A entrevista que a @SnyderCutBR conseguiu com o Zack Snyder foi, de fato, uma realização para este fã, aqui (para quem não sabe, sou criador e administrador da fanbase brasileira). Pessoalmente, superei várias barreiras, apenas com o pensamento de que “o não eu já tinha”, e um pouco de incentivo, também, de pessoas que acreditaram que eu conseguiria.
Fiquei nervoso com tamanha responsabilidade em minhas mãos, é verdade. Mas, tive ajuda de pessoas importantes e especiais para mim na hora de escolher e filtrar as perguntas que enviaria ao Zack. Tentei fugir do convencional, fazer uma entrevista limpa que não só ajudasse na divulgação da “Liga da Justiça de Zack Snyder”, como também focasse em sua jornada até aqui.
Diferente das lives (bate-papos descontraídos) que vemos o Zack fazer em canais de youtube, nós nos apresentamos como um veículo de conteúdo, representando uma Fanbase Brasileira da Liga da Justiça de Zack Snyder. Por se tratar de uma entrevista, as perguntas foram enviadas com antecedência. A ideia inicial era fazer uma entrevista transcrita, como tenho o costume de fazer aqui no site, mas para minha surpresa (ingenuidade, talvez – e uma das respostas que ele nos deu, explicará isso), o Zack propôs que a mesma fosse realizada via Zoom. Sim, eu surtei!
Em razão disso, estipulamos um limite de tempo para a entrevista ocorrer, mesmo o Zack não colocando isso como condição. Deste modo, tivemos que conciliar nossos horários para que ela fosse realizada dentro deste limite de tempo, de forma que não ficasse cansativa para ele e, principalmente, para que pudesse ir ao ar antes do lançamento oficial do filme, já considerando as edições, transcrições, e respectivas legendas.
Agora, como tem saído diversas lives e bate-papos a respeito de “Liga da Justiça do Zack Snyder”, e visto também que várias perguntas têm sido respondidas por ele em outras plataformas, como no Vero, e ainda considerando que todas essas informações são compartilhadas com vocês, diariamente, na nossa Fanbase, então tentei não repeti-las, até para trazer mais curiosidades sobre ele. E algumas perguntas não as fiz, para não trazer mais spoilers e deixar a experiência de vermos diretamente no filme. Por se tratar de uma entrevista, optamos por abordar assuntos da vida de Snyder, o que, claro, engloba a “Liga da Justiça”, mas dando um foco maior sobre a trajetória profissional dele, até o momento.
Zack é um cara incrível! Esbanja um sentimento acolhedor e de gratidão por tudo que, nós fãs, fizemos por ele nesses últimos anos.
Então, sem mais delongas, confiram depois do vídeo, a entrevista transcrita, que optei por mantê-la, já que se tratava da ideia inicial.
Confira nossa entrevista com Zack Snyder
SNYDERCUTBR: Eu devo ter essa pergunta guardada há quase oito anos. Particularmente, qual a mensagem mais importante que o Superman traz para você? Ao longo desses anos, este significado mudou?
ZACK SNYDER: Eu não acho que mudou porque nós ainda evocamos no filme e também pensamos constantemente na maneira em que, basicamente, o Jor-El o enviou ao mundo com suas palavras, como “você os ajudará a realizar maravilhas”, “um dia irão ao teu encontro ao sol”, todo aquele discurso ainda se aplica e é uma busca contínua para o Superman alcançar… Seu pai estabeleceu uma meta bem elevada pra ele. E eu acho que ele está começando a alcançá-la, mas ainda está à frente dele, para ele completar a jornada.
SCBR: Você citou que a sua versão de Liga da Justiça, por ter sido filmada em 2016, hoje, se encaixa praticamente num universo à parte (Snyderverse), justamente pelos caminhos que o Universo Cinematográfico DC tomou. Você disse que não possui planos para uma sequência do seu corte, mas deixou uma janela aberta falando “quem sabe?” Se você pudesse escolher uma trama para desenvolver algum spin-off, derivado de “Zack Snyder’s Justice League”, de qual personagem seria?
