Infelizmente, uma minoria barulhenta, transformou esse assunto em um festival de nojeiras e preconceitos, travestidas de opinião, impedindo de pontuarmos o real motivo pela indignação dos fãs do movimento acharem que o anúncio de um Superman negro é uma atitude cirandeira do estúdio. Como fã, é óbvio que quero muito ver um Superman negro nos cinemas, mas para isso, o estúdio precisa ter responsabilidade antes do entretenimento.
Por isso trago a vocês, mais um artigo traduzido, sobre um assunto que chegou distorcido entre fãs e influenciadores brasileiros. Publicado pela colunista Princess Weekes, uma mulher negra, que pontuou cirurgicamente como a euforia momentânea desse anúncio, se quebra diante os fatos.
Após o tratamento a Ray Fisher, um Superman negro parece uma distração.
Agora, de acordo com o THR, o que sabemos sobre a situação é que, em fevereiro, a Warner Bros. contratou o escritor e jornalista Ta-Nehisi Coates para escrever o roteiro de um novo filme do Superman, com produção de J.J. Abrams. Embora as ideias para a história estejam em constante mudança, é dito que este filme do Superman não fará “parte do universo, a partir de agora”, e que será desenvolvido em alguma época do século XX.
Assim, podendo obter um Superman negro da era dos Direitos Civis. Em um universo alternativo onde Ray Fisher não tinha falado sobre os problemas que enfrentou na Warner Bros., isso seria uma boa notícia. Mas vivemos nesta linha do tempo, o que complica quaisquer intenções que o estúdio possa ter.
Fisher diz que ele e os executivos do filme discordaram sobre como retratar Ciborgue fisicamente e emocionalmente, o que foi relatado em um artigo feito pelo site THR. (Confira a notícia em português aqui).
Fisher diz que ouviu mais tarde sobre conversas em que os executivos discutiram sobre o desejo de evitar um “homem negro raivoso” no centro do filme e, para evitar a tropa, eles aconselharam Fisher a interpretar o personagem menos como Frankenstein e mais como Quasimodo (Cordunda de Notre Dame), com uma postura curvada que Fisher diz que imediatamente leu para ser servil.
Mas não parece que alguém estava aberto para ouvir o ponto de Fisher de que esse seria seu próprio estereótipo inaceitável para um personagem negro. Fisher disse a Geoff Johns que uma coisa é uma pessoa não negra escrever um personagem para uma história em quadrinhos, mas outra coisa é um ator negro retratar esse personagem na tela.
“Era como se ele estivesse presumindo como os negros reagiriam, em vez de seguir o conselho do único negro – até onde eu sei – com qualquer tipo de impacto criativo no projeto. […] Essa foi a última conversa criativa sobre qualquer coisa que Geoff Johns e eu tivemos. Eu sabia que estava sozinho”. Disse Fisher.
O papel de Ray como Ciborgue foi, sem dúvida, uma grande parte da visão original de Zack Snyder do filme, e foi modificado a um papel quase imperceptível no corte da “Liga da Justiça” dirigido por Joss Whedon.
Entre as muitas informações compartilhadas naquele perfil, também foi revelado que a série do canal SyFy, “Krypton”, queria escolher alguém não tradicional para interpretar o avô do Superman, e teve-se a oportunidade de escalar a estrela de “Bridgerton”, Regé-Jean Page. No entanto, Geoff Johns, que estava supervisionando o projeto, disse que Superman não poderia ter um avô negro.
O que também faz esses movimentos parecerem ainda mais performativos é que, por um bom tempo, foi dito que DC/WB iria se concentrar mais em Supergirl, já que seus recentes episódios de Superman não renderam os frutos esperados. A atriz latina, Sasha Calle, foi escalada para interpretar a Kara Zor-El.
O filme “Novos Deuses”, de Ava DuVerney, foi abandonado sem motivo aparente e, em vez do popular Lanterna Verde John Stewart, foi anunciado que Finn Wittrock interpretaria o Lanterna Guy Gardner.
O que isso potencialmente faz é colocar o próximo talento negro contra Ray Fisher. Um talento negro neste momento responderá pelos pecados de um estúdio quando estiver tentando ter sucesso em uma produção que não se concentra restritamente em recrutar um talento negro.
Adoraríamos um Superman negro. Acho que um Superman de qualquer etnia diferente da branca funcionaria bem por vários motivos. No entanto, a realidade é que agora esse curso está contaminado. Está manchado por todas as coisas que vieram antes dele, e pelo fato de Ray Fisher, ainda, não ter nenhum trabalho no Universo DC, apesar de ter apresentado uma das melhores atuações em “Liga da Justiça de Zack Snyder”.
Em qualquer outra situação, uma função como essa levaria a spinoff, mas como ele está pedindo um tipo de responsabilidade que poderia levar à perda de empregos, ele foi visto como dispensável. Isso lembra de quando Nicole Beharie deixou “Sleepy Hollow” no que era claramente uma situação complicada, e então ela foi substituída por outra mulher de cor não negra.
“É uma distração que torna difícil para nós, fãs negros que amam DC e querem vê-los tomando decisões progressivas sobre o elenco, mas também apoiam Ray Fisher em pedir-lhes que sejam responsabilizados pelo ambiente tóxico que eles permitiram que apodrecesse — Um ambiente que existiu nas telas grandes e pequenas de DC”.
Finalizou Princess Weekes, em seu artigo para o site The Mary Sue.
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