea) especializada, levou a lançamentos menos impactantes e até mesmo a fracassos financeiros, como Flash e Mulher Maravilha 1984. Esses projetos, na Era Hamada, não apenas tiveram desempenho medíocre nas bilheterias, mas também impactaram negativamente o valor das ações.
Saída de Snyder
A saída de Zack Snyder da Warner Bros. e a subsequente escolha de Joss Whedon para reestruturar Liga da Justiça em 2017 é um dos episódios mais controversos da história recente do DCEU. Este evento reflete as tensões internas entre figuras-chave da Warner, como Walter Hamada, Geoff Johns e Toby Emmerich, e o próprio Snyder. A decisão de substituir Snyder por Whedon e mudar drasticamente o tom e a direção do filme revela não apenas divergências criativas, mas também um conflito pessoal e institucional.
Snyder, com sua visão única para o DCEU, havia planejado Liga da Justiça como um filme mais sombrio e épico, seguindo o tom estabelecido em O Homem de Aço e Batman vs Superman. No entanto, após uma tragédia pessoal, Snyder se afastou do projeto. Diante disso, e insatisfeita com a resposta crítica especializada e comercial dos filmes anteriores, a Warner optou por um diretor mais “leve” e “acessível”. A escolha de Joss Whedon, conhecido por seu sucesso com Os Vingadores da Marvel, foi estratégica para tornar o filme mais palatável para um público amplo, mas também uma tentativa de distanciar o DCEU da visão de Snyder.
O maior erro foi ouvir essa minoria barulhenta
As refilmagens feitas por Whedon alteraram radicalmente o tom do filme, transformando-o de uma obra épica e introspectiva em uma produção mais humorada e leve, no estilo da Marvel. Essas mudanças não só afetaram a coesão do filme, mas geraram frustração entre os fãs que haviam se alinhado com a visão de Snyder. Portanto, a escolha de Whedon foi mais do que uma mudança criativa; ela representou uma tentativa de substituir a autoridade de Snyder e alinhar o filme com uma abordagem mais comercial e familiar, que não deu certo.
Além disso, as tensões entre Snyder e figuras como Geoff Johns e Toby Emmerich foram determinantes. Johns, com sua abordagem mais tradicional e focada no comercial, provavelmente teve influência na decisão de mudar o tom de Liga da Justiça. A relação tensa entre essas figuras e Snyder culminou em um tratamento impessoal do seu trabalho, refletido nas mudanças feitas no filme e no impacto negativo em sua coesão e identidade.
Em resumo, a substituição de Snyder por Whedon em Liga da Justiça não foi apenas uma questão de ajuste criativo, mas um reflexo das divisões internas dentro da Warner Bros. e uma tentativa de descreditar a visão do diretor. Esse movimento não só prejudicou o filme, mas também aprofundou as tensões no DCEU, resultando em um produto final que foi amplamente criticado por sua falta de coesão e identidade, e que decepcionou muitos fãs do universo DC.
Agora, vamos ver como performaram as ações do Estúdio, durante a Era Snyder:
Análise do Gráfico de Ações da Warner na Era Snyder
Olhando para como o Mercado de Ações respondeu aos filmes do Snyder, é possível ver nitidamente, tal como no gráfico acima, que existiu um crescimento linear a partir dos lançamentos de suas obras. Isso, por si só, já desmantela, de vez, falas como “o Snyder não ter gerado lucro para a Warner”, ou “o fracasso do estúdio, enquanto o Snyder esteve à frente da DC”. É perceptível que, em nenhum momento, o valor de mercado da Warner ficou abaixo das expectativas do público (DIA ANTERIOR) após o lançamento oficial de seus filmes (DIA DO LANÇAMENTO). Mas, também, é possível notar a resposta do Mercado, após as críticas e a campanha massiva contra suas obras (DIA SEGUINTE). Isso quer dizer que as duras críticas não necessariamente prejudicaram o Estúdio, mas exclusivamente a imagem da Warner e do Zack. No entanto, em resumo, a crítica não ajudou o Mercado a manter a boa recepção de seus filmes, apesar de ser notável uma valorização em crescência do Estúdio, durante a Era Snyder.