ZS: A pergunta é sobre um spin-off que seria, basicamente, uma “não-sequência” direta, mas uma história que fosse uma continuação?
SCBR: Sim, exatamente. Quer dizer, uma história baseada em um personagem específico ou… O que você escolheria? Quem você escolheria?
ZS: Nós conversamos sobre fazer com a DC… E nós decidimos, digo, eles decidiram não fazer. Mas… Nós conversamos sobre a possibilidade de fazer uma minissérie em HQ sobre a Morte do Robin. O que aconteceu, a forma como Coringa matou Robin, como isso afetou o Batman e o fez trilhar nesse caminho mais sombrio que culminou com a chegada do Superman.
SCBR: Seu corte para Liga da Justiça é um marco na indústria cinematográfica, pelo movimento que nos trouxe até aqui e pelo tempo em tela. Nós poderemos ver, finalmente, tudo o que idealizou para a Liga, sem economia de tempo ou cortes de criatividade. Com essa total liberdade de produção que está tendo (e nós como fãs, ficamos muito felizes em saber disso), qual mensagem você gostaria de passar através do seu corte?
ZS: Olha… Eu não quero que… Eu estou animado para as pessoas assistirem ao filme e absorverem a mensagem conforme ela desenrola. Mas pensando de maneira mais abrangente, eu acho que a ideia de que cada um deles está superando algum tipo de questão familiar na união da Liga… A Liga da Justiça passa a ser uma família substituta para eles, mas seus verdadeiros problemas familiares também ainda estão no processo, eles estão trabalhando isso e dando os primeiros passos para conseguirem uma resolução daquilo que os motivou. Nesse tipo de vida dupla que eles vivem tanto como super-heróis e também como pessoas normais. Dessa forma, eu acho que o filme é sobre curar aquela velha ferida da família por meio de uma nova família que eles criaram. Acho que essa é uma maneira ampla de pensar sobre isso. É muito importante para a essência do filme.
SCBR: Você é um cara que é muito ativo com os fãs. Sempre responde e compartilha, no VERO, suas impressões. Em janeiro de 2019, você divulgou a camiseta “All the Gods” para contribuição da campanha da AFSP. Os símbolos foram motivos de muitas teorias e interpretações pelos fãs. Com o lançamento do seu corte, conseguiremos ter uma leitura mais interpretativa do mapa AEQUITAS ou ele representa a sua ideia inicial de 5 filmes para este arco?
ZS: Bem, quando criamos o “All The Gods”, a ideia era que idealmente fosse ambos. Contém a jornada geral do herói, contém o arco geral dos cinco filmes, mas também os capítulos individuais de como o filme se desenrola e que o permeiam. Então é a “Liga da Justiça”, mas é mais que isso também. Vai para o futuro, mas também vai um pouco pro passado. Percorre os dois lados da história. Veremos se teremos mais.
SCBR: Sabemos que cada filme tem o seu desafio em dirigir, mas de todos os que já dirigiu, qual foi o mais desafiador e por quê? Qual a maior dificuldade em ser produtor e diretor em Hollywood?
ZS: Bem… Vou dizer que o filme mais divertido que fiz é provavelmente o que acabei de terminar, “Army of the Dead”. Porque… Sendo ao mesmo tempo diretor e câmera, com uma equipe relativamente pequena e realmente ser capaz de fazer o trabalho físico mesmo. Foi bem legal.
Certamente o trabalho mais desafiador que fiz foi… “Liga da Justiça”… Provavelmente, o mais desafiador psicologicamente. Fisicamente, o mais desafiador provavelmente foi “Batman vs Superman”, pelo longo cronograma por si só. Foram 154 dias de filmagem. E… Estávamos treinando muito durante as filmagens, malhávamos todos os dias, mas no fim isso acabou cobrando seu preço. Estávamos destruídos.
