Se você é do tipo que gosta de filmes que lhe arrancam risadas sinceras, dramas com reflexões e diálogos profundos, talvez, “Boa Sorte, Leo Grande” seja o filme que precisa assistir. Com o slogan “toda primeira vez tem uma história”, ele acerta e acerta muito!
- Trailer:
- Sinopse: Nancy Stokes, uma viúva aposentada, contrata um jovem “garoto de programa”, Leo Grande, para curtir uma noite de prazer e autodescoberta, depois de uma vida sem graça de casada.
Minhas Impressões
Depois de ler o enredo e assistir os primeiros minutos do filme, você basicamente acha que entendeu o título do longa. Ledo engano! Dirigido pela diretora australiana Sophie Hype, somos apresentados basicamente a uma peça teatral. Isso porque o filme se passa numa única ambientação, tornando-se intimista e fazendo o telespectador se conectar, rapidamente, com a dupla em cena.
A princípio, a produção, justamente por sua sinopse, tem tudo para entregar uma comédia pastelão. Até certo ponto, o humor é dominante no diálogo constrangedor entre Nancy e Leo. Aos poucos, sem percebermos, o diálogo dá espaço a uma narrativa densa, retratando a realidade de muitas mulheres de meia idade.
Boa sorte, Leo Grande se divide em pequenas partes entre 10 e 30 minutos, sendo cada uma, a representação do encontro do casal. Esta divisão combina bem com a proposta do filme e inova a produção. Deste modo, você se conecta com as histórias dos dois personagens, conforme eles vão entregando de si mesmos, narrando suas vidas e expondo suas reflexões sociais.
Dessa forma, você se vê completamente preso nos diálogos, que desnudam (por vezes, literalmente) os personagens. Em épocas de filmes com cenas de sexo tão realistas, “Boa Sorte, Leo Grande” tem a delicadeza em suas cenas de nudez. Mesmo quando é “explícita”.
Conclusão
A atriz Emma Thompson, com todo o seu currículo, mostra domínio em cena, encaixando-se perfeitamente na química com o ator Daryl McCormack. Por ser um filme com classificação de 16 anos, uma curiosidade interessante é que foi a primeira vez que Emma Thompson aparece em nu frontal, mostrando todas as imperfeições de seu corpo. Este detalhe é interessante, justamente, porque a ideia central do filme é sobre “Desconstrução da própria imagem e valorização de si”.
Apesar disso, engana-se quem acha que o filme conversa apenas com as mulheres maduras. De maneira idêntica, com a mesma profundidade, o longa fala diretamente com os homens que precisam se olhar com mais carinho, dentro e fora de suas relações. É como se dissesse: “Orgulhe-se do que te dá prazer”. Uma mensagem atual e direta para a nossa sociedade.
Eventualmente, o filme ainda acaba trazendo algumas reflexões a respeito da moralidade religiosa, no sentindo de limitar os prazeres da vida. Boa Sorte, Leo Grande começa com um tom cômico, passeia por amarras de tabus, pincelando debates para reflexão sobre, inclusive, prostituição. Por fim, deixa-nos um gosto de “quero mais” dessa dupla improvável, que preenche a tela e causa empatia nos 97 minutos de filme.
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