Reparem, ainda, que as duas quedas, em amarelo no gráfico, não têm a ver com os filmes do Snyder, propriamente, referindo-se a Esquadrão Suicida (2016) e Liga da Justiça (2017). Vale lembrar que Esquadrão Suicida teve duras alterações do Estúdio, o que hoje nos é apresentado sob a forma do Movimento #ReleaseTheAyerCut. Paralelamente, sobre a Liga da Justiça, de Joss Whedon, creio não precisar tecer maiores análises. Existia uma expectativa alta do público, que foi minada pelas alterações que o filme sofreu. Ambos os filmes, marcados pelas alterações da Warner, influenciaram consideravelmente os valores no Mercado de Ações (DIA SEGUINTE), apesar de uma relativamente boa recepção do público no lançamento. De modo distinto, filmes como Mulher Maravilha (2017) e Aquaman (2018) surpreederam o Mercado.
Era Hamada
Contextualizando as decisões controversas
Enquanto o movimento #ReleaseTheSnyderCut trouxe um novo foco para o universo cinematográfico da DC, ele também expôs falhas significativas na estratégia da Warner sob a liderança de Walter Hamada. A decisão de não lançar Liga da Justiça de Zack Snyder nos cinemas e de recorrer exclusivamente ao streaming foi um reflexo das divisões internas e de uma abordagem cautelosa em relação ao DCEU. Isso porque o movimento #ReleaseTheSnyderCut, impulsionado por uma base de fãs altamente engajada, demonstrou um grande interesse pelo lançamento do filme, sugerindo que uma estreia nos cinemas teria gerado uma bilheteira significativa. Mesmo sendo uma versão melhorada e original do filme de 2017, a versão de Snyder oferecia uma narrativa e um tom diferentes, o que poderia atrair tanto os fãs já existentes quanto novos espectadores.
Além disso, um lançamento híbrido, nos cinemas e no streaming, poderia ter maximizado as receitas. O orçamento adicional de cerca de US$ 70 milhões para finalizar o filme poderia ser rapidamente recuperado com uma estreia cinematográfica, ao mesmo tempo em que a Warner aproveitaria o interesse para impulsionar as assinaturas do HBO Max e gerar lucros em ambas as frentes.
Ao optar por não lançar o filme nos cinemas, a Warner também perdeu a oportunidade de melhorar sua imagem pública e fortalecer sua relação com os fãs. O lançamento do filme nas telonas teria mostrado um compromisso com a visão criativa de Zack Snyder e com o público que o apoiava, especialmente após críticas relacionadas às decisões controversas sobre o DCEU. O sucesso de filmes lançados de forma híbrida, como Duna, mostrou que esse tipo de estratégia pode ser eficaz, mesmo em tempos de pandemia, tornando a decisão da Warner ainda mais questionável.
No entanto, essa decisão levantou questionamentos sobre a falta de visão e a hesitação da Warner em atender à demanda do público. Para entender as repercussões dessa escolha, se tornou necessário observar as falhas e desafios da Era Hamada, que, embora tenha buscado redirecionar o DCEU, se viu cercada por escolhas controversas que afetaram tanto a imagem da Warner quanto o desempenho financeiro da empresa. Mas, essa reflexão de considerar a opinião e escolhas do público engajado, não aconteceu.
Erro Estratégico ou Boicote?
A tensão interna na Warner Bros. que culminou no não lançamento de Liga da Justiça de Zack Snyder nos cinemas é um reflexo de um confronto maior, envolvendo questões pessoais e profissionais entre figuras-chave da empresa e a visão criativa de Zack Snyder. Esse episódio não só reforçou as divisões dentro do estúdio, mas também destaca as decisões de liderança de Walter Hamada, Geoff Johns e Toby Emmerich, que, muitas vezes, contrariaram os desejos de uma base de fãs apaixonada. O movimento #ReleaseTheSnyderCut, com seu sucesso no streaming, é um exemplo claro da resistência do público a uma abordagem de boicote ao legado de Snyder.
Portanto, a decisão de não lançar o filme nos cinemas deve ser vista não apenas como um erro estratégico, mas como uma tentativa institucional de descreditar a visão criativa de Snyder, refletindo um ambiente tenso dentro da Warner, no qual a visão de um diretor foi deliberadamente minada. Em outras palavras, um boicote de dentro.