Zack treinando durante as gravações de BvS | Locação em Bora Bora |
ZS: Graças a Deus pudemos ir a Bora Bora para filmar aquela cena “pick-up”, aquilo foi bem legal. Terminamos de filmar no Novo México no topo de uma montanha com Jonathan Kent. Mas umas semanas depois pudemos ir a Bora Bora e filmamos com um grupo pequeno de pessoas. Onde eles encontram a pedra de kriptonita. E isso foi legal. Foi uma maneira tranquila de encerrar. Antes disso estávamos completamente destruídos.
SCBR: Falando em dificuldades, tenho que falar sobre a pandemia. Como foi a adaptação de estar no estúdio, para então estar em sua casa, no meio de duas produções? Quer dizer, considerando que você terminou… Bem, no momento em que a pergunta foi feita, você estava finalizando “Army of the Dead” (Netflix) e “Liga da Justiça” (HBO Max). Houve alguma adaptação feita entre você e sua equipe?
ZS: No início da pandemia, estávamos praticamente no meio da edição de “Army of the Dead”, e ainda não tínhamos de fato o sinal verde para terminar “Liga da Justiça”. Então durante o curso da pandemia, claro… Nós recebemos o sinal verde para finalizarmos a “Liga da Justiça”, e tivemos que trabalhar para finalizar “Army of the Dead”. Então, tivemos que substituir um ator de “Army of the Dead” e tivemos que reprogramar e iniciar esse conceito. E então tivemos o “ok” da Warner para filmar a cena pequena de “Liga da Justiça”. O lado bom foi que, no meio das gravações adicionais de “Army of the Dead”, tivemos que praticar um pouco nossos protocolos de Covid para nos prepararmos para as outras gravações. É bem difícil, com os diferentes fusos e tudo mais. Então foi difícil de fazer, mas depois que você pega o jeito… É uma camada a mais, mas não nos inibiu de fazer o trabalho que queríamos fazer.
SCBR: Curta e direta. Quem foi a primeira pessoa que viu o corte de Snyder Cut?
ZS: Na forma que está agora? Ou na forma que estava quando eu apenas o tinha em casa? Essa é meio difícil, porque ainda não exibimos o filme finalizado para ninguém. Logo, de certa forma, essa pergunta ainda não foi respondida.
SCBR: E a versão em preto e branco, então?
ZS: Bem, a versão colorida também. Quer dizer, a versão em preto e branco que eu tinha no meu computador… Acho que a primeira pessoa a quem mostrei… Bem, então sem incluir a… Digamos… (A parte) mitológica… Provalmente foi o Jason (Momoa). Estou tentando lembrar… Houve um punhado de pessoas aleatórias que ninguém conheceria, só amigos meus, pra quem eu dizia: “Ei, querem ver Liga da Justiça? Tenho aqui no meu computador”. Gente que provavelmente quer continuar anônima. Mas… Sim, eu diria que foi o Jason.
*Lembram quando Jason Momoa confirmou que já havia assistido Snyder Cut?
SCBR: Zack, você foi muito promissor na escolha de todo elenco da Liga e também possui um relacionamento ótimo com aqueles com quem trabalha. Como é o seu processo de escolha dos atores para interpretar os papéis nas suas produções?
ZS: É bem intuitivo. Eu não tento intelectualizar muito. Eu meio que sigo meu instinto, quando vejo algo que gosto, e tenho a sensação de que a pessoa pode fazer aquilo, eu simplesmente sigo essa reação. Eu tento não intelectualizar demais. Eu apenas penso “é essa pessoa” Logo, é bem simples. É instintivo.
SCBR: Durante uma live, você citou que Bruce Wayne já foi casado com a Selina Kyle e, anteriormente, soube-se que Dick Grayson foi o Robin assassinado por Coringa. Isso explica a “amargura” de Batman do qual somos apresentados, em “Batman v. Superman”. O que inspirou você a seguir essa linha do personagem? Existe alguma outra informação implícita sobre a história de Wayne que possa compartilhar?
