OFF | Crítica sobre “Creed III”: Muito mais que um filme de boxe

Creed III, o novo filme do universo Rocky Balboa, chega para mostrar que pode ser o protagonista da sua própria franquia. O longa explorou histórias independentes do protagonista Adonis Creed. De quebra, trouxe elementos do passado para costurar sua trilogia e entregar a mensagem de superação que todos os filmes passam.

• Trailer:

• Sinopse: Depois de dominar o mundo do boxe, Adonis Creed tem prosperado, tanto na carreira, quanto em sua vida familiar. Mas Damian (Jonathan Majors), amigo de infância de Adonis e ex-prodígio do boxe reaparece, após cumprir uma longa sentença na prisão, ansioso para provar que merece sua própria chance no ringue. O confronto entre os antigos amigos é muito mais do que uma luta de boxe. Para acertar as contas com o passado, Adonis vai colocar seu futuro em jogo no ringue contra Damian – um lutador que não tem nada a perder.

Minhas Impressões

Creed III mostrou que o Spin-Off de Rocky, pode ser tão bem sucedido, quanto o seu original. A princípio, é impossível não começar falando da direção de Michael B. Jordan, que além de atuar, estreou como diretor. É nítido como B. Jordan se baseou em diretores populares. O filme, gravado em IMAX, possui uma direção de câmeras incrível, que ganha força com a ótima coreografia das lutas. Neste sentido, a direção entrega uma perspectiva ocular de como é estar no ringue e em como o corpo reage aos golpes, com cenas em slow motion assertivas e imersivas.

Aqueles que já acompanhavam os filmes do Rocky, já estão acostumados com a mensagem da franquia, que trata-se da superação além dos limites. Dessa forma, é preciso dizer que a franquia Creed não fugiu disso. No entanto, seu terceiro filme adaptou-se muito bem aos tempos modernos. Isso porque ao trabalhar o psicológico do protagonista, apresentou seus profundos traumas e como isso o impulsionava para superar os seus limites, de um modo nada saudável. Além disso, busca mostrar, de um modo muito sutil, a importância do cuidado com a saúde menta que Adonis negligenciou.

Para finalizar Creed III é muito mais que um filme de boxe.  Trata-se de uma obra sobre perdão, culpa e revolta. Em resumo, sobre abrir mão de seus desejos e como lidamos com as decisões que causaram consequências, através de nossas próprias escolhas, ou as de terceiros.

Conclusão

O longa repete boa parte do elenco dos filmes anteriores, deixando de fora Silvester Stallone (que já havia informado sua despedida da franquia). O ator ficou como produtor de Creed III. Já Jonathan Majors, que interpreta Damian, precisa ser exaltado em sua performance como o melhor antagonista dos três filmes Creed.

Por fim, como não citar a linguagem de sinal inclusiva no longa? Como apresentado em Creed II, Adonis e Bianca dão a luz à uma filha deficiente auditiva, Amara. A abordagem usada para todas as cenas com ela é tão leve, que faz pensar no porquê da Linguagem de Sinal não ser uma obrigação para todos, principalmente considerando que ela é a segunda língua oficial de vários países. É o tipo de representatividade que se faz presente de uma maneira fluída e necessária, e de quebra, ainda traz uma reflexão sobre o assunto. Acerto em cheio!

Apesar de Michael B. Jordan afirmar que um quarto filme da franquia é uma realidade e que mais spinoffs possam surgir, Creed III entrega uma trilogia respeitando o legado de Rocky Balboa e Apollo Creed.

Creed III estreia nos cinemas, dia 02 de março de 2023.

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