Hamada e Johns, em particular, desempenharam papéis centrais nas decisões que afetaram a trajetória do DCEU, muitas vezes em confronto com a visão de Snyder. O afastamento de Snyder da direção do DCEU, devido a circunstâncias pessoais e profissionais, e o subsequente tratamento que ele recebeu, incluindo a divulgação de versões conflitantes de sua visão para Liga da Justiça, indicam que havia uma resistência a reconhecer o sucesso potencial do seu trabalho. A insistência de Emmerich e outros executivos em seguir uma direção diferente, com uma abordagem mais genérica e comercial, também culmina em uma tentativa de diminuir o impacto de Snyder e sua base de fãs, algo que se reflete nas escolhas posteriores da Warner.
O distanciamento do público interessado e engajado: subestimaram o público de Snyder
Além disso, o movimento #ReleaseTheSnyderCut se tornou um fenômeno global, e o sucesso da versão do filme no HBO Max evidenciou um desejo claro do público por essa visão particular. Negar o lançamento cinematográfico de Zack Snyder’s Justice League, apesar do engajamento maciço dos fãs, não pode ser considerado apenas uma falha estratégica. Nesse contexto, coube aos ‘verdadeiros fãs da DC’, ou à minoria mais vocal, demonstrar com números que suas preferências poderiam ser financeiramente mais lucrativas para a Warner Bros. No entanto, isso permaneceu no campo dos sonhos, se compararmos o lucro e o impacto nas ações.
Por outro lado, o lançamento de Liga da Justiça de Zack Snyder aconteceu em março de 2021, em um período no qual muitas salas de cinema ao redor do mundo ainda estavam sob restrições devido à pandemia da COVID-19. Esse contexto pode ter sido um fator determinante para a decisão de lançar o filme exclusivamente no HBO Max. No entanto, a versão de Snyder já estava engavetada bem antes de a pandemia ser sequer imaginada.
Impacto nas Ações da Warner com o Lançamento da Liga da Justiça de Zack Snyder
Contrariando todas as apostas de haters e críticos, em 19 de março de 2021, as ações da Warner Bros. Discovery Inc. (WBD) atingiram seu preço de fechamento mais alto histórico, US$ 77,27. Esse pico ocorreu após o lançamento de “Liga da Justiça de Zack Snyder” em 18 de março de 2021, que gerou discussões positivas entre os fãs e críticos. No entanto, o impacto financeiro imediato do filme foi limitado, já que foi lançado diretamente no streaming, sem uma estreia nos cinemas. Contudo, o filme foi bem recebido pela crítica ‘especializada’, o que resultou em um aumento expressivo de 13,5% no valor das ações da empresa após seu lançamento.
Esse aumento histórico pode, de fato, ser associado ao entusiasmo e à recepção positiva do filme, que gerou um grande burburinho nas redes sociais e na mídia. Isso porque:
- Reforçou a percepção de valor da HBO Max, uma vez que era exclusivo da plataforma de streaming.
- Gerou engajamento significativo do público e da base de fãs, demonstrando o poder de atender às demandas dos consumidores (neste caso, o movimento #ReleaseTheSnyderCut).
- Criou um momento de confiança no mercado, possivelmente elevando a percepção de que a WarnerMedia estava explorando bem seu catálogo e fãs.
Mas, parece que os sinais não foram percebidos ou bem interpretados… ou a ideia era, realmente, minar a permanência do Snyder na DC, por questões mais pessoais que financeiras para o Estúdio.
Análise do Gráfico de Ações da Warner na Era Hamada
Vemos, no gráfico acima, uma inconsistência perceptível nas Ações de Mercado da Warner, durante a Era Hamada, apesar de ser marcado por picos, como em Coringa (2018) e Pacificador (2022). Coringa apostou em uma visão ousada e distinta, teve um desempenho fenomenal, tanto em lucratividade quanto na valorização das ações. Isso reforça que o público valoriza autenticidade e consistência narrativa, algo que o trabalho de Zack Snyder demonstrava. No entanto, ao analisar a movimentação dos valores de Mercado, vemos uma notável queda em Mulher Maravilha 1984 (2020), marcada pela Pandemia, onde basicamente tudo, no mundo, foi desvalorizado.