ZS: Acho que… Preciso verificar as palavras que usei falando sobre Selina Kyle. Porque não tenho 100% de certeza se isso é correto ou não, sabe? Não me parece que… Sinto que eu já ouvi alguém me dizer isso antes. Pensei: “Putz, de repente eu falei algo errado ou fui mal interpretado” Se fiz isso, peço desculpas, porque não acho que Bruce e Selina foram casados. E qual foi a segunda metade da pergunta, sobre Dick Grayson?
SCBR: Se você tem alguma outra informação implícita sobre o passado de Bruce que você pudesse compartilhar, algo interessante…
ZS: Sim. Digo… Eu acho que o relacionamento dele com o Coringa é provavelmente… É uma grande parte do seu arco narrativo. O que aconteceu com Robin e todo aquele capítulo de sua vida, que é uma parte importante dele, é o que o transformou em quem é. Como eu disse antes… Mas eu acredito que houve um relacionamento com Selina Kyle, e eu acredito que foi o mais próximo que ele chegou de um verdadeiro relacionamento, no sentido de alguém com quem ele tinha afinidade. Mas acho que os dois estavam emocionalmente quebrados demais para se casar ou ter um relacionamento baseado no que chamaríamos de os valores tradicionais do casamento e coisas desse tipo. Mas… Ainda não foi visto.
SCBR: Pessoalmente, acho que é interessante saber que seus caminhos se cruzaram, pra dizer o mínimo.
ZS: Sim, isso com certeza aconteceu. Mas o lance do casamento… Eu ouvi isso mas… Eu preciso checar o que eu disse, porque eu, eu pensei: “Eita, eu realmente disse isso”? (risos)
SCBR: Por ser tão próximo dos seus fãs, é impossível não perguntar se você acompanha todas as críticas às suas produções e direções nas redes sociais. Felizmente, você está rodeado de fãs que apoiam e gostam de sua visão, do contrário, o Movimento Release The Snyder Cut, talvez, não teria sido possível. Mas, a pergunta que fica é: como lida com as críticas negativas?
ZS: Olha… Sinceramente, eu não tomo muito conhecimento. Digo… Já olhei e analisei, como qualquer um faria, a crítica negativa feita aos filmes no passado, e eu simplesmente nunca encontrei nada dentro das críticas que me fariam acreditar nelas e mudar o que faço. Então, dessa forma, realmente não me afeta. Se eu sentisse que havia algum problema ou algo faltando no trabalho, e eu tivesse que olhar as críticas para reavaliar a forma como abordo as coisas, seria um cenário diferente. Mas eu não mudaria um frame sequer do que já fiz. Então… Crítica é meramente crítica.
Zack ficou um pouco reticente, e foi questionado se ele queria dizer algo mais, ele continuou:
ZS: Só queria dizer que… tem sido uma ótima experiência… Essa experiência com “Liga da Justiça” e com o fandom, e essa espécie de renascimento que experimentei dentro do fandom. Encontrando esses fãs que pensam parecido comigo. Porque os filmes são “populistas” de muitas maneiras, são feitos para um público massivo, mas eu os faço, e já disse isso um milhão de vezes, eu os faço de uma forma muito particular, como se fosse uma produção em escala menor. E quando faço do jeito que quero, é realmente muito pessoal. Não é feito para… Quer dizer, é feito para o consumo em massa, mas não é uma empreitada de comitê. Acho que muitas pessoas… Eu já disse no passado que há filmes que são feitos em comitê, filmes corporativos, e eles são muito limpos, muito polidos, foram testados incansavelmente, são muito… Eles dão exatamente o que você quer todo momento. E isso não é algo que me interessa, e francamente não acho que interessa a pessoas que desejam ter uma experiência diferente daquilo que esperam. E talvez parte do problema que eu enfrento é que meus filmes não fazem necessariamente exatamente o que todo mundo espera naquele momento. Eles te desafiam um pouco e… É o que é.
SCBR: Sobre seu grande sucesso de bilheteria, o filme “300”. Como foi ganhar o prêmio de ‘Melhor Diretor’ pela Academia de Filmes de Ficção Científica, Fantasia e Horror? Isso é muito antigo.
