Dentre as diversas qualidades de seus filmes, Zack Snyder consegue se destacar ao dar humanidade e teor épico aos seus personagens. Ao mesmo tempo em que são deuses entre nós, os heróis têm características e problemas humanos, tornando fácil a sua compreensão pelos fãs. O Aquaman é mais uma prova dessa habilidade do diretor.
Arthur Curry, interpretado por Jason Momoa, sofre por não conseguir se encaixar, seja nos mares ou em terra firme. Ao ser convidado pelo Batman, para a Liga, Arthur demonstra arrogância e medo, dizendo que não é problema dele. Além disso, caçoa do fato do Superman ter morrido lutando ao lado do Cavaleiro das Trevas.
Pra quem entende sobre essa dificuldade de se encaixar, a arrogância é um sinal claro de medo. Não quer dizer que Arthur não queria ajudar, tampouco que seja uma pessoa ruim. Mas, demonstra essa fragilidade do personagem em descobrir seu lugar no mundo, ou seja, entender o tamanho das suas responsabilidades. Isso fica bem claro na conversa com Vulko, interpretado por William Dafoe. Na discussão entre os dois, o Aquaman diz que se sente mais à vontade no continente, já que ninguém o chama de rei por lá.
Escondido do mundo, Arthur Curry imaginava que não precisaria se mostrar e nem assumir seu posto. Apesar disso, o personagem estava em Atlântida para ajudar a combater o Lobo da Estepe. Mesmo sem sucesso, isso o levou até a base do vilão, onde ajudou e entrou, definitivamente, para a Liga da Justiça. Posteriormente, Arthur derrotou o inimigo e fez as pazes com seu passado, aceitando seu futuro como rei.
Os filmes de Zack Snyder podem nos ensinar diversas coisas, mas as mais importantes são as que nos fazem conhecer a nós mesmos. O Aquaman é só mais um humano que tem medo de ser grande, de encarar o desconhecido e de assumir suas obrigações, mas estava lá quando foi necessário. E você também pode!
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