Apesar da época e da moeda em decadência, e mesmo sem ter seu lançamento nos cinemas, a Liga da Justiça de Zack Snyder (2021) impulsionou as Ações da Warner, consideravelmente. A crítica negativa, curiosamente, não conseguiu afetar o valor de Mercado do Estúdio, que ficou acima do que no dia do lançamento. O curioso desta análise é observar que, apesar da boa crítica para O Esquadrão Suicida (2021), de James Gunn, o Mercado de Ações não sustentou a crescência que o SnyderCut conquistou para o Estúdio, apesar de a obra do Snyder não gerar lucro direto. Isso é notável ao vermos que o valor das ações, tanto do Dia do Lançamento de O Esquadrão Suicida, quanto no Dia Seguinte, foram menores que durante o SnyderCut.
Na sequência, vale lembrar que, em 2021, tivemos o anúncio da fusão da Warner Bros. e Discovery, então o público estava com boas expectativas e o Mercado respondeu bem a isso, o que ficou evidente no lançamento de O Batman (2022). Na ocasião, o Mercado apresentou consistência entre a expectativa do público e a sua recepção, fazendo o Mercado se manter positivo. No entanto, a alta no valor das Ações se deu, especificamente, com o retorno dos filmes nos cinemas, ao final oficial da Pandemia e do Lockdown.
Vale constar que, após o anúncio da fusão e antes de sua finalização, o Pacificador foi a primeira produção lançada, em janeiro de 2022, embora a série tenha sido promovida com intensidade após a fusão. Apesar deste pico, o lançamento de Peacemaker pouco afetou o valor de Mercado do Estúdio, mostrando que a valorização se deu somente pela conclusão da fusão, o que é observado pela estabilidade nos valores das ações entre o dia anterior, dia do lançamento e dia seguinte da estréia. Por fim, com o lançamento de Adão Negro (2022), e toda a reformulação estratégica em processo na Warner Bros. Discovery, vemos uma queda exponencial nas Ações do Estúdio.
Era James Gunn e Peter Safran
O Declínio Atual das Ações e a Mudança de Direção Criativa
No entanto, após a fusão e a mudança de foco estratégico para uma nova visão do DCEU sob a direção de James Gunn e Peter Safran, as ações da Warner Bros. Discovery começaram a apresentar um desempenho mais volátil. Este, talvez, pode ser mais um erro da Warner. Gunn assumiu o cargo de co-CEO do DC Studios junto com Peter Safran em 2022, e sua abordagem criativa teve impacto não apenas no DCEU, mas também nas finanças da empresa. Não estou dizendo que os filmes lançados no período de 2022 / 2023 foram gerados por eles, mas este foi o início da Era Gunn e Safran.
James Gunn, ao assumir a co-liderança do DC Studios, tem demonstrado um perfil completamente inadequado para lidar com a complexidade e o potencial do universo DC. Sua falta de visão clara para a franquia ficou evidente nas escolhas erráticas e inconsistentes que tem feito. Por exemplo, o cancelamento da Série Superman & Lois, que tem sido analisada pelo público, como tentativa de não ter concorrência com o seu próximo projeto, “Superman” e levando, até mesmo, o elenco da série a questionar o cancelamento precoce. O estilo de Gunn, que funcionou para os Guardians of the Galaxy na Marvel, não se encaixa no tom e nas expectativas dos fãs da DC, que esperam algo mais sério e coeso, como as adaptações de Zack Snyder. Sua abordagem parece estar mais preocupada em repetir o sucesso de suas fórmulas ultrapassadas do que em construir algo novo e relevante para a DC.
Contextualizando a Era Gunn e Peter Safran
Quando o Gunn foi nomeado como co-CEO, ao lado de Peter Safran, havia ainda alguns filmes da Era Hamada para serem lançados. Porém, o anúncio de um “soft reboot”, onde se manteriam apenas as obras dirigidas por James Gunn, O Esquadrão Suicida e a série Pacificador, já mostrou a falta de cuidado como selo DC, nos cinemas. Era óbvio que esta abordagem enfraqueceria não só a audiência, como os cofres do Estúdio, colocando em dúvida o início do novo universo.
