Crítica sobre “Rebel Moon: Parte 1 – A Menina do Fogo: A Novelização Oficial”

A novelização de Rebel Moon – A Menina do Fogo, escrita pela autora indicada duas vezes ao prêmio Bram Stoker, V. Castro (The Queen of the Cicadas), segue o roteiro da versão estendida. Assim, com o objetivo de aprofundar e trazer novos elementos ao universo de Rebel Moon.

“A rebelião não é para os impulsivos ou imprudentes. É para aqueles que buscam a verdade, os inquietos, para os que de fato têm a visão do terceiro olho e que acreditam que os uivos da alma geram milagres. Os rebeldes provocam mudanças. Agora, me diga: você é um rebelde?”

• Sinopse: Do cineasta Zack Snyder, responsável por 300, Homem de Aço e Exército dos Mortos, surge REBEL MOON, um épico evento de ficção científica e fantasia. Quando um assentamento pacífico em uma lua nos confins do universo se vê ameaçado pelos exércitos do tirânico Regente Balisarius, Kora (Sofia Boutella), uma estranha misteriosa que vive entre os habitantes da vila, torna-se a melhor esperança deles para sobreviver. Encarregada de encontrar lutadores treinados que se unirão a ela para fazer uma resistência impossível contra o Mundo Mãe, Kora reúne um pequeno grupo de guerreiros – estrangeiros, insurgentes, camponeses e órfãos da guerra de diferentes mundos que compartilham uma necessidade comum de redenção e vingança. Um novo exército de heróis se forma à medida que a sombra de um Reino inteiro se aproxima da lua mais improvável.

O que esperar?

No primeiro capítulo, o livro estabelece o tom que irá adotar, mergulhando o leitor em uma narrativa com tons mais sombrios. A introdução do Almirante Atticus Noble, logo no início, nos dá uma amostra de sua crueldade e do que está por vir. Conforme conhecemos melhor alguns personagens e eles nos conduzem por seus passados e motivações, somos preparados para o que está por vir na sequência. Personagens como o soldado Aris e o enigmático Cassius ganham destaque, sendo, este último, o mais interessante para mim. A maneira como os rebeldes são convocados é aprimorada, com diálogos que dão pistas sobre seu passado. No entanto, ainda deixa espaço para explorar suas histórias na sequência, A Marcadora de Cicatrizes.

Minhas Impressões

A primeira parte da saga Rebel Moon – Parte 1: A Menina do Fogo é um mergulho mais profundo no universo estabelecido por Snyder, enriquecendo com detalhes que não poderiam ser explorados no filme. É como entrar na mente dos personagens e compreender seus objetivos, como o sentimento de Kora e o que o selvagem Jimmy busca, são elementos que fazem se aproximar mais dos personagens.

Obtemos, além disso, mais do passado de Kora e seu relacionamento complexo com seu pai adotivo, Balisarius. Conhecemos as cicatrizes emocionais que moldaram sua jornada, desde a garota inocente Kora, até se transformar na guerreira Arthelais.

Além disso, sabemos mais alguns detalhes sobre a chegada de Kora em Veldt e o funcionamento dessa sociedade. Enquanto acompanhamos Kora reunir sua equipe, descobrimos o que os aldeões estiveram fazendo para se preparar para a chegada do inimigo.

Sam, que é um dos pontos misteriosos do filme, continua sendo no livro, conseguindo gerar mais dúvidas sobre quem ela é e quem é sua mãe. Também é mais notável a influência positiva que tem sobre Jimmy, como ela o ajuda de maneira indireta para que o nosso homem de lata encontre um novo objetivo.

A convocação dos rebeldes oferece mais detalhes sobre seus passados e motivações para se juntarem a essa missão suicida. Assim, o livro proporciona uma interação mais rica entre os personagens, e cada um deles recebe o destaque merecido na batalha final.

O Império

Atticus Noble, o sinistro Almirante, é alguém, cuja presença consegue ser mais cruel, com cada uma de suas aparições marcadas pela promessa de violência ou estranheza. Sua lealdade ao Mundo-Mãe contrasta com sua falta de honra. Então, o quão terrível é essa combinação? É, sem dúvidas, a pior possível para aqueles que cruzam o seu caminho.

Aris e Cassius emergem como personagens mais desenvolvidos. Através do Aris, testemunhamos a brutalidade do Mundo-Mãe e os jogos psicológicos de Noble. Porém, também vemos Aris buscar sua redenção com a ajuda de Sam.

O aprofundamento em Cassius é intrigante, desde o caminho que o levou a servir o Mundo-Mãe até como começou a trabalhar com Noble. No entanto, o medo que ele possui do Mundo-Mãe descobrir seus pensamentos, nos leva a questionar suas verdadeiras intenções e seu papel na trama: é ele um vilão, um herói em potencial ou um traidor? Essa incerteza torna Cassius um dos personagens mais interessantes para se querer descobrir seu papel nesse universo.

Conclusão

Elogios não podem faltar para a escritora V. Castro; sua obra é uma leitura cativante, que prende do começo ao fim, conseguindo, assim, manter a essência da história de Snyder. Para aqueles que apreciaram o filme, a novelização é um bônus. Por outro lado, para quem não está familiarizado com o universo, é cativante e pode atrair novos fãs para essa história.

Com uma narrativa envolvente, a novelização de Rebel Moon – A Menina do Fogo, escrita por V. Castro, expande o universo de Rebel Moon, oferecendo mais perguntas do que respostas. Embora melhore a convocação dos rebeldes, o foco reside no aprofundamento de personagens como Kora, Noble, Cassius e Aris, bem como em seu relacionamento com o Mundo-Mãe. Por fim, o livro mantém o propósito de preparar o terreno para a Parte 2, ao mesmo tempo em que abre possibilidades para futuros confrontos, na Parte 3 e em spin-offs.

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