ZS: Eu realmente me diverti muito fazendo aquele filme, foi um projeto do coração. Ninguém queria fazer, todos acharam que éramos loucos. Logo, sempre é bom ser reconhecido pelo trabalho. Mas a verdade é que não poderíamos ter nos divertido mais fazendo esse filme. O filme foi uma recompensa por si só.
SCBR: A próxima pergunta é um pouco pessoal. Li um artigo “O sucesso de Zack Snyder além da deficiência de aprendizagem”, sobre a dislexia. Eu me senti representado porque já era um admirador do seu trabalho antes e que talvez as respostas que busca aqui possam servir de inspiração para muita gente criar mais consciência sobre o assunto. Portanto, a pergunta é: como você lida com o fato de que você é uma inspiração para pessoas com dificuldades de aprendizagem, simplesmente não permitindo que a dislexia defina você, sendo, apesar disso, o grande diretor e produtor que você é? E o pequeno adendo a essa pergunta: E, finalmente, quando a dislexia se torna um desafio para você, onde e como você procura inspiração?
ZS: Bem, não tenho problema em falar sobre isso, no sentido de que foi um desafio para mim quando eu era jovem e estava na escola. Tudo que eu queria fazer era filmes, porque era algo recompensador e me dava muito prazer. E… Eu amo livros e sou um ávido leitor, mas é muito difícil pra mim, porque…Sabe, pela maneira como percebo as coisas… Tem um lado meu muito forte que realmente se satisfaz com arte, desenho, escultura e qualquer tipo de expressão visual. Isso foi o que tirou minha frustração. Principalmente com a maneira com a qual o sistema foi projetado, o que não me apoiava quando eu estava no colégio naquela época. Foi muito difícil. Houve muita dificuldade… Meu professor de Inglês no colégio estava preocupado sobre como seria minha carreira. Acho que ele ficaria feliz em saber que estou no “Writer’s Guild of America” (risos). Então, acho que você pode transcender todas essas coisas com perseverança, com interesse e com ajuda, que é uma parte importante disso. Eu tive que me adaptar. Tenho meu próprio estilo de escrever, mas sou muito prolífico, eu adoro ouvir toneladas de audiolivros em fitas, horas, horas e horas inteiras, é tudo o que faço quando estou dirigindo ou onde quer que eu esteja… E me ajudou muito. Só espero que qualquer um que esteja se sentindo preso ou frustrado pelo mundo, de modo geral… Todos temos uma faísca mágica e temos que encontrar algo que nos inspira, que nos empolga e perseguir isso com tudo. Encontre sua paixão no mundo. Isso é um grande motivador.
SCBR: Maravilhosa resposta. Obrigado. Obrigado.
ZS: Imagina, claro.
SCBR: Como sabemos, nas redes sociais, há uma enorme demanda de pedidos pelo lançamento mundial simultâneo de “Liga da Justiça”, e em certos países, você sabe, tem havido problemas aqui e ali, e apenas queria saber se há algo que… Se você pode dar alguma luz sobre isso. Posso imaginar que muito disso está fora de suas mãos. Mas de qualquer maneira…
ZS: Muito… TUDO está fora de minhas mãos, infelizmente. Eu gostaria de estar no comando disso também, mas infelizmente não estou. De fato, o trabalho com a distribuição do filme não tem sido exatamente incrível… Eu não sei o porquê isso. Sinceramente não consigo identificar. Não quero fazer parecer que há algum tipo de conspiração por aí. Não acho que tenha. Eu realmente acho que parte do problema é que o filme pegou todo mundo de surpresa, e que a janela de tempo normal ou a maneira normal como as pessoas em Hollywood distribuem filmes é que entendem que, quando um filme é feito, terá que ser distribuído, certo? E normalmente eles têm uma janela de dois anos para resolver tudo isso. O problema é que isso aqui aconteceu em seis meses, e ganhou vida. Pegou todos desprevenidos, de certa forma, e a demanda também. Eu acredito que mesmo quando o filme teve o sinal verde… Quando “Zack Snyder’s Justice League” teve o sinal verde, eu não sei se houve um senso de urgência ou uma compreensão da demanda mundial que seria exigida da distribuição e do estúdio para satisfazer todos. E a única maneira que eu acho, de alguma forma, é deixar suas operadoras locais, e também a Warner Bros em geral, HBO Max, saberem e entenderem que isso é importante para vocês. Porque eu acho que em suas mentes é algo meio: “Ah, não sei quantas pessoas querem ver…”. Eu não tenho certeza disso, mas… Acho que é importante vocês deixarem claro, para mostrar o interesse de vocês fãs.