Esta Era tem sido a mais ‘à deriva’ do Estúdio, pois o responsável que havia encomendado estes filmes, Hamada, já havia deixado a cadeira da presidência. James Gunn e Peter Safran não tinham obrigação em ser os responsáveis por estes filmes. Gunn até fazia um comentário ou outro, positivamente, mas estes filmes já estavam programados no calendário e ficaram à própria sorte de seus respectivos elenco e diretores. Enquanto o público assistia o final agonizante do DCEU, Gunn e Safran se preocupavam em uma lançar lista dos futuros projetos Universo do DCU. Além disso, presenciamos o cancelamento de filmes já gravados, algo inédito na Indústria, o que colaborou para impactar negativamente as Ações da Warner. Por este motivo, em recente entrevista, Gunn disse que o seu universo depende da recepção de Superman. Fica claro, aqui, que se não atender a expectativa do Estúdio, há chances de seu contrato, que se encerra em 2026, não ser renovado.
A decisão de não concluir o Snyderverso, através do lançamento de Flash, foi um outro erro da Warner. Mais um na lista de erros! Neste sentido, a Era Gunn e Safran tem sido marcada por mudanças frequentes e decisões desordenadas, como a reinicialização abrupta de personagens chave como Superman, sem um planejamento estratégico claro. Eles não conseguiram oferecer uma visão sólida de como essas mudanças se encaixam no futuro do universo DC. Essa falta de direção só gera mais incerteza e frustração entre os fãs, que se veem em um ciclo constante de promessas e reboots sem um plano consistente. A liderança de ambos parece mais uma série de improvisos do que uma estratégia bem elaborada para revitalizar a franquia.
Além disso, Gunn e Safran têm demonstrado um apego problemático a ideias de reiniciar tudo sem considerar o legado das obras anteriores ou a necessidade de construir uma narrativa mais coesa e interligada. Suas escolhas de tom e de elenco não parecem refletir uma visão clara, mas sim uma tentativa de agradar diferentes públicos sem comprometer uma identidade própria para o DCU. Isso pode resultar em um universo cinematográfico sem personalidade ou coesão, algo que a DC não pode se dar ao luxo de ter em um momento tão crítico para sua marca. Essa liderança está longe de ser a solução para os problemas da DC, e seu desempenho até agora só confirma que ele não tem a capacidade de liderar esse projeto de forma eficaz.
Resposta das Ações nos Primeiros Projetos
Os primeiros projetos desta Era, como O Esquadrão Suicida (2021) e Flash (2023), não tiveram o sucesso esperado nas bilheteiras. O Esquadrão Suicida arrecadou apenas US$ 168,7 milhões mundialmente, abaixo do orçamento de US$ 185 milhões, enquanto Flash arrecadou US$ 268 milhões, também abaixo do seu orçamento de US$ 200 milhões. Esse desempenho abaixo do esperado gerou uma reação negativa nos investidores, que começaram a questionar a eficácia da nova liderança criativa, especialmente dado o sucesso financeiro dos filmes sob a direção de Snyder, como Batman vs. Superman e O Homem de Aço.
Com isso, a mudança abrupta no tom e na visão do DCEU gerou confusão entre os fãs e impactou negativamente as vendas de ingressos e as expectativas do público, o que, por sua vez, afetou o valor das ações. As ações da Warner Bros. Discovery, que haviam atingido um pico em 2021, passaram a ser negociadas a valores muito mais baixos, refletindo tanto as dificuldades financeiras quanto a insatisfação de uma parte significativa do público com a nova direção criativa. Esse cenário levanta questões sobre a eficácia das decisões tomadas pela nova liderança criativa e o impacto delas no desempenho financeiro da empresa.
Análise do Gráfico de Ações da Warner na Era Gunn e Safran
Com o anúncio de James Gunn e Peter Safran como CEOs da DC Studios, alguns dias depois do lançamento de Adão Negro, as ações de Mercado da Warner Bros. Discovery não se mantiveram positiva. A queda nas ações, apresentada com o filme, na antiga direção, foi um aviso do que estava por vir. O lançamento de Shazam! Fúria dos Deuses (2023), trouxe uma clara mensagem de descontentamento do público, deixando as Ações da WBD do dia seguinte em queda. Shazam! foi a primeira obra após a conclusão da fusão, e sob nova direção. A primeira obra, sob suas direções de fato, ocorrerá com Superman, de James Gunn.