SCBR: Perfeito. É interessante, porque há muita coisa que você mencionou de que a maioria das pessoas não tem noção em termos de janela de tempo e tudo mais, para deixar tudo encaminhado. Portanto, obrigado.
ZS: É, literalmente acho que este é o problema. É uma questão “dupla”. Existe a situação da janela de tempo, mas acho que só recentemente as pessoas perceberam que é um filme totalmente diferente. É uma experiência totalmente diferente. E isso exige um tipo totalmente diferente de marketing e abordagem de tudo… E acho que agora que todos se deram conta, todos estão animados para que isso aconteça, mas… Tudo bem.
SCBR: Bem, tenho certeza de que estão fazendo o que podem.
ZS: Eu também acho. Também tem questões legais. Fico sabendo o tempo todo de pequenas coisas aqui e ali, do tipo: “Peraí, mas esse e aquele acordos foram feitos antes do filme”. Todas essas coisas que sei que nem as pessoas que estão distribuindo o filme têm controle sobre. “Essa região foi comprada…” Há esse tipo de minúcia, de regras de distribuição e outros acordos dos quais que nem eu nem você temos idéia.
SCBR: Queria lhe dizer uma coisa, que é muito legal, a fanbase lançou o site SnyderCutBR.com, traduzindo a campanha da AFSP para o Brasil com uma instituição nossa chamada CVV (Centro de Valorização da Vida). É a mesma ideia de trazer a campanha com camisetas e outros produtos. E é inspirado na campanha para AFSP, mas adaptada aqui para o Brasil.
ZS: Olha, demais! Ótimo!
SCBR: Só queríamos que você soubesse que isso também está sendo feito aqui, a “boa palavra” está sendo espalhada.
ZS: Isso é fantástico! Muito bom! Super importante!
SCBR: Zack, obrigado por ter reservado um tempo para esta entrevista. Sou grato pela pessoa maravilhosa que você é. Obrigado mesmo! E… possivelmente você não dirá nada, mas você tem alguma surpresa para hoje (07/02)?
A entrevista foi realizada dia 07 de Fevereiro, e sondei o que ele lançaria, já que havia boatos que algo sobre o filme seria lançado no Superbowl. Eu avisei na Fanbase, mas vocês não se atentaram na fonte da informação hahaha
ZS: Ah claro! Mantenham os olhos abertos hoje. Tenho uma coisinha. É meio que… é algo pequeno e que provavelmente todo mundo sabe, mas eu acho que é bom para deixar todo mundo animado. Uma data futura.
SCBR: Uh! Legal! Legal! Ok, Zack, muito obrigado novamente pelo seu tempo.
ZS: Imagina! Obrigado, gente. E, novamente, mal posso esperar que esta pandemia perca força para que eu possa ir ao Brasil
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Parece um sonho, mas essa foi a entrevista com Zack Snyder. Como disse acima, eu a quis primeiramente transcrita e mantive a ideia, mesmo depois. Mas como forma de agradecimento, eu decidi liberá-la em vídeo, por todo apoio que recebo na Fanbase SnyderCutBR. Essa entrevista não foi uma conquista só minha, foi nossa, porque isso tudo é por nós. Essa entrevista é nossa! Espero que, assim como eu, todos gostem…
Agradeço imensamente, meu irmão, Geraldo Côrtes, pela mediação, tradução e todo apoio impecável cedido nesta entrevista. Você foi fundamental!
E aí? O que acharam da entrevista?
Liga da Justiça de Zack Snyder estreia na HBO Max, em 18 de março de 2021.
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