No entanto, com o lançamento de Flash (2023), o Mercado apresentou uma pequena alta nas ações, no entanto, abaixo de qualquer valor de ação alcançada na Era Snyder. É importante frisar isso, porque o anúncio oficial do fim do Snyderverse não veio exatamente com o lançamento de Flash, mas o filme simbolizou a conclusão prática desse universo. O fim do Snyderverse foi anunciado por James Gunn e Peter Safran em dezembro de 2022, meses antes da estreia de Flash, o que pode ter influenciado negativamente nas Ações da WBD, apesar da leve crescência. Se ficou confuso, explico: as obras do Snyder (MoS e BvS) performaram entre $16,00 e $17,60, enquanto The Flash performou entre $14,50 e $15,00. Para finalizar, a Liga da Justiça de Zack Snyder, por sua vez, na Era Hamada, performou entre $15,50 e $16,50. Isso significa que, apesar do barulho de uma minoria comemorando o final do Snyderverse, o Mercado de Ações não respondeu positivamente a essa decisão.
A título de comparação, Flash esteve acima apenas da performance de Mulher Maravilha 1984, em plena Pandemia, e Shazam! Fúria dos Deuses, como primeira obra completamente dentro da gestão pós-fusão. Em Besouro Azul (2023), vemos mais uma queda nas Ações da Warner Bros. Discovery, com o Mercado não se mantendo após o lançamento. Aquaman 2: Reino Perdido (2024), então, mostrou, por meio da desvalorização das Ações, o descontentamento gritante do público geral, o que se manteve em queda com Coringa 2 (2024).
Aqui, ainda, vale reforçar que o primeiro filme inteiramente desenvolvido e aprovado por James Gunn e Peter Safran será “Superman”, mas o primeiro projeto sob sua gestão foi Creature Commandos (2024), que não consta no gráfico. Optamos por isso, para deixar evidente que não se trata de comparações triviais, mas de uma análise da resposta do Mercado de Ações, nas decisões da Warner que envolvia diretamente o Snyderverso. Como ambas as obras não têm quaisquer ligações com o Snyder, apesar do James Gunn dizer ter se influenciado por ele para Superman em alguns aspectos, tais comparativos poderão ser feitos posteriormente, mas não reflete a intenção deste editorial.
Como o Mercado de Ações responde a tudo isso?
Para ilustrar, apresento o gráfico abaixo, constando as 3 Eras do Estúdio, no Mercado de Ações. Claro, excluímos os lançamentos que não se referem à DC e entendemos que estes podem ter influenciado as Ações do Estúdio, de maneira geral. Por este motivo, focamos no valor das ações no dia anterior, no dia do lançamento e no dia seguinte, para sermos justos.
No gráfico é possível vermos como o Mercado de Ações responde a cada decisão e lançamento do Estúdio. Como dissemos, focamos na DC. Com isso, concluímos que as ações da Warner Bros. Discovery têm refletido consistentemente o impacto de suas decisões criativas e estratégicas. Momentos de valorização expressiva, como no lançamento de Liga da Justiça de Zack Snyder e Coringa, mostram que o público e o mercado respondem positivamente a projetos autênticos e bem executados. Por outro lado, decisões voltadas para atender a uma minoria barulhenta, como a reconfiguração do DCEU e mudanças abruptas de direção criativa, frequentemente resultaram em quedas nas ações e prejuízos financeiros.
Além disso, nos momentos em que o Estúdio interferiu diretamente no que seria apresentado ao público nos cinemas, o Mercado respondeu negativamente. Apesar disso, durante o período de direção de Zack Snyder, a Warner obteve lucros consideráveis. Com o James Gunn e Peter Safran assumindo a direção criativa do DC Studios em 2022, os filmes desta Era não conseguiram superar o sucesso financeiro dos filmes de Snyder. Isso quer dizer que os números não mentem, diferente dos haters que adoram atacar o Snyder, afirmando que a DC foi um fracasso com ele.
Uma Análise de Lucro e resposta nas Ações da Warner
A análise comparativa dos lançamentos da Warner ao longo das diferentes “Eras” dos seus filmes de super-heróis revela um panorama de altos e baixos no desempenho financeiro e no impacto nas ações da empresa. Veja o quadro a seguir:
Era Snyder
Na era de Zack Snyder, a Warner enfrentou um cenário de grandes expectativas e alguns sucessos moderados, mas também de decepções que afetaram a percepção do público e os preços das ações. Por exemplo, o lançamento de O Homem de Aço (2013) gerou um aumento modesto de 1% no valor das ações, mas a recepção mista de Batman vs Superman: A Origem da Justiça (2016) teve um impacto significativo, com uma alta inicial de 9,5% que rapidamente se estabilizou e caiu no dia seguinte. O filme não atingiu as expectativas de crítica e bilheteira, resultando em um impacto negativo. Outros lançamentos, como Liga da Justiça (2017) enfrentou desafios similares, com recepção mista e quedas expressivas nas ações, especialmente devido a críticas negativas ou mudanças estratégicas, como a decisão de alterar o tom do Universo de Snyder, com Joss Whedon.
Era Hamada
Por outro lado, a era pós-Snyder, sob a liderança de Hamada e posteriormente de James Gunn e Peter Safran, mostrou uma performance mais variada, mas com um claro reflexo da tentativa da Warner de se reinventar com novos enfoques e personagens. Filmes como Coringa (2019) demonstrou um impacto positivo nas bilheteiras, o que se traduziu em ganhos moderados nas ações da Warner. A recepção crítica positiva e o desempenho nas bilheteiras de Coringa foram especialmente notáveis, com uma valorização de 3,3% nas ações da Warner, refletindo um alinhamento entre a aprovação do público e o sucesso financeiro. No entanto, nem todos os lançamentos dessa nova fase foram bem-sucedidos. Mulher Maravilha 1984 e Adão Negro (2022) sofreram quedas nas ações após sua estreia, devido a expectativas não atendidas e recepção mista. Em resumo, o Mercado de Ações respondeu mais negativamente do que positivamente à Era Hamada na DC.
Era Gunn e Safran
Filmes como Shazam! Fúria dos Deuses (2023) e Flash (2023), trouxe um cenário de grande expectativa, mas também de dificuldades. Ambos os filmes tiveram desempenhos abaixo das expectativas de bilheteira, o que se traduziu em um impacto negativo nas ações da Warner, com quedas nos preços. Assim, o lançamento de Shazam! Fúria dos Deuses, por exemplo, levou a uma leve queda no valor das ações após o lançamento. Flash, com sua promessa de explorar o multiverso e atrair um público maior, não conseguiu entregar nos cinemas, refletindo uma recepção mista e também resultando em uma queda nas ações. O distanciamento à ideia criativa de Zack Snyder, com Flash, é evidente quando vemos a resposta do Mercado de Ações.
Conclusão
A era Snyder, apesar da recepção dividida entre a crítica e uma base de fãs extremamente engajada, apresentou um desempenho sólido nas bilheteiras e um impacto financeiro positivo nas ações da Warner. A resposta negativa de uma minoria, muitas vezes amplificada nas redes sociais, não foi capaz de obscurecer o sucesso financeiro desses filmes. Embora a recepção crítica tenha sido mista, os lucros significativos e o aumento nas ações mostraram que, do ponto de vista financeiro, a era Snyder não causou um impacto negativo na Warner.
Em resumo, embora fatores externos, como a pandemia, tenham impactado a viabilidade de lançamentos nos cinemas para Liga da Justiça de Zack Snyder, havia claramente um potencial para um impacto maior. Além disso, é possível perceber que entre os dois projetos destinados para Streaming, ZSJL e Pacificador, apenas o do Snyder impactou positivamente as Ações da Warner, apesar de não gerarem lucro direto. Entretanto, todas as eras geraram lucro, mas evidentemente a do Snyder performou melhor. Isso pode ser visto, claramente, no gráfico da somatória dos valores de orçamento, arrecadação e lucro do Estúdio em cada Era:
No segundo gráfico acima, vemos as obras da DC que deram prejuízo para a Warner: Mulher Maravilha 1984, O Esquadrão Suicida e Shazam! Fúria dos Deuses, nenhuma da Era Snyder ou sob sua responsabilidade. Apesar de assinar como produtor de Mulher Maravilha 84, Snyder não estava mais na Warner, o que evidencia, também, o impacto de sua saída. Por fim, podemos concluir que Zack Snyder nunca foi um problema para a empresa, apesar de toda a campanha contra. Nunca representou um fracasso para o Estúdio, apesar das críticas negativas infladas pelos haters até hoje e segue sendo a melhor época da DC no Estúdio, tanto no Mercado de Ações, como na geração de lucro. Mais uma vez, os números não mentem!
Fontes: [ 1 ] • [ 2 ] • [ 3 ] • [ 4 ] • [ 5 ] • [ 6 ] • [ 7 ] • [ 8 ]
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